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Os discursos masculinos sobre as práticas violentas de gênero

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Previous issue date: 2013-03-13 / Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco / Este estudo investiga as relações entre os sentidos de ser homem e as práticas de violência conjugal. Demonstra a representação social masculina no contexto das delegacias quando, acusados de agressão, explicitam a sua compreensão de envolvimento em situações de violência de gênero. São discursos dos homens sobre agressões às mulheres, proferidos num ambiente em que se sentem em desvantagem e ameaçados. A tese revisa autores antropólogos e feministas sobre relações de gênero, masculinidade e poder, e violência. A pesquisa de campo abarca três Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) na Região Metropolitana do Recife, relatando detalhes de observações, entrevistas, depoimentos, conversas com mulheres, profissionais e homens acusados, configurando 32 casos com múltiplos interlocutores. Sistematiza os discursos em três grandes eixos interpretativos empregados pelos homens para explicar as suas ações, entendendo-os de forma interconectada. Os referidos eixos se ordenam em: 1) como as relações de gênero devem ser; 2) como essas relações estão sendo; e 3) quem apoia as novas relações de gênero. Desse modo, os homens fazem: 1) um apelo ao reforço da importância e do controle masculino no cumprimento das normas tradicionais de gênero; 2) um reconhecimento de uma crescente autonomia feminina que gera inconformidade masculina; e 3) um questionamento da nova aliança de setores das estruturas de poder, especialmente das políticas públicas, com as mulheres, a exemplo da legislação e da atuação das delegacias, provocando um recuo masculino. Nas interpretações, a ideia de Marilyn Strathern, que realça categorizações de pessoas, artefatos, eventos, sequências, se fundamentam em imagens sexuais, independentes das relações de poder, permitindo a inclusão de ângulos diversos e questionando visões maniqueístas. Isto permite uma interpretação de discursos masculinos coletados em delegacias que evidenciam uma busca de inversão dos rótulos de ativo e passivo entre homens acusados de agressão, descortinando a complexidade das lógicas de relações conjugais cotidianas. Há mais de duas décadas, no Brasil, autoras como Maria Filomena Gregori e Bárbara Musumeci Soares denunciam os excessos do “vitimismo” e do conceito “violência contra a mulher”, mostrando as diferentes implicações do uso de conceitos como “violência conjugal”, guiando a problematização da leitura dos discursos masculinos em situações de violência. O jogo entre os discursos de “dominação masculina” e a reprodução de estruturas de poder desiguais, que não ocorrem plenamente, de um lado; e a produção da autonomia feminina, insubmissão e a valorização de políticas públicas que a reforçam, de outro; fazem os discursos observados no contexto das DEAMs compreensíveis pelo que Hannah Arendt identifica a violência, como a não “plena realização da dominação”, mas como a resposta a um processo que coloca em xeque a legitimidade dos que se entendem (entendiam) como dominantes.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/12132
Date13 March 2013
CreatorsSANTOS, Valdonilson Barbosa dos
ContributorsSCOTT, Russell Parry
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageBreton
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

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