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O sagrado e o ritual vividos em um grupo de Danças Circulares Sagradas de Findhorn sob o enfoque de Carl G. Jung e Roy A. Rappaport

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Previous issue date: 2014-09-05 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The present research is aimed at reporting the testimonies of the participants of the
Sacred Circle Dances of Findhorn regarding the experience of the sacred, and defines the
role of this experience for the individual and for contemporary culture.
Sacred Circle Dances of Findhorn is the name given to the practice of the dancing
in round formation and other group dances, whether traditional or recently
choreographed, which are held according to a movement started by Bernhard Wosien,
with the spirit of the group work proposed by the Findhorn Foundation in Scotland, where
they started, developed, and spread to many countries. In Findhorn, such dances achieved
status of ritual and were focused on the experience of the sacred, although several
purposes are accepted. However, studies conducted so far have not been dedicated to the
basic focus, which is the path we choose to follow.
The theories of Carl G. Jung and Roy R. Rappaport were used as theoretical support
in what concerns the conceptions of sacred and ritual, besides taking into account some
analysis on the overview of the way of being religious in contemporary times.
The method used was qualitative, and data were gathered in the work field which
the researcher participated. The research was performed in a group formed especially for
this purpose and conducted by the researcher, in fifteen weekly meetings of two hours
each. The reports were audio-recorded and transcribed. Data were organized and handled
by building the technique of Lefèvre s Discourse of the Collective Subject. It was
revealed that the sacred was experienced in the group studied as a process consisting of
three elements. The first refers to the experience of two states of existence, that is, one
that connects to the everyday life and the other to a wider order. The second deals with
the experience of meeting a large body which the participants feel they are part of, as if
attached to a greater being configured as an experience of comprehensive unit. The third
element was present through the arrangement awareness of learning the meanings posed
by living, and elaborations on their own life can be extracted from it, thus guaranteeing
greater awareness.
For the individual, the experience of the sacred can enable the perception of another
personality, different from consciousness, with glimpses of the experience of wholeness
and unity, and some relationship with the self, which are important aspects for the process
of individuation. As for contemporary times, and with no necessity of joining some
religion, this kind of experience can mean the removal of the sanctification or projection
of the non-flexible context sacred, the replacement of the sacred in what is central and
unifies humanity in the sense eternity and truth. This scenario favors the ecosystem
adaptation that is essential for the continuity of human life.
The Sacred Circle Dance Findhorn is related to the round formation dances from
communities far from urban centers, probably born of sacred and religious elements. The
operation is in connection to the characteristics of the religious way of being in
contemporary times and in large cities. Practices of circle dances aimed only at numinous
states, mistakenly interpreted as if sacred, would lead to the understanding that the sacred
is something trivial and does not require some work of consciousness. In this manner, and
packed by late modernity trends, the sacred term may be used imprecisely / O objetivo principal da presente pesquisa é revelar nos depoimentos dos
participantes das Danças Circulares Sagradas de Findhorn a vivência do sagrado e situar
o papel dessa vivência para o indivíduo e para a cultura contemporânea.
Danças Circulares Sagradas de Findhorn é o nome dado à prática das danças de
roda e outras formações de danças em grupo, sejam elas tradicionais ou coreografadas na
atualidade, e que acontecem conforme o movimento iniciado por Bernhard Wosien, tendo
como espírito a proposta de trabalho em grupo da Fundação Findhorn, na Escócia, onde
foram lançadas e obtiveram crescimento, e a partir de onde foram difundidas para
diversos países. Em Findhorn, tais danças ganharam formato ritual e foco último na
vivência do sagrado, embora acolham propósitos diversos. Contudo, as pesquisas
realizadas até então não se ativeram ao foco principal, caminho esse escolhido nesta
pesquisa.
As teorias de Carl G. Jung e de Roy R. Rappaport serviram de suporte teórico no
que se refere às concepções sobre o sagrado e o ritual, além de se levar em conta algumas
análises sobre o panorama relativo ao modo de ser religioso na contemporaneidade.
O método utilizado foi o qualitativo, e os dados foram obtidos por meio do trabalho
de campo do qual a pesquisadora participou. A pesquisa foi feita em um grupo formado
para esta finalidade e conduzido pela pesquisadora, em quinze encontros semanais, de
duas horas cada. Os relatos foram gravados em áudio e transcritos. Os dados foram
organizados e tratados pela técnica de construção de discursos do sujeito coletivo de
Lefèvre e revelaram que o sagrado foi vivido no grupo pesquisado como um processo
composto por três elementos. O primeiro se refere à vivência de dois estados de
existência, ou seja, um que se liga à vida cotidiana e outro a uma ordem mais ampla. O
segundo trata da vivência de reunião num grande organismo do qual o participante se
sente fazendo parte, como se unido a um ser maior, configurando-se como uma vivência
de unidade abrangente. O terceiro elemento se fez presente pela disposição da consciência
de apreender os sentidos suscitados pela vivencia, podendo extrair dela elaborações
relativas à própria vida, portanto com ampliação da consciência.
Para o indivíduo, essa vivência do sagrado pode possibilitar a percepção de outro
centro da personalidade distinto da consciência, com vislumbres da vivência de totalidade
e unidade e algum relacionamento com o self, aspectos importantes para o processo de
individuação. Para a contemporaneidade e sem que seja preciso se filiar a uma religião,
esse tipo de experiência pode significar a retirada da santificação ou projeção do sagrado
de contextos não flexíveis, a recolocação do sagrado no que é central e que unifica a
humanidade, no sentido de eternidade e de verdade. Isso favorece a adaptação
ecossistêmica, fundamental para a continuidade da vida humana.
A Dança Circular Sagrada de Findhorn está relacionada às danças circulares das
comunidades afastadas dos centros urbanos, provavelmente carregadas de elementos
sagrados e religiosos. Seu funcionamento está afinado com características do modo de ser
religioso na contemporaneidade e nas grandes cidades. Quando o consumo de práticas de
danças circulares tem como objetivo apenas os estados numinosos, interpretados
equivocadamente como se fossem o sagrado, poder levar à compreensão de que o sagrado
é algo trivial que não necessita do trabalho da consciência. Nessa situação, e embalados
por tendências da modernidade tardia, o termo sagrado pode ser utilizado de modo
impreciso

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/1929
Date05 September 2014
CreatorsLima, Tânia Pessoa de
ContributorsCruz, Eduardo Rodrigues da
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião, PUC-SP, BR, Ciências da Religião
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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