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De agressor a dependente : a produção de sentidos sobre violência de gênero em Centros de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas

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Previous issue date: 2009 / O objetivo desse estudo foi investigar como profissionais e usuários que atuam em CAPSad
(Centros de Atenção Psicossocial voltados ao tratamento de pessoas com problemas
decorrentes do uso de álcool e outras drogas) produzem sentidos sobre violência de gênero,
considerando que estes são serviços para onde são frequentemente encaminhados homens
autores de violência, embora esses centros não integrem formalmente a Rede de
Enfrentamento à violência contra a mulher. Como suporte teórico, partimos da
performatividade da linguagem, isto é, a capacidade que esta tem de provocar e criar
realidades e do estudo das Práticas Discursivas como instrumento de análise dos processos de
produção de sentidos no cotidiano.O desenho da pesquisa, de natureza qualitativa, envolveu
entrevistas com cinco profissionais e cinco usuários, localizados em dois CAPSad sediados
na Região Metropolitana do Recife. Os usuários selecionados eram homens que traziam
algum relato de violência contra mulher associado à demanda de dependência química. A
análise produzida foi organizada em três eixos: 1) explicações do porquê se bate em
mulheres, 2) definição de violência de gênero e 3) interlocutores. De um modo geral, as
análises apontaram que a prática de atos violentos por parte desses homens está relacionada a
questões culturais (modelo de socialização masculina), à tentativa de esses homens se
defenderem das agressões físicas voltadas contra eles por suas companheiras, por distúrbios
internos e mentais do usuário o que lhe provocariam certo descontrole, pela dependência da
droga, pois esta atuaria como potencializadora dos atos violentos. A análise dos jogos de
posicionamentos apontou que os homens ao serem lidos rigidamente a partir da matriz
médico-psiquiatrizante são alocados como o doente, o alcoolizado . Sendo assim, eles,
sobretudo aqueles encaminhados pela Justiça por agressão a suas companheira e
denominados de agressores, sob uma forma não-dita, são perpetuados na condição de
vítimas , porque desresponsabilizados, ante sua dependência química. Uma vez que os
sentidos produzidos sobre a violência de gênero nesses espaços o são em torno do eixo
dependente-vitimário, perpetuam-se as categorias de pensamento opositivas e as práticas
institucionais cotidianas que dão suporte à manutenção da ordem sexista de gênero. Desta
forma, esses homens entram no circuito Justiça-Saúde como agressores e acabam
rapidamente sendo incorporados como dependentes . É necessária uma leitura crítica das
demandas que são geradas por agressão a mulheres ou outras formas de agressão
relacionadas a modos de ser legitimados nas relações de gênero, a fim de mapear junto à rede
de serviços voltada para esse público os nós que provocam qualquer deformação na demanda
inicial e podem gerar distorções

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8433
Date31 January 2009
CreatorsLeonardo Leandro, Edélvio
ContributorsMedrado-Dantas, Benedito
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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