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Influência do Gradiente Altitudinal na Composição da Fauna de Pequenos Mamíferos em Áreas de Mata Atlântica

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Previous issue date: 2015-08-28 / A Mata Atlântica é o bioma que abrange o maior gradiente altitudinal no Brasil, com sete dos maiores picos nele localizados, e o Espírito Santo contempla toda a variação altitudinal desse bioma. Dessa forma, esta região é ideal para estudos sobre a influência do gradiente altitudinal sobre a riqueza e composição diferencial de espécies de pequenos mamíferos não voadores. Para isso, foram selecionadas áreas que juntas abrangessem altitudes entre 0 a 3000 m. o perfil altitudinal geral foi então dividido em intervalos de 500 metros, para se investigar se há relação entre a composição da fauna nesses diferentes gradientes altitudinais. Para tal foi realizado um levantamento em duas áreas: Parque Estadual do Forno Grande (PEFG), com dois perfis altimétricos (entre 1000-2000 m que constituía uma lacuna de conhecimento), e, Parque Estadual da Mata das Flores (PEMF), com um perfil altimétrico (entre 0-500 m), totalizando um esforço amostral de 4182 armadilhas/noite por parque. Para os demais gradientes foram utilizados dados disponibilizados na literatura científica e em bancos de dados de coleções zoológicas.
Foram calculados a riqueza, a frequência relativa e os índices de diversidade de cada espécie para cada intervalo de altitude. A similaridade entre a composição de espécies nos diferentes intervalos e entre as Unidades de Conservação (UC) foi avaliada através do coeficiente de Jaccard e o índice de Sorensen, representados pelo agrupamento UPGMA. Adicionalmente, foi calculado o Coeficiente de Semelhança Biogeográfico (CSB) para os intervalos altitudinais e para as UCs. O inventário de pequenos mamíferos no PEMF é inédito e demonstrou uma riqueza de apenas três espécies (H = 1,099). O levantamento realizado no PEFG apresentou riqueza de 17 espécies (H = 2,833). A riqueza total de espécies se concentrou em altitudes intermediárias entre os gradientes de 500-1000 m, seguido de 0-500 m; para marsupiais esse padrão se manteve, enquanto para roedores os maiores índices de riqueza foram registradas entre 500-2000 m. As maiores diversidades foram encontradas entre 500-1000 m e entre 1500-2000 m. O gradiente entre 1000-1500 m apresentou valores menores de diversidade em relação aos intervalos limítrofes. A respeito da semelhança biogeográfica entre gradientes altimétricos as faixas com maiores coeficientes (CSB) foram aquelas adjacentes, principalmente as de maior altitude. Dentre às UCs, o maior CSB foi encontrado entre o PEFG (que se localiza em uma altitude intermediária) e as demais. Se considerarmos as similaridades entre as diferentes faixas altitudinais, os gradientes mais elevados (2000-3000 m) foram àqueles mais divergentes do restante. Entre as UCs, as áreas com altitudes médias e altas se
agruparam à exclusão das áreas com baixas altitudes. Os elevados índices de riqueza, abundância e diversidade, tanto para marsupiais quanto para roedores, na altitude intermediária de 500-1000 m, resultam da sobreposição de ocorrência de táxons, com representantes característicos de baixadas e altas altitudes também nesse intervalo. A partir deste, à medida que se eleva a altitude, a riqueza e a abundância de marsupiais diminuem de forma quase linear até o limite de 2000-2500 m, enquanto a riqueza e a abundância de roedores persistem até o gradiente entre 1500-2000 m, quando então observa-se a queda mais pronunciada em riqueza. A maior semelhança biogeográfica entre as faixas altitudinais adjacentes evidencia a grande similaridade de fauna entre essas faixas, o que seria esperado. No entanto, as maiores similaridades biogeográficas foram encontrados entre os gradientes mais elevados, devido provavelmente a uma fauna endêmica especialista ou, ainda, um reflexo consequentemente do depauperamento de espécies em baixadas. Nota-se a substituição de fauna bem evidente entre 1500-2000 m, principalmente para espécies do gênero Akodon, Delomys, Oligoryzomys e Oxymcterus. Portanto, áreas de altitude pronunciada, assim como os táxons supracitados, podem atuar como um bom sistema no estudo e previsões temporais a respeito da interferência das alterações climáticas sobre a distribuição das espécies na Mata Atlântica.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/9422
Date28 August 2015
CreatorsVALE, V.
ContributorsGONCALVES, P. R., PARESQUE, R., COSTA, L. P.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Biologia Animal, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Biologia Animal), UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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