Return to search

Se pudesse ressurgir eu viria como o vento: Das narrativas da dor:um estudo sobre práticas de modificações corporais e afetividades na experiência da travestilidade

Made available in DSpace on 2014-06-12T15:02:37Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo1016_1.pdf: 3454315 bytes, checksum: 028cf3f87c12a6e4eda4a407e86271da (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2008 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Desde a modernidade, as sociedades contemporâneas ocidentais, vêm sugerindo
um imaginário poluidor próprio, principalmente através da institucionalização da
heterossexualidade; da atmosfera naturalizante de corpos-sexuados; e do discurso
médico e jurídico, que infere o normal e o anormal. As travestis parecem se encontrar
no limiar de muitos desses significantes poluidores, não fazendo parte dos corpos que
importam, dos corpos sexuados e inteligíveis, onde usualmente a questão da
travestilidade e tomada em sua dimensão grotesca e erotizada; e sua hibridez, ou ainda a
própria possibilidade de existência desta hibridez, se torna fator revelador da não
linearidade necessária entre desejo sexual, gênero e corpo. Demonstram, assim, a carne
viva, numa performance social pulsante, o caráter manufaturado dessas representações,
que são a todo momento articulados entre si, através de identificações de gênero
experienciadas tanto através de questões cognitivas, relacionadas a idéia de eusdesejantes
e da autoconstrução, quanto à questões mais objetivas, as quais revelam a
reiteração de dispositivos de sexualidade e de matrizes culturais de percepção do
indivíduo, que o ajudam a formular o imaginário sobre si e sobre o mundo. Assim as
experiências emocionais, proferidas através das narrativas da dor, tomam centralidade
deste trabalho, visando perceber através deste discurso, bem como suas representações
na experiência de corporalidades vividas, os questionamentos que envolvem quebras de
representações de teor essencial; vivências e estados de abjeção e táticas de subversão
cotidiana. Seguindo uma abordagem antropológica de gênero, e dialogando com as
chamadas teorias queer, foi possível perceber que se entrelaçam nestas narrativas da
dor , encontradas na experiência da travestilidade, duas linguagens: A linguagem
Política , onde se alinham discursos sobre as dores do enfrentamento social e da
conseqüente abjeção; e a da Satisfação , relacionada às dores de suas práticas de
modificações corporais, significadas como fator positivo, de realização,
empreendimento e adequação. Essas duas linguagens se tornam elementos de um jogo
difuso, e o que se procurou refletir, foi justamente, como ocorrem essas articulações
entre dores e prazeres, entre identificação e exclusão, demonstrando-se como um
profícuo campo de investigação para esta temática, na qual as narrativas da dor nos
levam a pensar sobre as articulações entre ação e emoção, ao mesmo tempo em que
esboça a dor como política, atuando com um elemento distintivo de suas trajetórias. A
idéia da dor aparece aqui, como reflexividade e espaço de intervenção, onde se afirmará
a dignidade e a condição de humanidade

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/404
Date31 January 2008
CreatorsSILVA, Adrianna Figueiredo Soares da
ContributorsCAMPOS, Roberta Bivar Carneiro
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0061 seconds