Return to search

Ciclagem de biomassa e nutrientes em estádios sucessionais de caatinga

Made available in DSpace on 2014-06-12T23:13:47Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo2664_1.pdf: 3715941 bytes, checksum: dba83cdcdc03f8cd485cfa4e59a992e6 (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Estudos sobre a ciclagem de biomassa e nutrientes são importantes para a
melhor compreensão do funcionamento dos ecossistemas e,
consequentemente, para o desenvolvimento de estratégias de preservação dos
sistemas naturais. Em uma comunidade vegetal o compartimento formado pela
serapilheira e pelo solo é o sítio das principais etapas da ciclagem de
nutrientes, mas a dinâmica da ciclagem pode variar fortemente entre as
espécies ou entre diferentes estádios sucessionais da vegetação. Espécies
capazes de conservar e utilizar mais eficientemente os nutrientes mais
limitantes no ecossistema podem ter vantagens competitivas sobre as demais.
Entretanto, informações sobre esse tema ainda são escassas na literatura
sobre a caatinga. Sendo assim, este trabalho teve como objetivos: (1)
quantificar, ao longo de um período de dois anos, a produção anual de
serapilheira e o fluxo de nutrientes em quatro diferentes estádios sucessionais
de caatinga; (2) estudar os mecanismos de retranslocação e eficiência de uso
de nutrientes (N, P, e K) das espécies arbóreas dominantes; e (3) caracterizar
a decomposição e a liberação de nutrientes das folhas das principais espécies
arbóreas em áreas de caatinga no Sertão paraibano. O estudo foi conduzido na
Fazenda Tamanduá, em Santa Terezinha, PB, onde foram selecionadas áreas
de caatinga em quatro diferentes estádios sucessionais denominados como:
pasto (P), estádio inicial (E), intermediário (I) e final (L). Nestes diferentes
estádios foi quantificada a produção de serapilheira e o fluxo de nutrientes via
serapilheira ao longo de 2 anos. No estádio final, foi instalado um segundo
experimento para estudar a retranslocação de nutrientes de onze espécies
arbóreas: Aspidosperma pyrifolium (pereiro); Commiphora leptophloeos
(umburana); Combretum leprosum (mofumbo); Capparis cynophallophora
(feijão bravo); Erythroxylum pungens (Ameixa); Croton sonderianus
(marmeleiro); Jatropha phyllacanta (faveleira); Adenanthera colubrina (angico);
Caesalpinia pyramidalis (catingueira); Amburana cearensis (cumaru); e
Piptadenia stipulacea (jurema branca). Um terceiro experimento foi instalado
para avaliar, com o uso de bolsas de decomposição, as perdas de massa e
nutrientes das folhas das principais espécies arbóreas ao longo de um período
de 360 dias. A produção de serapilheira total apresentou modelo sazonal, com
os maiores valores no período de seca. A deposição anual de serapilheira no
pasto foi menor que nas outras áreas, tanto no primeiro ano (275 kg ha-1)
quanto no segundo (812 kg ha-1). Os demais estádios sucessionais não
diferiram significativamente, tanto no primeiro (inicial,1700 kg ha-1;
intermediário, 1984 kg ha-1; e final, 1902 kg ha-1) ou no segundo ano (inicial ,
3838 kg ha-1; intermediário, 2921 kg ha-1; e final, 2161 kg ha-1). A fração foliar
predominou em todos os estádios, variando entre 33 e 71% da serapilheira
total, seguida da fração miscelânea (15 a 62%) e da fração galhos (3 a 17%). As maiores concentrações de nitrogênio, fósforo e potássio foram encontradas
na miscelânea e as menores nos galhos. Entretanto, os maiores conteúdos de
nutrientes foram encontrados nas folhas. As maiores concentrações e
conteúdos estavam no estádio inicial e as menores no pasto. Os estádios
intermediário e final apresentaram aportes de fósforo e potássio semelhantes.
Todas as espécies retranslocaram nitrogênio e fósforo mas A. colubrina, C.
pyramidalis, J. phyllacanta e A. pyrifolium não retranslocaram potássio. De
forma geral, a retranslocação de nitrogênio foi, em média, maior do que de
potássio e de fósforo para as espécies estudadas. A. cearensis, P. stipulacea e
C. sonderianus foram as espécies que mais retranslocaram e C. pyramidalis e
J. phyllacanta as que menos retranslocaram nutrientes. O fósforo foi o nutriente
com maior eficiência de uso pelas espécies estudas, enquanto o nitrogênio
apresentou as menores eficiências de uso. No ensaio de decomposição, todas
as espécies perderam maiores quantidades de nutrientes nos primeiros 60
dias. De modo geral, ao final de um ano, as folhas de Mimosa tenuiflora
(jurema preta), C. pyramidalis, A. cearensis e a mistura de folhas de todas as
espécies (mix) tiveram maior decomposição (64 a 73%) que as folhas de C.
leprosum (46%). As perdas de N foram menores que as dos outros nutrientes,
tendo M. tenuiflora perdido mais N (71%) que as outras espécies (52 a 60%).
Todas as espécies perderam muito K (93 a 98%) e um pouco menos de P (81 a
94%). Portanto, todas as espécies ao final de um ano perderam mais da
metade dos seus nutrientes iniciais, refletindo uma rápida ciclagem na
caatinga, apesar desse ecossistema semiárido ser fortemente limitado pela
disponibilidade hídrica. Os resultados do presente estudo ilustraram o
comportamento da ciclagem de biomassa e nutrientes nos diferentes estádios
de regeneração de caatinga demonstrando que o estádio inicial de caatinga é
mais dinâmico que o estádio final. O fósforo, seguido do nitrogênio, são os
elementos mais limitantes nos estádios mais avançados de sucessão. As
espécies mais dominantes apresentaram diferentes padrões de retranslocação
e eficiência de uso de nutrientes, mas em geral não foram observadas
correlações significativas entre esses mecanismos e os atributos funcionais e a
dominância das diferentes espécies estudadas

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9255
Date31 January 2010
CreatorsMaia de Moura, Patrícia
ContributorsSimões Cezar Menezes, Rômulo
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0032 seconds