Return to search

Oligoquetas marinhos : novos registros globais com ênfase no Atlântico Sul

Orientador : Dr. Paulo da Cunha Lana / Coorientador : Dr. Marcelo Visentini Kitahara / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos. Defesa: Pontal do Paraná, 20/04/2016 / Inclui referências : f. 33-41;117-121;137-149 / Resumo: Os oligoquetas "strictu sensu" (i.e. Clitellata, exceto Hirudinea, Branchiobdellida e
Acanthobdellida) são encontrados em uma grande variedade de ambientes, desde
regiões costeiras como estuários e manguezais até ambientes extremos como as
fossas hadais e glaciais. Historicamente, os oligoquetas foram classificados em dois
principais grupos, os Microdrilli, formas menores, geralmente associadas à água e
os Megadrilli, formas maiores associadas a ambientes terrestres. Aproximadamente
600 das 1700 espécies aquáticas conhecidas são marinhas. As formas marinhas
são geralmente pequenas, variando entre menos de 1 milímetro e poucos
centímetros de comprimento. As espécies mais abundantes pertencem à
controversa família Tubificidae/Naididae, com cerca de 450 marinhas. Outras
famílias com representantes marinhos são Enchytraeidae, Capilloventridae e
Randiellidae. Os oligoquetas marinhos são numericamente importantes nas
associações bênticas marinhas e exercem um importante papel na produtividade
secundária, remineralizando nutrientes tornando-os novamente disponíveis para os
produtores primários. Entretanto, por serem muito similares ou mesmo
indistinguíveis, são raramente identificados em nível especifico, genérico ou mesmo
no nível de família, sendo reportados simplesmente como "Oligochaeta" na maioria
dos estudos ecológicos. Algumas espécies como Tubificoides benedii são
conhecidas pela alta tolerância a poluição por enriquecimento orgânico. Os
oligoquetas podem se reproduzir tanto sexuada como assexuadamente. O ciclo de
vida destes organismos também é muito pouco conhecido e a escassez de estudos
deve-se principalmente a: (1) ausência de classes discretas de idade; (2) tanto o
tamanho do corpo como o número de segmentos não são características precisas
do estagio de maturidade; (3) o tempo consumido na análise do estágio de
maturidade de cada espécime em microscópio; (4) os casulos das diferentes
espécies de oligoquetas marinhos não são identificáveis por características
morfológicas. A diversidade de oligoquetas marinhos é bem conhecida em
praticamente todo o hemisfério norte. No entanto, o conhecimento taxonômico dos
oligoquetas marinhos no Atlântico Sul é claramente insatisfatório. Apesar de alguns
estudos pontuais entre as décadas de 50 e 80 no século passado, o grupo
permanece ignorado pela comunidade científica local. Neste contexto, esta tese traz
importantes avanços para o conhecimento do grupo na região, sumarizando o
conhecimento atual através de uma revisão bibliográfica atualizada e mais cinco
capítulos em forma de artigos científicos. O primeiro artigo faz uma visão crítica do
conhecimento atual dos oligoquetas marinhos no Brasil. Ainda neste artigo, a
distribuição geográfica do naidídeo (sensu Erséus et al., 2008) Tectidrilus c.f.
gabriellae, originalmente descrito para a Ilha Bela, São Paulo e conhecida também
para algumas regiões do Caribe é estendida para a Baía de Paranaguá, Paraná. O
segundo artigo traz o primeiro registro de uma espécie aqueta (desprovida de
cerdas) do gênero Marionina para América do Sul. Esta espécie é muito similar a
Marionina nevisensis descrita para Ilha de Nevis no Caribe, entretanto, análises
moleculares preliminares sugerem se tratar de uma nova espécie. No terceiro artigo
é proposta uma nova hipótese filogenética além da descrição de nove novas
espécies de outro gênero de Enchytraeidae, Grania. Sete destas espécies, Grania
brasiliensis sp. nov do Brasil; Grania bekkouchei sp. nov., Grania cryptica sp. nov.,
Grania capensis sp. nov., Grania simonae sp. nov., da África do Sul, Grania
hinojosai sp. nov. e Grania chilensis sp. nov., do Chile são o primeiro registro do
gênero tanto no continente africano como no sul-americano, e duas, Grania unitheca
sp. nov., e Grania carolinensis sp. nov., novos registros para América do Norte. O
quarto artigo fornece a primeira lista das espécies de Grania, incluindo dados
históricos e recentes de todas as espécies válidas descritas até hoje, suas
respectivas sinonímias, além de informações a respeito da sua distribuição geográfica. Ao todo foram registradas 80 espécies, descritas nos cinco continentes,
contemplando as bacias oceânicas e o ambiente antártico. No quinto artigo, a
monofilia de 80 espécimes do Atlântico sul e Antártica foi estatisticamente testada
através da combinação de quatro métodos estatísticos. Foram identificadas 32
espécies potenciais pertencentes a duas familias de oligoquetas marinhos. Neste
artigo, as espécies Doliodrilus fibrisaccus, Limnodriloides pierantonii, L. rubicundus,
L. sacculus, Paranais frici, Stephensoniella sterreri e Thalassodrilides gurwitsch, são
registradas pela primeira vez na costa leste da América do Sul (Brasil). Este artigo
confirma ainda a utilidade das abordagens moleculares na identificação de
oligoquetas marinhos que são dificilmente identificáveis unicamente pela morfologia.
Palavras-chave: Oligoquetas marinhos; marcadores moleculares; filogenia
