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É assim que deve ser .... : o governamento das famílias e os serviços de assistência em saúde mental infantil

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Previous issue date: 2011 / Essa dissertação tem como objetivo analisar os lugares atribuídos aos familiares no
processo terapêutico de crianças usuárias do CAPS infantil de Campina Grande-PB
no discurso dos profissionais da instituição. Para o desenvolvimento dessa discussão
recorremos aos conceitos de biopoder e governamentalidade de Michel Foucault.
Nesse sentido, compreendemos as políticas públicas em saúde mental como parte
das novas estratégias de gestão da população, onde o que se coloca é não só a
gestão das vidas, mas a gestão dos riscos, nesse caso, os riscos psíquicos. O
presente estudo dialoga com os estudos da Psicologia Discursiva considerando
autores como Potter e Wetherrell. Na pesquisa, utilizamos observações, registradas
em diário de campo e entrevistas com os profissionais da instituição. Em seguida,
foi feita a análise do discurso considerando a função, construção e variabilidade
discursivas. A partir do material, observou-se que os profissionais tendem a negar a
função reguladora e normativa da instituição. Em seus discursos, a maioria dos
profissionais não admite as regras como obrigatoriedade, sendo utilizados termos
substitutivos como combinados e acordos . A família, geralmente, é vista como
desorganizada e o sofrimento psíquico da criança é atribuído a essa
desorganização. Atribui-se à instituição a função de organizador psíquico , para
tanto, ela deve organizar a família desestruturada. O estabelecimento de regras é
visto como elemento organizador da família e da criança. O discurso da maioria dos
profissionais culpabiliza e responsabiliza os familiares tanto pelo sofrimento
psíquico da criança quanto pela não adesão ao tratamento ou realização
inadequada do tratamento. Porém, também, aparecem discursos que reconhecem
as dificuldades enfrentadas pelos familiares, sendo descritas como: sentimento de
frustração por ter um filho diferente, dificuldade de aceitar o problema do filho,
questões financeiras, entre outras. Partindo da análise, observamos uma
desvalorização dos saberes dos familiares e uma legitimação dos saberes
especializados, que conduzem a melhor forma de cuidar e tratar a criança em
sofrimento psíquico. Nesse contexto, vemos o CAPS infantil como um agente
normalizador das condutas da população e entendemos as ações dos familiares que
faltam, não cumprem as orientações em casa, não querem participar do grupo de
família, ou a própria negação da doença, etc., como resistência, uma postura de
insubmissão diante dos saberes especializados, que estabelecem uma verdade
sobre a melhor forma de cuidar e tratar a criança em sofrimento psíquico

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8594
Date31 January 2011
CreatorsGomes Rodrigues, Sthéfani
Contributorsde Lourdes Meira Cordeiro, Rosineide
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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