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Estrutura fatorial do controle inibitório no envelhecimento

Resumo: Controle inibitório representa a habilidade de controlar atenção, comportamento, pensamento e/ou emoção de modo a sobrepor intensa predisposição interna ou estímulo externo saliente e agir de modo mais apropriado ou adaptado. Pesquisas recentes indicam que o construto inibição pode ser fracionado em processos distintos e possivelmente interdependentes. O objetivo principal da pesquisa foi avaliar a composição e organização do fracionamento do controle inibitório, através de modelo publicado na literatura, em amostra de adultos jovens e idosos, assim como avaliar o efeito mediador da velocidade de processamento e ansiedade sobre a relação entre envelhecimento e inibição. O modelo de organização do controle inibitório é composto pelos fatores de Recuperação Estratégica (Fator 1); Atenção Seletiva (Fator 2); e Alternância (Fator 3). Foram avaliados 206 pessoas saudáveis, divididas em dois grupos conforme critério idade, no Grupo 1 foram 104 jovens (idade média 25.82 ± 5.75 anos) e Grupo 2, com 102 adultos e idosos (idade média 57.91 ± 9.85 anos), de ambos os sexos e de alta escolaridade. Os instrumentos utilizados para representar o Fator 1 foram Geração Aleatória de Números, Fluência Verbal Fonológica (letras F, A e S) e Semântica (animais e frutas) e teste Hayling; para o Fator 2 foram teste de Stroop, Teste dos 5 Dígitos (5D) e teste d2; e para o Fator 3 foram Teste de Mais ou Menos, Teste das Trilhas e índice de alternância do 5D. Além da escala IDATE-T para estimação do traço de ansiedade. Os resultados indicaram que houve diferença significativa entre os grupos em todas as medidas inibitórias, com jovens apresentando melhor desempenho e maior sintomatologia de ansiedade. Análise fatorial confirmatória corroborou o modelo de 3 fatores para o Grupo 1, com bons índices de ajuste, e para o Grupo 2 apresentou suporte para modelo de 2 fatores, formado por Recuperação Estratégica e Controle de Interferências (resultado da junção entre os Fatores 2 e 3). Ambos os modelos foram mais robustos quando comparados a modelos alternativos e mais simples com menor número de parâmetros livres. Não foi possível avaliar o papel mediador da velocidade de processamento devido às altas correlações com as variáveis cognitivas. Já a ansiedade mediou entre 23 a 30% da interação entre idade e os fatores de controle inibitório para a amostra idosa, com relação negativa com os índices cognitivos. Portanto, inibição deve ser compreendida como um construto fracionado, no qual habilidades distintas compartilham processos subjacentes comuns. É sensível ao envelhecimento e as relações entre os processos que a compõem se alteram para padrões menos diferenciados de organização e desempenho, indicadores de possível dediferenciação da função com o aumento da idade. Além disso, pessoas idosas apresentam sintomatologia subclínica de ansiedade com maior prejuízo cognitivo. Referir-se à inibição como uma função única (geralmente relacionada à inibição de respostas motoras prepotentes) é subestimar sua complexidade e incorrer em risco de simplificação prejudicial. Reforça-se a necessidade do consenso taxonômico e conceitual nos estudos sobre controle inibitório.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/33965
Date January 2013
CreatorsMagalhães, Sabrina de Souza
ContributorsHamdan, Amer Cavalheiro, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Humanas, Letras e Artes. Programa de Pós-Graduaçao em Psicologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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