molecular; taxonomia; Atlântico Sul / Abstract: The oligochaetes "strictu sensu" (i.e. Clitellata, exept Hirudinea, Branchiobdellida e
Acanthobdellida) are found in a large variety of environments, from coastal regions
such as estuaries and mangroves to extreme habitats such as glaciers and hadal
trenches. Historically, oligochaetes have been divided into two groups, "Microdrili",
the smaller worms generally associated with the aquatic environment, and
"Megadrili", the larger forms most of which are found in terrestrial habitats.
Approximately 600 of 1700 known aquatic species are marine. The marine forms are
generally small, ranging from less than 1 millimeter to a few centimeters long. Among
the marine taxa, the most abundant belong to the controversial family Tubificidae /
Naididae, with about 450 species Other groups with marine representatives are
Enchytraeidae, Capilloventridae, and Randiellidae. Marine oligochaetes are
numerically important in marine benthic assemblages, and play an important role in
the secondary productivity, remineralizing nutrients and making them available again
to the primary producers. However, due their morphological similarity, they are rarely
identified to species, genus or even to family level, and frequentely reported as
"Oligochaeta" in most ecological studies. Some species such as Tubificoides benedii
are known for the high tolerance to pollution by organic enrichment.The marine
oligochaetes are able to reproduce sexually and asexually. The life cycle of these
organisms is also poorly known, and the lack of studies is mainly due to: (1) absence
of discrete age classes; (2) Neither body size nor number of segments are precise
features of maturity stage; (3) the time consumed in the analysis of the stage of
maturity of each specimen under a microscope; (4) the cocoons of different species
are not identifiable by morphological features. The diversity of marine oligochaetes is
well known in the northern hemisphere. However, the taxonomic knowledge of
marine oligochaetes in the South Atlantic is clearly unsatisfactory. Although some
sporadic studies between the 50's and 80's in the last century, the group remains
ignored by the local scientific community. In this context, this thesis provides
important advances in the knowledge of the group in the South Atlantic, summarizing
current knowledge of this fauna through an updated literature review and five
chapters written in the form of scientific articles.The first article is a critical overview
of the current knowledge of marine oligochaetes in Brazil. In this article, the
geographical distribution of the naidid (sensu Erséus et al., 2008) Tectidrilus c.f.
gabriellae, originally described for Ilha Bela, São Paulo and also known for some
regions of the Caribbean is extended to Bay of Paranaguá, Paraná. The second
article presents the first record of an achaeta species (species that devoid of
chaetae) of the geneus Marionina to South America. This species is very similar to
Marionina nevisensis described for Nevis Island in the Caribbean however,
preliminary molecular analysis suggests it is a new species. In the third article, we
provide a new phylogenetic hypothesis and also the description of nine new species
of another Enchytraeidae genus, Grania. Seven of these species Grania brasiliensis
sp. nov. from Brazil; Grania bekkouchei sp. nov.; Grania cryptica sp. nov.; Grania
capensis sp. nov.; Grania simonae sp. nov., from South Africa, Grania hinojosai sp.
nov. and Grania chilensis sp. nov., from Chile are the first report for for this genus in
both, Africa and South America, and two, Grania unitheca sp. nov., and Grania
carolinensis sp. nov., new records for North America. The fourth article provides the
first list of Grania species, including historical and recent data of all valid species
described to date, their respective synonyms, and information about their
geographical distribution. A total of 80 species were recorded described in all five
continents, covering the ocean basins and Antarctic region. In the fifth article, the monophyly of 80 species of the South Atlantic including Antarctica was statistically
tested by combining four statistical methods. We could identify 32 potential species
belonging to two families of marine oligochaetes. In this article, the species
Doliodrilus fibrisaccus, Limnodriloides pierantonii, L. rubicundus, L. sacculus,
Paranais Frici, Stephensoniella sterreri, and Thalassodrilides gurwitschi are recorded
for the first time from the eastern coast of South America (Brazil). This study also
confirms the usefulness of molecular approaches to identify marine oligochaetes
which are hardly identifiable through morphology only.
Keywords: Marine oligochaetes; molecular markers; molecular phylogeny;
taxonomy; South Atlantic

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/44085
Date January 2016
CreatorsPrantoni, Alessandro Lívio
ContributorsKitahara, Marcelo Visentini, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Terra. Centro de Estudos do Mar. Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos, Lana, Paulo da Cunha, 1956-
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format154 f. : il. algumas color., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

Page generated in 0.0034 seconds