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Uso do espaço por diferentes espécies de mamíferos em fragmentos de floresta estacional semidecidual.

Orientador : Prof. Dr. Emygdio Leite de Araújo Monteiro Filho / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Zoologia. Defesa: Curitiba, 30/036/2016 / Inclui referências : f. 48-69;108-112;153-157;175-178;182-183 / Area de concentração / Resumo: Compreender o uso do espaço por determinada espécie é fundamental, uma vez que o espaço físico utilizado por ela delimita muitas de suas interações ecológicas com o ambiente, podendo ter influência nas dinâmicas populacionais e nas estruturas de comunidades. A telemetria vem sendo amplamente utilizada em estudos que buscam conhecer o uso do espaço por diversos animais, visto que os mesmos podem ser constantemente monitorados, permitindo o entendimento de padrões de movimentação e de distribuição espacial. A proposta deste estudo foi analisar o uso do espaço para três espécies de mamíferos onívoros (Didelphis albiventris, Nasua nasua e Cerdocyon thous) em fragmentos de floresta estacional semidecidual inseridos em matriz de cultivo agrícola, no oeste paranaense. A captura dos indivíduos foi realizada durante 10 meses, através da utilização de armadilhas do tipo Tomahawk. Para determinar a área de vida dos indivíduos foram aplicados os métodos Mínimo Polígono Convexo e Kernel 95% e 50%. O deslocamento foi determinado através da distância medida entre duas localizações, em intervalos de 1 e 24 horas, enquanto a seleção do habitat foi avaliada através do índice de eletividade de Ivlev, onde foi comparado utilização de habitas em relação à disponibilidade dos mesmos. Doze indivíduos foram monitorados, sendo cinco gambás, seis quatis e um cachorro-do-mato, os quais tiveram áreas de vida médias 42, 294 e 523 ha, respectivamente. Ás áreas de vida diárias corresponderam em média à 5%, 37% e 61% da área de vida geral de quatis, gambás e cachorro-domato, indicando baixa fidelidade à área de uso principalmente por N. nasua. Alguns dos valores aqui encontrados para área de vida de N. nasua e D. albiventris, são os maiores já registrados para estas espécies, o que pode estar relacionado ao grande número de localizações e tempo de monitoramento empregado neste estudo. A taxa de deslocamento média em 24 horas foi de 1.520 metros para D. albiventris, 1.853 para N. nasua e 8.850 para C. thous. Todas as espécies estudadas mostraram, de modo geral, uma seleção positiva dos hábitats florestados, ocorrendo o oposto para as áreas de cultura, apesar desta representar em média 11,71%, 21,74% e 50% das localizações de gambás, quatis e cachorro-do-mato, respectivamente, indicando a utilização deste hábitat por todas as espécies. Foi possível notar uma diferença entre o modo como as três espécies utilizaram este cenário fragmentado, apesar de serem todas genericamente classificadas como onívoras. Os gambás utilizaram amplamente fragmentos e matas-ciliares, com baixo uso dos cultivos, enquanto os quatis e o cachorro-do-mato utilizaram comparativamente mais cultivos. Visto que os quatis são sociais, acredita-se que apesar das matas-ciliares e fragmentos serem de extrema importância para sua manutenção, os mesmos não são capazes de suprir toda a demanda energética do grupo frente à fragmentação. O mesmo possivelmente ocorre para o cachorro-do-mato, o qual pode viver em pares ou compor pequenos grupos. Por outro lado, o cultivo pode estar representando apenas uma área secundária com oferta de recursos, a qual é utilizada em diferentes graus frente ao comportamento oportunista das espécies estudadas. Já os gambás, por serem de menor porte e de hábito solitário, não tiveram necessidade de utilizar os cultivos com tanta frequência, uma vez que as áreas florestadas remanescentes são aparentemente suficientes para sua sobrevivência. Palavras-chave: Fragmentação; Telemetria; Mamíferos. / Abstract: How species use the physical space is a fundamental question, because space delineates species ecological interactions and influences population dynamics and community structure. Telemetry has been widely applied in studies to detect the animals space use, since it enables a constant monitoring, thus allowing the recognition of movement patterns and spatial distribution. This study goal is to analyze the space use of three omnivorous species (Didelphis albiventris, Nasua nasua e Cerdocyon thous) on Seasonal Semideciduous Forest fragmented landscape. Capture was carried out with Tomahawk traps during ten months. For home range determination the Minimum Convex Polygon and Kernel (95% and 50%) were calculated. Displacement was determined using the distance between two localizations, during 1 to 24 hours, while habitat selection was evaluated using Ivlev's electivity index, comparing the ratio of habitat use and availability. Twelve individuals were monitored, five opossums, six coatis and one crab-eating fox, which have mean home ranges 42, 294 and 523 ha, respectively. The mean daily home ranges corresponded to 5%, 37% and 61% for coatis, opossums and crab-eating fox respectively, indicating a low fidelity specially of N. nasua. Some of values founded here are the higher recorded for N. nasua e D. albiventris, probably due the large number of localizations and monitoring period presented here. The 24 hours mean movement rate was 1,520 meters for D. albiventris, 1,853 for N. nasua and 8,850 for C. thous. All species broadly have a positive selection for forested habitats and negative selection for crop areas, despite the fact that the mean crop use were 11.71%, 21.74% and 50% for opossum, coati and crab-eating fox, thus indicating the use of this habitat for all species. A difference in how the three species explore the landscape was noted, despite they all are classified as omnivorous. Opossums broadly used forest fragments and riparian forests, with a low use of crops, while for coatis and crab-eating fox the proportion of crop use was relatively higher. Due the coatis sociality, is reasonable to believe that riparian forests and other fragments are extremely important to species maintaining, but this remnants could not supply all species requirements in a fragmented landscape. The same is expected to occur for crab-eating fox that lives in pairs or even in small groups. On the other hand, crop can be a secondary supplier of resources, differently explored by opportunistic species. Opossums, with lower size and solitary habits, do not need to explore crops with a high frequency since the remnant forests are apparently enough for their survival. Key-words: Fragmentation; Telemetry; Mammals.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/46298
Date January 2016
CreatorsSydney, Nicolle Veiga
ContributorsUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Biológicas. Programa de Pós-Graduação em Zoologia, Monteiro Filho, Emygdio Leite de Araujo, 1957-
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format192 f. : il. algumas color., tabs., grafs., naps., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

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