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Análise da microbiota bucal de pacientes com anemia de fanconi submetidos ao transplante de células tronco hematopoéticas

Orientador: Prof. Dr. Cassius Carvalho Torres-Pereira / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Defesa: Curitiba, 2016 / Inclui referências : f. 69-79 / Área de concentração / Resumo: A anemia de Fanconi (AF) é uma síndrome genética rara caracterizada por instabilidade cromossômica e dificuldade de reparo do DNA. Pacientes com AF desenvolvem o carcinoma de células escamosas (CCE) na boca mais cedo e com maior frequência que a população em geral, especialmente após o transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH). Embora tenha aumentado a evidência de um papel etiológico da microbiota local e o processo de carcinogênese; não existem informações sobre a microbiota bucal de pacientes com AF. O objetivo desse estudo foi explorar a microbiota salivar de 61 pacientes com AF e comparar os resultados com a condição de saúde bucal e fatores de riscos associados ao desenvolvimento do CCE. Depois de responder a um questionário e ser submetido a um exame clínico intrabucal, todos os pacientes passaram por um etapa de coleta de saliva e as amostras foram analisadas utilizando o sequenciamento do gene 16S rRNA (Região Hipervariável :V3-V4 Miseq, Illumina). O perfil microbiano associado aos parâmetros clínicos e dados retirados de prontuário médico foram analisados utilizando modelos lineares. A mediana de idade da amostra estudada foi de 22 anos e a maioria deles haviam sido submetidos ao TCTH (n=53). Os filos bacterianos mais abundantes foram Firmicutes (média da abundância relativa ± desvio padrão(DP)) (42,1% ± 10,1%) e Bacteroidetes (25,4% ± 11,4%). O histórico de doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH) bucal (n=27) estava associada com maiores proporções de Firmicutes (43,8% x 38,5%, p = 0,05) quando comparados com os que não apresentaram DECH. Altos níveis de sangramento gengival foram associados com os genêros Prevotella (22,25% x 20%), Streptococcus (19,83% x 17,61%), Porphyromonas (3,63% x 1,42%, p = 0,03), Treponema (1,02% x 0,28%, p = 0,009), Parvimonas (0,28% x 0,07%, p = 0,02) e Dialister (0,27% x 0,10%, p = 0,04). Por fim, pacientes transplantados à mais de 11 anos mostraram níveis mais elevados de Streptococcus (18,4%), Haemophilus (12,7%) e Neisseria (6,8%). Em conclusão, pacientes com AF que apresentavam piores condições de higiene bucal abrigavam maiores proporções de gêneros de bactérias compatíveis com doença periodontal. Foram observadas diferenças microbianas específicas, na presença de longo tempo de transplante, histórico de GVHD e mucosite, bem como, na presença de lesões com potencial de malignidade. Palavras-chave: Anemia de Fanconi. Câncer bucal. Microbiota. Saliva. Bactéria. Sequenciamento de Nucleotídeos de Alto Rendimento. / Abstract: Fanconi anemia (FA) is a rare genetic disease characterized by chromosomal instability and impaired DNA damage repair. FA patients develop oral squamous cell carcinoma (OSCC) earlier and more frequently than the general population, especially after hematopoeitic stem cell transplantation (HSCT). Although evidence of an etiological role of the local microbiome and carcinogenesis has grown, no information exists regarding the oral microbiome of FA patients. The aim of this study was to explore the salivary microbiome of 61 FA patients regarding their oral health status and OSCC risk factors. After answering a questionnaire and receiving oral clinical examination, saliva samples were collected and analyzed using 16rRNA sequencing (V3-V4 hypervariable region, MiSeq, Illumina). The microbial profiles associated with medical and clinical parameters were analyzed using general linear models. Patients were young (mean age = 22 yrs old) and most of them had received HSCT (n=53). The most abundant phyla were Firmicutes (mean relative abundance ± SD) (42.1%±10.1%) and Bacteroidetes (25.4%±11.4%). A history of graft-versus-host disease (GVHD) (n=27) was associated with higher proportions of Firmicutes (43.8% x 38.5%, p=0.05). High levels of gingival bleeding were associated with the genera Prevotella (22.25% x 20%), Streptococcus (19.83% x 17.61%), Porphyromonas (3.63% x 1.42%, p=0.03), Treponema (1.02% x 0.28%, p=0.009), Parvimonas (0.28% x 0.07%, p=0.02) and Dialister (0.27% x 0.10%, p=0.04). Finally, participants transplanted longer than 11 years showed highest levels of Streptococcus (18.4%), Haemophilus (12.7%) and Neisseria (6.8%). In conclusion, FA patients with poor oral hygiene harbored higher proportions of genera of bacteria compatible with gingival disease. Specific microbial differences were observed in the presence of a history of long time since HSCT, history of oral GVHD and mucositis as well when potential malignant oral lesion was present. Keywords: Fanconi anemia. Oral cancer. Microbiome. Saliva. Bacteria. Massively-Parallel Sequencing.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/46270
Date January 2010
CreatorsFurquim, Camila Pinheiro
ContributorsUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Torres-Pereira, Cassius Carvalho
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format100 f. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

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