Return to search

Processo de trabalho da enfermeira em hospitais do sistema único de saúde

Submitted by Mendes Márcia (marciinhamendes@gmail.com) on 2017-07-11T13:10:41Z
No. of bitstreams: 1
karolline_santos_macedo.pdf: 7916501 bytes, checksum: 88708676ccc6d48788f8d2fa90a72e2b (MD5) / Approved for entry into archive by Delba Rosa (delba@ufba.br) on 2017-07-27T15:12:58Z (GMT) No. of bitstreams: 1
karolline_santos_macedo.pdf: 7916501 bytes, checksum: 88708676ccc6d48788f8d2fa90a72e2b (MD5) / Made available in DSpace on 2017-07-27T15:12:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1
karolline_santos_macedo.pdf: 7916501 bytes, checksum: 88708676ccc6d48788f8d2fa90a72e2b (MD5) / Dentre as causas de fragilização dos vínculos de trabalho e aumento da
exploração da força de trabalho nos hospitais públicos está a mudança nos modelos de gestão.
As enfermeiras, como trabalhadoras assalariadas, têm seu processo de trabalho intensamente
atingido por essas mudanças e, portanto, a análise do processo de trabalho da enfermeira pode
revelar as condições sociais da produção da saúde nos hospitais do Sistema Único de Saúde
(SUS). O objetivo deste estudo foi analisar as características do processo de trabalho das
enfermeiras em hospitais da rede estadual do SUS na Bahia sob administração direta e sob
administração indireta. Métodos: Estudo descritivo e exploratório, quantitativo, realizado nos
hospitais da rede estadual de serviços de saúde da Bahia. Foram entrevistadas 256 enfermeiras
no período de março a outubro de 2015. Os dados foram analisados com frequências uni e
bivariadas e medidas de tendência central e desvio-padrão. Na análise bivariada empregou-se
o teste Qui-quadrado de Pearson, Fisher ou Tendência Linear. Utilizou-se o coeficiente Kappa
para avaliação da concordância entre atividades auto referidas e avaliadas. Adotou-se a
significância estatística de 5%. Resultados: Na amostra, predominaram mulheres pardas e
pretas, com idade média de 39 anos, qualificadas, qualificadas com remuneração entre 3 e 4
salários mínimos. Nos dois grupos observaram-se longas jornadas diárias de trabalho (86,7%
≥ 12 horas), alta proporção de duplo vínculo empregatício (58,6%), sobrecarga de pacientes
(56,6%), falta de tempo para interação com o usuário (53,5%) e polivalência (54,3%). As
atividades mais frequentemente realizadas foram a sistematização da assistência (64,1%) e os
procedimentos técnicos (63,3%). Houve baixa concordância entre a atividade predominante
auto-referida e atividade predominante avaliada (p=0,000), com predomínio de atividades
assistenciais-administrativas (47,8%). As enfermeiras em hospitais sob administração direta
comparadas às sob administração indireta eram mais velhas (p=0,000), mais experientes
(p=0,000), cumpriam menores jornadas semanais de trabalho (p=0,000) e trabalhavam em
turnos menos estressantes (p=0,015). Contudo tinham menos acesso a educação permanente
(p=0,000), executavam mais atividades para as quais não eram qualificadas (0,024),
participavam menos de reuniões (p=0,000) e de tomada de decisões (p=0,018), utilizavam
menos protocolos operacionais (p=0,000), tinham menor disponibilidade e menor adequação
de materiais e equipamentos (p=0,000), realizavam mais adaptações e improvisos (p=0,000) e
dispunham de piores condições de trabalho para atender o perfil de gravidade do usuário
(p=0,000). Conclusão: Constatou-se homogeneidade entre os grupos quanto às características
dos objetos de trabalho e das atividades, com alta proporção de subdimensionamento de
pessoal, polivalência, intensificação do trabalho e baixos salários, resultando em precarização
do trabalho. Houve diferença entre os grupos quanto aos agentes, benéfica para o grupo sob
administração direta, e quanto aos instrumentos, vantajosa para o grupo sob administração
indireta. Os resultados clamam pelo aumento de salários, redução das jornadas diárias e
semanais, aumento do número de trabalhadoras nos hospitais públicos do SUS e viabilização
da sua qualificação. / Introduction: Among the causes of weakness in employment relationship and increase in the
exploration of the workforce in public hospitals are the changes in the governance models.
Nurses, as wage earners, have their labor process acutely affected by these changes and,
therefore, the analysis of the labor process of nurses can reveal the social conditions of health
production in hospitals of the National Health System (SUS). The objective of this study was
to analyze the characteristics of the labor process of nurses in hospitals of the SUS state
network in Bahia, under direct and indirect administration. Methods: A descriptive,
explorative and quantitative study performed in hospitals of the health service state network
in Bahia. There were 256 nurses interviewed during the period from March to October 2015.
The data was analyzed with uni and bivariate frequencies and measures of central tendency
and standard deviation. In the bivariate analysis the Pearson, Fisher Chi-square test or Linear
Trend were used. The Kappa coefficient was used for evaluation of matches between selfreferred
and evaluated activities. The statistical significance of 5% was adopted. Results: In
the sample there was predominance for brown and black women, average age of 39 years,
qualified, with remuneration between 3 and 4 minimum wages. In both groups long daily
working hours (86.7% ≥ 12 hours), high proportion of dual employment relationships
(58.6%),overburden of patients (56.6%), lack of time for interaction with the user (53.5%)
and multitasking (54.3%). The most frequently performed activities were the systematization
of care (64.1%) and technical procedures (63.3%). There was low accordance between the
self-referred predominant activity and evaluated predominant activity (p=0.000), with
predominance of care-administrative activities (47.8%). Nurses in hospitals with direct
administration compared to those under indirect administration were older (p=0.000), more
experienced (p=0.000), with less weekly working hours (p=0.000) and working in less
stressful shifts (p=0.015). Nevertheless, they had less access to permanent education
(p=0.000), carried out more activities for which they were not qualified (0.024), had less
participation in meetings (p=0.000) and in decision making (p=0.018), used less operational
protocols (p=0.000), had less availability and less adequate materials and equipment
(p=0,000), performed more adaptations and improvisation (p=0.000) and had worse working
conditions to attend to the severity profile of the user (p=0.000). Conclusion: The
homogeneity among the groups was observed in relation to the characteristics of the working
objects and activities, with a high proportion of sub-dimensioning of personnel, multi-skills,
intensification of work and low wages, resulting in the precariousness of the work. There was
a difference between the groups in relation to the agents, better for the group under direct
administration and to the instruments, advantageous for the group under indirect
administration. The results call for increase in wages, reduction in daily and weekly working
hours, increase in the number of workers in public SUS hospitals and enabling their
qualification.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/23696
Date27 April 2016
CreatorsMacedo, Karikkube Santos
ContributorsMaria Meira de Melo, Cristina, Oliveira Gonçalves Costa, Heloniza
PublisherEscola de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, UFBA, brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0026 seconds