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Entendendo nas entrelinhas : como as crianças compreendem ironia em discursos argumentativos

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Previous issue date: 2011 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Dentre os recursos que podem ser empregados na defesa de um ponto de vista, ou mesmo
na produção de contra-argumentos, enfoca-se, neste trabalho, a utilização da estratégia
enunciativo-discursiva da ironia, que se caracteriza pela implicitação de sentidos diferentes
daqueles que comumente seriam entendidos no enunciado ou discurso em questão.
Considerando que é possível compreender ironia, segundo alguns estudos, em torno dos
primeiros anos escolares, este trabalho se propôs a observar como a compreensão da ironia,
a partir da perspectiva enunciativa dialógica, poderia afetar o reconhecimento dos
elementos básicos de uma argumentação (argumento, justificativa, contra-argumento,
resposta) por crianças que tivessem entre cinco e oito anos de idade. Esta investigação
assume a perspectiva dialógica bakhtiniana de linguagem, que é vista como atividade social
interativa, na qual sujeitos históricos interagem verbalmente produzindo e recebendo
enunciados, que terão seus sentidos constituídos a partir da interação de diversos contextos,
pontos de vista e falas sociais. Consequentemente, a compreensão aqui é entendida como
um processo ativo, no qual existe uma orientação em relação à enunciação do outro, isto é,
o interlocutor estabelece uma correspondência entre suas próprias palavras com as palavras
que lhe foram enunciadas, como se fosse uma réplica, o que caracteriza a dialogicidade
constitutiva do discurso. Quanto à argumentação, assume-se a perspectiva pragma-dialética,
na qual argumentar é um ato de fala complexo, cujo propósito interacional é contribuir para
a resolução de uma diferença de opinião. Este ato de fala argumentativo apresenta um
efeito comunicativo, correspondente à sua compreensão, e um efeito interacional, que é a
aceitação ou resposta ao ato de fala realizado, os quais não têm que necessariamente
coincidir. No entanto, a fim de que algum grau de aceitação se efetue, será preciso alcançarse
pelo menos algum grau de compreensão. A pesquisa foi realizada com quarenta crianças
entre cinco e oito anos de idade, as quais assistiram a alguns trechos de filmes infantis em
DVD, que continham situações argumentativas com ocorrência de ironia. Durante a exibição,
foram realizadas perguntas relativas à compreensão da situação discursiva apresentada, as
quais visavam capturar a compreensão tanto da ironia quanto de sua função retórica. As
atividades foram videografadas e submetidas à análise da responsividade compreensiva de
cada criança diante das situações discursivas observadas. As respostas dadas pelas crianças
indicaram ser a compreensão do efeito de sentido irônico um pressuposto fundamental para
a compreensão dos movimentos argumentativos de justificação ou de ataque a um ponto de
vista que subjaciam aos enunciados irônicos. As crianças que aparentemente não
capturaram uma subversão no sentido de um enunciado caracteristicamente irônico,
também pareceram não atribuir-lhe uma função retórica

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8067
Date31 January 2011
CreatorsSouza Alves, Cristhiane
ContributorsLeitão Santos, Selma
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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