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Rastros e memórias : etnografia dos vaqueiros do sertão (Floresta – PE)

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Previous issue date: 2017-04-20 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) / This dissertation is about the vaqueiros (cowboys) of the municipality of Floresta, sertão of Pernambuco (hinterland), Brazilian northeast, where I conducted my fieldwork from February to May 2016. It is an ethnography about the disputed position of being a vaqueiro, since perspectives that, far from considering it an historical resistance, covered by regionalism and traditionalism, demonstrate the ways in which, nowadays, many vaqueiros are vaqueiros without being true. It means to say that not everyone is in fact vaqueiros, vaqueiros mesmo, in other words, the real ones.
In the face of these contradictions and evaluations, I divided the ethnography into three chapters. In the first, I bring a methodological discussion about how my friends characterized what should be, according to them, my analytical object par excellence. In this case, the real cowboy, original and authentic. Afterward, I will discuss some local strategies whose proposal is to turn the category vaqueiro in something essential. Then, I will see how it simultaneously multiply the same category in unexpected ways, in ways that couldn’t one day be imagined. For this reason, the second chapter analyzes how some interlocutors specifically innovate their relationships with the herd, the drought and the past. In the third and last, memory became the central theme of the discussion. According to my arguments, being a vaqueiro gains new senses in the present, taking into account the knowledge of wise storytellers, whose memories glorify them as more cowboys than others, because they lived in old times, the revered past. At the end of the same chapter, it is the human-animal relationships that gain prominence, in the context of the pegas de boi no mato or vaquejada.
My contribution is that, in addition to being disputed and prestigious, being a vaqueiro is also an inventive and procedural position. In this sense, the category in question gains a plastic nature in my ethnographic analysis, whose proposal is to understand that there isn’t only the prospect of the end – that the vaqueiros are disappearing or being transformed into something other than the masters of ancient times – but also the actual perspectives of some cowboys who, in turn, do not consider themselves deserters of what they conventionally call tradition, understood as the resource of memory in which are drawn the traits that equate, and at the same time, differentiate all of them from whom is more true, given the uncertainties of being a vaqueiro in the future. / Esta dissertação é sobre os vaqueiros do município de Floresta, sertão de Pernambuco, onde realizei pesquisa de campo de fevereiro a maio de 2016. Trata-se de uma etnografia a respeito da disputada posição de ser vaqueiro desde perspectivas que, longe de considerarem-na uma resistência histórica coberta de regionalismos e tradicionalismos, demonstram as maneiras pelas quais, hoje em dia, uns se dizem vaqueiros sem serem de verdade ou dizem que outros os são para imediatamente asseverarem o contrário. Ou ainda, que só alguns poucos são de fato e de direito vaqueiros, vaqueiros mesmo.
Diante dessas contradições e avaliações, dividi a etnografia em três capítulos. No primeiro, trago uma discussão metodológica a respeito de como os meus amigos e amigas sertanejas caracterizavam o que deveria ser, segundo eles(as), o meu objeto analítico por excelência. Neste caso, o vaqueiro de verdade, original e autêntico. A partir daí, deparei-me com estratégias que essencializavam a categoria ser vaqueiro para, simultaneamente a isso, multiplicá-la de formas que talvez um dia não fossem possíveis de serem imaginadas. Por essa razão, o segundo capítulo analisa como alguns interlocutores inovavam de forma específica as suas relações com o rebanho, a seca e o passado. No terceiro e último, a memória protagoniza a discussão. Por meio dela, ser vaqueiro ganha novos sentidos, levando em conta o conhecimento de sábios contadores de histórias, cujas lembranças os glorificam como mais vaqueiros do que outros, pelo fato de terem vivido pegas de boi de outrora. No final do mesmo capítulo, são as relações humano-animal que ganham protagonismo, no contexto das vaquejadas de pega de boi no mato.
Minha contribuição é que, além de disputada e prestigiada, ser vaqueiro é também uma posição inventiva e processual. Nesse sentido, a categoria em questão ganha textualmente uma natureza plástica, a fim de compreender que não há somente a perspectiva do fim – de que os vaqueiros estão desaparecendo ou se transformando noutra coisa que não os afamados senhores do tempo de antigamente –, mas também as perspectivas dos vaqueiros de hoje que, por sua vez, não se consideram desertores do que convencionalmente chamam de tradição, por eles entendida como o recurso da memória em que se desenham os traços que os igualam e, ao mesmo tempo, os desassemelham de quem é mais verdadeiro diante das incertezas de ser vaqueiro no futuro.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/9044
Date20 April 2017
CreatorsPereira, Renan Martins
ContributorsVillela, Jorge Luiz Mattar
PublisherUniversidade Federal de São Carlos, Câmpus São Carlos, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, UFSCar
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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