Return to search

As latitudes do trágico em Os Sertões

Made available in DSpace on 2014-06-12T18:27:29Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo1038_1.pdf: 1580467 bytes, checksum: c3d725d4edb1c9f60a9ae0d8c409fdc0 (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2011 / Condicionado pelos enquadramentos científicos e epistemológicos referenciados em Os sertões, a
identificação da tragicidade que acompanha a obra consistiu no objetivo a ser alcançado na
presente tese. Lastreada por uma topografia narrativa que assumiu a História como o critério
definidor do seu estatuto, a emergência do trágico adotado exigiu a oposição da vontade e ação
do homem à realidade como o foro no qual esse pathos se plasmou na modernidade. Sintomático
das sendas trilhadas por Euclides da Cunha ao deliberar sobre as tensões político-sociais
sedimentadas na formação do Brasil, o conflito foi assimilado como eixo irradiador de onde se
definiram categorias passíveis de verificar sua presença textualmente. Concebendo a obra
modelada dialeticamente, cuja figuração em A Terra correspondeu a uma tese, as reflexões que
nela se sobressaem derivaram do Positivismo. Esta vertente filosófica abrigou um arcabouço
teórico no qual o desvirtuamento da ordem natural pelo movimento dos seres e a similitude
foram marcas que denunciaram o confronto entre a geografia do sertão e a linguagem que a
descreveu. Timbrado por pressupostos distintos da normatividade imposta na recriação do
espaço, em O Homem ficou retido narrativamente um perfil antitético, acepção que guardou
crédito ao Evolucionismo Social. Ascendendo como tipologias que refletiram o conflito entre a
razão científica e a experiência, os deslocamentos dos bandeirantes, jesuítas e de Antonio
Conselheiro, aliados ao pensamento que o mobilizou pela negação, elevação e preservação,
referendaram um discurso crítico pautado na pluralidade do ethos sertanejo. Explicitando
ambigüidades no discurso decorrente das estruturas de poder derruídas pelas imagens de revolta
e resistência dos canudenses, em A Luta ficou patenteado um trágico processo que encontrou na
contradição um ponto de interseção de uma nação dividida pelo tempo. A representação
conflituosa entre o presente, alicerçado na idealização da República, e o passado do país,
refluindo sob o signo da barbárie, repercutiu na instável síntese alcançada pelo autor, insinuando
ter sido aquela uma guerra cujos perdedores habitavam dois mundos: o Brasil do litoral, erigido
pelo seu universo ideativo, e o sertão, reclamando pelo reconhecimento da História

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6947
Date31 January 2011
CreatorsPEREIRA, João Batista
ContributorsFARIAS, Sonia Lucia Ramalho de
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0025 seconds