A doença não marca hora, não marca dia : acolhimento e resolutividade em uma equipe de saúde da família

Com este estudo, tem-se, por objetivo, conhecer e analisar o acolhimento e a resolutividade da assistência de uma equipe de Saúde da Família de Porto Alegre, a partir das trajetórias terapêuticas e da visão de seus usuários. A Saúde da Família foi criada pelo Ministério da Saúde do Brasil, objetivando reorientar o modelo assistencial centrado no médico e na doença. Considera-se acolhimento e resolutividade como diretrizes que podem viabilizar essa reorientação. O desenho da investigação mesclou técnicas qualitativas e quantitativas. A coleta de dados foi realizada no domicílio dos usuários. Os dados quantitativos foram obtidos por meio de um formulário com perguntas fechadas, aplicado a uma amostra de 93 sujeitos. Os qualitativos foram obtidos mediante entrevista semi-estruturada com 22 sujeitos, sendo esses uma sub-amostra dos 93. A análise quantitativa foi feita com estatística descritiva e a qualitativa, mediante análise temática. Os resultados foram apresentados e discutidos simultaneamente, havendo uma articulação dos dados quantitativos com os qualitativos. Foi feita uma caracterização socioeconômica, demográfica e sanitária do grupo pesquisado. A soma de percentuais dos usuários que consideraram que o serviço sempre resolvia ou resolvia na maioria das vezes seus problemas atingiu 61,3%, ao passo que 6,5% disseram que o serviço nunca apresentava resolutividade. Entretanto, as trajetórias terapêuticas relatadas demonstraram dificuldades na obtenção de resolutividade, especialmente no primeiro nível de atenção. Além disso, o serviço não tem produzido melhorias na saúde dos usuários. Muitos relacionaram a resolutividade com a obtenção de acesso a especialistas. O índice de satisfação geral com o serviço foi de 86% e 43% desses se disseram muito satisfeitos. Há relação entre encontrar resolutividade sempre ou na maioria das vezes e estar muito satisfeito. Evidenciou-se um descompasso entre as trajetórias terapêuticas e a visão dos usuários sobre o serviço. Sugere-se que as equipes de saúde criem espaços coletivos de discussão, em seus micro-espaços de trabalho, oportunizando momentos de reflexão acerca do modo de acolher e de buscar respostas aos usuários dos Serviços Públicos de Saúde. / El objetivo del estudio es conocer y analizar la acogida y la resolubilidad en la atención de un equipo de Salud de la Familia de Porto Alegre, a partir de las trayectorias terapéuticas y de la visión de sus usuarios. La Salud de la Familia fue creada por el Ministerio de la Salud de Brasil con en fin de reorientar el modelo asistencial centrado en el médico y en la enfermedad. Se considera acogida y resolubilidad directrices que puedan viabilizar esa reorientación. El diseño de la investigación mezcló técnicas de calidad y cantidad. La colecta de datos fue realizada en los domicilios de los usuarios. Los datos cuantitativos fueron obtenidos por medio de un formulario con preguntas cerradas, aplicado a una muestra de 93 sujetos. Los cualitativos se obtuvieron mediante entrevista semi-estructurada con 22 sujetos, siendo ellos un sub-muestreo de los 93. El análisis cuantitativo fue hecho por medio de la estadística descriptiva y de la cualitativa, mediante el análisis temático. Los resultados son presentados y discutidos simultáneamente, habiendo una articulación de los datos cuantitativos con los cualitativos. Fue hecha una caracterización socioeconómica, demográfica y sanitaria del grupo investigado. La suma de los porcentuales de los usuarios que consideran que el servicio siempre resuelve o resuelve, en la mayoría de las veces, a sus problemas llega a los 61,3%, mientras 6,5% dijeron que el servicio nunca presenta resolubilidad. No obstante, las trayectorias terapéuticas relatadas demostraron dificultades en la obtención de resolubilidad, especialmente en el primer nivel de atención. Aún, el servicio no ha producido mejoras en la salud de los usuarios. Muchos de ellos relacionan la resolubilidad con la obtención de acceso a especialistas. El índice de satisfacción general con el servicio fue de 86% y 43% de estos sujetos se dicen muy satisfechos. Hay relación entre encontrar resolubilidad siempre o en la mayoría de las veces y estar muy satisfecho. Fue evidenciada una diferencia de paso entre las trayectorias terapéuticas y la visión de los usuarios sobre el servicio. Se sugiere que los equipos de salud creen espacios colectivos de discusión, en sus microespacios de trabajo, dando oportunidad a momentos de reflexión acerca del modo de acoger y de buscar respuestas a los usuarios de los Servicios Públicos de Salud.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/8229
Date January 2006
CreatorsRosa, Raquel Borba
ContributorsLima, Maria Alice Dias da Silva
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0017 seconds