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O (in)divíduo compulsivo: uma genealogia na fronteira entre a disciplina e o controle

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Previous issue date: 2009-10-16 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Beginning in the 1990s, diverse habits, conducts, and daily-life behaviors, when
practised in excess, in an uncontrolled or repetitive manner began to be biologized by
psychiatry and progressively included in diagnostic manuals of mental disorders. Generically
known by the term compulsions, these "new mental disorders" group together thoughts and
desires that provoke discomfort, fear, and anxiety the activities whose engagement brings
pleasure such as playing, eating, buying, doing physical exercise, working, sex, surfing the
internet, using substances that alter perception, relationships, and religion. The emergency of
compulsions as a new "epidemic" to be combatted against occurred at the same that
psychiatry went through a reformulating process of its practices and knowledge thanks to new
computo-informational technologies, the development of modern psychopharmaceuticals, and
the incorporation of the contents regarding the mental and human behavior produced by the
neurosciences. This research aims to trace a genealogy of compulsions in order to
problematize dispositifs of power that operate subjects at the moment when disciplinary
societies, analyzed by Michel Foucault, come to be overlapped by control societies, as pointed
out by Gilles Deleuze. In this change, the asylum no longer is the principal economy of
power in the formatation of subjectivities, in order to be substituted by technologies that
operate in open air and result in normalizations of the normal. They are technologies that
combine subjections and machinic servitudes, promoting processes of (in)dividuation, and
take place on an environment by means of flows of mental health that convokes the policing
of "disfunctions", the auto-vigilance of behaviors and conducts, and the formation of
organized groupings of carriers of disorders. Understood as unfoldings of neoliberal
governamentality, compulsions are configured as one more dispositif of an "era of moderation
and moderates" and of the proliferation of the sensations of liberty / A partir dos anos 1990, diversos hábitos, condutas e comportamentos da vida
cotidiana, quando praticados em excesso, de maneira descontrolada ou repetitiva passaram a
ser biologizados pela psiquiatria e progressivamente incluídos em manuais de diagnósticos de
transtornos mentais. Conhecidos genericamente pelo termo compulsões, estes novos
transtornos mentais reúnem desde pensamentos e desejos que provocam desconforto, medo e
ansiedade a atividades cujo engajamento traz prazer como jogar, comer, comprar, fazer
exercícios físicos, trabalhar, sexo, navegar na Internet, usar substâncias que alterem a
percepção, relacionamentos e religião. A emergência das compulsões como nova epidemia
a ser combatida ocorreu simultaneamente à psiquiatria passar por um processo de
reformulação de suas práticas e conhecimentos graças às novas tecnologias computoinformacionais,
ao desenvolvimento de modernos psicofármacos e à incorporação de
conteúdos sobre o mental e o comportamento humano produzidos pelas neurociências. Esta
pesquisa visa traçar uma genealogia das compulsões a fim de problematizar dispositivos de
poder que operam assujeitamentos no momento em que as sociedades disciplinares,
analisadas por Michel Foucault, passam a ser sobrepostas pelas sociedades de controle, como
apontou Gilles Deleuze. Neste deslocamento, o manicômio deixa de ser a principal economia
de poder na formatação de subjetividades, para ser substituído por tecnologias que operam a
céu aberto e procedem a normalizações do normal. São tecnologias que combinam sujeições e
servidões maquínicas, promovendo processos de (in)dividuação, e incidem sobre o ambiente
por meio de fluxos da saúde mental que convocam ao policiamento de disfunções , à
autovigilância de comportamentos e condutas e à formação de agrupamentos organizados de
portadores de transtornos. Entendidas como desdobramentos da governamentalidade
neoliberal, as compulsões configuram-se como mais um dispositivo de uma era da
moderação e dos moderados em meio à proliferação de sensações de liberdade

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/2980
Date16 October 2009
CreatorsSiqueira, Leandro Alberto de Paiva
ContributorsPassetti, Edson
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ciências Sociais, PUC-SP, BR, Ciências Sociais
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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