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Produções discursivas sobre saúde e masculinidades em um serviço público de atenção à saúde dos homens

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Previous issue date: 2011 / Faculdade de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco / Este estudo se insere no atual contexto de implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), lançada em 2009, pelo Ministério da Saúde do Brasil. O objetivo geral da pesquisa foi analisar as produções discursivas sobre saúde e masculinidades produzidas por gestores, profissionais de saúde, e usuários de um dos primeiros serviços de saúde exclusivo para a população masculina no Brasil, localizado em um município da Região Metropolitana de Recife, Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, fundamentada na perspectiva construcionista em psicologia social, e situada na interface entre os estudos de gênero sobre masculinidades e os debates contemporâneos sobre saúde pública. Parte do pressuposto que, com a institucionalização de um campo de necessidades em saúde, tal como a Saúde do Homem , produzem-se novos sujeitos e regimes de poder-saber inscritos em redes que tendem a reafirmar verdades. O material analisado foi produzido com quatro profissionais de saúde do serviço, dois gestores integrantes da coordenação do projeto e seis homens usuários do serviço. O instrumento utilizado para produção dos dados foi entrevista semi-estruturada. Todas foram audiogravadas e transcritas e as análises foram orientadas pela análise de conteúdo temática, buscando-se visibilizar repertórios discursivos. Em linhas gerais, as análises destacam que a produção de saúde no serviço estudado é fundada numa noção de saúde biomédica orientada para uma prática assistencial, na qual a promoção da saúde é pouco enfatizada. A prevenção em saúde é entendida de modo reduzido, pois uma associação recorrente com a mesma é a prescrição de exames laboratoriais. A equipe dos profissionais não possui caráter interdisciplinar; ao invés disso, a organização do trabalho em saúde é desarticulada entre os próprios profissionais e destes com a equipe coordenadora, e a formação dos profissionais é centrada no saber e fazer médico. São incipientes práticas integrativas junto aos outros serviços de saúde municipais e nenhuma referência a conexões com outros equipamentos e redes sociais. Além disso, o homem inscrito na fala dos profissionais deste serviço é um corpo doente ou propenso à doença e, portanto, necessitado de cuidados biomédicos. O homem como sujeito generificado é concebido apenas como aquele que 1) trabalha durante o dia e precisa de um serviço de saúde noturno ou 2) que não se cuida e, portanto, que necessita muitas vezes da mulher para mediar sua relação com a unidade de saúde e com os profissionais. Também é um homem 3) que tem dificuldade de falar de si no âmbito da saúde e, assim, supostamente requer que o profissional seja homem para facilitar a comunicação. O olhar de gênero sobre processos que favorecem o adoecimento e/ou morte desses homens, fortemente marcados por modelos hegemônicos de gênero, são raramente referidos. Supostamente, a resposta oferecida parece reafirmar, e não romper com, o modelo hegemônico de masculinidade. Em síntese, a proposta do serviço parece reafirmar modelos tradicionais de saúde (centrados no saber biomédico e na perspectiva de saúde como ausência de doença ) e de masculinidade (centrado no trabalho e avesso às práticas de cuidado)

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8149
Date31 January 2011
CreatorsJéssica Macedo Santos Noca, Noemi
ContributorsMedrado-Dantas, Benedito
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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