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Confirmado - é arte : Paulo Bruscky e a ironia na arte da década de 1970

Orientador : Prof. Dr. Artur Correia de Freitas / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História. Defesa: Curitiba, 21/08/2017 / Inclui referências : f. 147-156 / Resumo: Durante a década de 1970 uma parcela da produção artística brasileira se configurou como alternativa crítica ao sistema da arte, às esferas cultural e política e, de modo geral, ao comportamento social. Muitos artistas do período propunham trabalhos que, numa chave libertária, fossem também uma forma de intervenção simbólica em uma conjuntura autoritária e repressiva. Nesse contexto, parte considerável da produção artística nacional apresentou um viés mais conceitual. Nessa circunstância, a ironia parece ter ganho força para se desenvolver em proposições de arte que dialogavam com o cotidiano, com os meios de comunicação, os processos sistematizados, industriais ou institucionais. Com base nessas características, surgiu a questão: de que maneiras e através de quais recursos poéticos e narrativos Paulo Bruscky explorou a ironia em seus trabalhos para provocar ruídos nos sistemas artístico e social e expor seu posicionamento crítico em relação ao contexto da década de 1970? Partindo dessa problemática, este estudo buscou realizar uma análise histórica da produção de Paulo Bruscky entre os anos de 1970 e 1979, baliza temporal que compreende a primeira década da produção do artista em que ele utilizou diversos meios, suportes e técnicas em trabalhos que apresentam uma poética marcadamente conceitual, irônica e conectada com a realidade política do país. Como recurso poético, narrativo ou como uma tática, nos termos de Michel de Certeau, a ironia de Bruscky é abordada em proposições artísticas em que o artista transformou espaços comuns da cidade em lugares para a arte; em trabalhos que o artista direciona suas críticas ao sistema de arte, aí incluídos as exposições, as galerias e os museus, os críticos de arte, o júri dos salões, a academia de arte, o público de arte e a ideia de exposição e apreciação estética exclusivamente visual; e em propostas em que Bruscky se vale dos jornais impressos e dos sistemas dos Correios para veicular proposições artísticas. A estratégia discursiva de Paulo Bruscky é aqui analisada em diálogo com o conceito de ironia proposto por Linda Hutcheon. Além disso, nas análises também são consideradas algumas possíveis aproximações com a arte conceitual brasileira, o sistema artístico e o contexto social e político do Brasil dos anos 1970. Palavras-chave: Arte brasileira. Paulo Bruscky. Ironia. Arte conceitual. Arte e política durante o regime militar. / Abstract: During the 1970s, a part of Brazilian artistic production was configured as a critical alternative to the art system, to the critical and political spheres and, in general, to social behavior. Many artists of the period, proposed works which, in a libertarian key, were also a form of symbolic intervention in an authoritarian and repressive conjuncture. In this context, considerable part of the national artistic production presented a more conceptual bias. Under this circumstance, the irony seems to have gained the strength to develop itself in propositions of art that held dialogues with the everyday, with the media, organized processes, industrial or institutional. Based on these characteristics, the question arose: what ways and through which poetic and narrative features Paulo Bruscky explored the irony in his work to cause consequences in the artistic and social systems and expose his critical position in relation to the context of the Decade of 1970? From this issue, this study sought to carry out a historical analysis of the production of Paulo Bruscky between 1970 and 1979, temporal beacon that comprises the first decade of the artist's production in which he used various media, formats and techniques in works that feature a markedly conceptual poetics, ironic and connected with the political reality of the country. As a poetic device, narrative or as a tactic, according to Michel de Certeau, the irony of Bruscky is covered in artistic propositions in which the artist transformed the common spaces of the city in places for art; in works that the artist directs his criticism to the system of art, including art exhibitions, galleries and museums, art critics, the jury of the halls, the academy of art, the art public and the idea of exposure and aesthetic appreciation exclusively visual; and in proposals in which Bruscky took into consideration printed newspapers and postal systems to serve artistic propositions. The discursive strategy of Paulo Bruscky is here analyzed in dialogue with the concept of irony proposed by Linda Hutcheon. In addition, in the analysis, some possible approaches with the Brazilian conceptual art, the artistic system and the social and political context of Brazil of the years 1970 are also considered. Keywords: Brazilian art. Paulo Bruscky. Irony. Conceptual art. Art and politics during the military regime.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/49332
Date January 2017
CreatorsBarcik, Deisi Beatriz
ContributorsUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História, Freitas, Artur Correia de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format160 f., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

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