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O discurso pedagogico no cotidiano da escola

Orientador: Paulo Freire / Tese (doutorado) - Universidade Estadualde Campinas, Faculdade de Educação / Made available in DSpace on 2018-07-13T21:25:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1987 / Resumo: A investigação sobre o discurso pedagógico na Escola incluiu inicialmente uma busca teórica para sistematizar as categorias discurso pedagógico autoritário e discurso pedagógico dialógico em características identificáveis no cotidiano da sala de aula. Na busca teórica fundamentei-me no pensamento pedagógico de Paulo Freire, utilizando-me também das categorias de discurso pedagógico de Eni P. Orlandi. Esta etapa precedente ã análise do discurso pedagógico no cotidiano me permitiu sistematizar um instrumental de análise que oferece ao professor a possibilidade de analisar as práticas docentes em sala de aula, ou seja, ajuda-o a determinar e justificar quando que uma sucessão de aulas está sendo autoritária ou está sendo dialógica em função das características do discurso pedagógico que ali estejam acontecendo. Neste sentido este trabalho é uma tentativa de condensação do pensamento de Paulo Freire aplicada a análise das práticas cotidianas da sala de aula. Num segundo momento, convencida de que a pesquisa qualitativa, mais especificamente, a etnografia é a metodologia de investigação que melhor se presta ã análise do cotidiano da sala de aula e suas múltiplas determinações, parto para o trabalho de campo que me permite extrair o discurso pedagógico que acontece diariamente numa sala de Escola de 2° grau noturna e aí situar minha analise do discurso pedagógico. Esse exercício revela-se extremamente rico quando é aliado à atenta descrição de tudo o que se passa em torno da saia de aula bem como das circunstâncias que movem os personagens do discurso. Este trabalho acaba por influenciar três campos de ação: por um lado, ele testa e aperfeiçoa o instrumental teórico de análise do discurso pedagógico que havia sistematizado; por outro, ele abre espaço para pensar concretamente condições de evolução de um discurso autoritário para um discurso dialógico. Finalmente, pela presença participante da pesquisadora ele se torna um momento político na Escola pelo apoio e orientação que presta aos professores dialógicos que tentam ser coerentes com sua opção e que se enfrentam com todas as barreiras institucionais e políticas com as quais a ordem vigente combate as iniciativas de transformação radical da Escola e da sociedade. 0 trabalho de pesquisar o cotidiano neste sentido colabora para formar permanentemente os professores e as equipes técnico-administrativas em serviço, oferecendo a eles uma oportunidade de pôr em prática uma política pedagógica definida de opção em favor das classes populares. Estudando o discurso pedagógico concluo que vem predominando na sala de aula um discurso pedagógico autoritário onde o professor é um locutor pouco preocupado com o ouvinte, que exerce a posse exclusiva do objeto do conhecimento que é transmitido acriticamente e despido de categorias históricas e onde inexiste a reversibilidade no discurso. Por outro lado existem tentativas de práticas docentes dialógicas onde o discurso pedagógico se encaminha para o intercâmbio crítico entre professor e estudantes sobre objetos de conhecimento tomados como objetos de estudo por busca ativa que tende o gerar uma sistematização própria considerando a linguagem e conhecimento comuns do estudante e alcançando níveis mais elaborados sob a direção do professor pue obtém reversibilidade e é reconhecido como autoridade. Pesquisando o discurso pedagógico na saia de aula e suas circunstâncias concluo que, ao nível do professor, o discurso dialógico depende de sua opção política, coerência e competência que se vincula a sua formação acadêmica e sua história de vida e experiências. Concluo que a estrutura e a dinâmica da Escola brasileira hoje, baseada na segmentação do tempo, pessoas, funções, conteúdos favorece a manutenção da incompetência pedagógica autoritária e que os testemunhos das experiências dialógicas que de dentro dela se ensaiam podem servir para abrir mais espaço para uma Escola brasileira democrática. Concluo que os objetos do conhecimento na Escola são sociais e políticos e é conveniente uma formação adequada para reelaborar estes conteúdos assumindo a politização em favor da classe dominada, ou seja, sistematizar o conhecimento existente na classe dominada, considerando isso para a elaboração mais sofisticada de um conhecimento vestido de historicidade, pleno ce sentidos, compreensível ao interlocutor, estimulador de mais inteligibilidade, gerador de emancipação, capaz de tornar os interlocutores intérpretes-autores nessa re-elaboração, Concluo que professores e estudantes de opção dialógica que se queiram coerentes na sua opção tem de se submeter a uma disciplina rígida em busca do conhecimento, sua re-elaboração,sua difusão, seu testemunho de emancipação criadora. / Abstract: Not informed. / Doutorado / Filosofia e História da Educação / Doutor em Educação

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/251625
Date13 July 2018
CreatorsPey, Maria Oly
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Freire, Paulo, 1921-1997, Freire, Paulo - Crítica e interpretação
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format348f., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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