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A disputa da argila pelos artesãos do Alto do Moura Caruaru

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Previous issue date: 2007 / Na formação da crosta terrestre, vários minerais se agrupam e formam os diferentes tipos de
rochas. A própria natureza se encarrega de desgastar as rochas que se encontram na
superfície, elaborando as várias fisionomias do relevo. A drenagem fica separada em bacias
hidrográficas. A bacia hidrográfica do rio Ipojuca, criada graças ao grande falhamento
conhecido por Lineamento Pernambucano, sofreu muita ação do intemperismo, provocando a
decomposição e a desagregação dos minerais das rochas. O material decomposto ou
fragmentado sofreu deslocamento, transportado pelas águas superficiais. Esse material ficou
depositado às margens dos rios e riachos. Importantes depósitos se acumularam às margens
do rio Ipojuca, entre as cidades de Caruaru e São Caitano, no Agreste de Pernambuco. O
depósito de material de granulometria mais fina (argila) se formou sobre o material mais
grosseiro (areia). Esta argila, com características plásticas bem acentuadas, foi utilizada
primeiramente para a elaboração de peças utilitárias como pratos, copos e panelas, e tijolos
maciços, produtos voltados para o consumo familiar. Com o crescimento populacional de
Caruaru, os produtos utilitários foram negociados na feira livre e a produção de tijolos e telhas
intensificada para atender à crescente procura por materiais para construção. Aproveitando-se
da mesma massa moldável com que a família fazia panelas, em 1915, o menino Vitalino
Pereira dos Santos criou uma peça representando uma caçada a um gato do mato, cujo
caçador estava acompanhado de cães e apontando a espingarda para o gato. Nascia, a partir
daí, a arte figurativa em barro do Alto do Moura, consagrando Vitalino como um dos mais
importantes artistas do Brasil e o Alto do Moura como o Maior Centro de Arte Figurativa
das Américas . As jazidas de barro, usadas pelos artesãos de peças utilitárias e figurativas e
pelos oleiros de tijolos e telhas comuns, a partir da década de 1940 começaram a ser vendidas
a várias cerâmicas de tijolos vazados e telhas tipo inglesa, intensificando-se ainda mais a
utilização dessa matéria-prima e proibindo, assim, o acesso aos artesãos. Com o esgotamento
de várias jazidas e a proibição ao acesso a alguma área que contenha ainda um pouco do
barro, os artesãos são obrigados a comprar a argila a particulares, cujas reservas a cada dia
diminuem, tornando o futuro desses trabalhadores incerto

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6927
Date January 2007
CreatorsSILVA, Laudenor Pereira da
ContributorsBITOUN, Jan
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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