Return to search

O homem caipira nas obras de Lobato e de Mazzaropi : a construção de um imaginario

Orientador : Suzi Frankl Sperber / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-01T17:11:25Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Gouvea_LuzimarGoulart_M.pdf: 4641481 bytes, checksum: 646874c8d233b2f142945e30ac1f7d15 (MD5)
Previous issue date: 2001 / Resumo: Um confronto entre as obras de Monteiro Lobato e de Mazzaropi leva a interessantes observações sobre os procedimentos adotados na construção da figura do caipira presente na Literatura e no CinemaBrasileiros. Enquanto Monteko Lobato, ao criar o Jeca Tatu, não considera o processo histórico que criou um tipo de cultura específica dentro do corpo da sociedade brasileira, a cultura caipka, Mazzaropi, ao aproveitar a personagem de Lobato no cinema, traz contribuições importantes para que seja ouvida a voz do caipka. Lobato não considerou particularidades da cultura caipka, ignorou a expropriação das formas dessa cultura, além da expropriação das formas de economia. Mais ainda, Lobato fala a partir de seu lugar de classe e silencia a voz do caipka, por meio do procedimento de atribuição de voz, e, ao folclorizar o caipira, faz revelar a visão que a área dos ocupantes tem dos ocupados. A voz que prevalece, então, é a voz do outro, falando sobre o não ser. Numa perspectiva que considera uma dialética do "não ser e do ser outro", de Paulo Emílio Salles
Gomes, a análise do filme Jeca Tatu, traz o caipka, na obra de Mazzaropi, como pertencente à área do ocupado, ocupado esse criado pelo ocupante. Mazzaropi dá voz ao caipka, propicia o encontro do representado com sua representação, e se utiliza de alguns recursos sorrateiros e eficientes na representação do caipka. A personagem filmica de Mazzaropi, Jeca Tatu, vai insem-se na "dialética da malandragem", proposta por Antonio Candido. Com a assunção da malandragem, o Jeca de Mazzaropi vai aparecer desfolclorizado, porque vivo, dinâmico e não preso a um congelamento da imagem do caipka, segundo interesses dos ocupantes. À malandragem, Mazzaropi carreia outro recurso: na instância do discurso, o Jeca acaba por "desconstruir" o lugar de fala do ocupante, com a recorrência ao riso, com a reserva para si da última palavra. Assim, o Jeca de Mazzaropi aparece com voz e pode promover um lugar de resistência dentro dojogo das forças sociais / Abstract: A confrontation between the works of Monteiro Lobato and those of Mazzaropi leads to interesting observations concerning the strategies used to build up the figure of the caipira, present in Brazilian Literature and Cinema. While Monteiro Lobato, in creating Jeca Tatu, does not take into consideration the historical process which created a kind of specific
culture within Brazilian society - the caipira culture - Mazzaropi, placing Lobato's character in fihn, brings important contributions which enable the caipira' s voice to be heard. Lobato did not take into consideration particularities of the caipira culture, ignored the expropriation forms of such culture, as well as economical expropriation forms. Moreover, Lobato speaks through the voice of bis own social class and silences the caipira's voice, through the strategy of voice attribution, and, creating a folkloric representation of the caipira, reveals the view which the occupiers' area bears of the occupied ones. The voice which prevails is, then, the other's voice, speaking of the non-being. In a perspective which considers a dialectics of "not being and being another", of Paulo Emilio Salles Gomes, the analysis of the film Jeca Tatu portrays the caipira, in the work of Mazzaropi, as belonging to the area of the occupied - which is created by the OC~l1pier. Mazzaropi gives the caipira voice, enables the meeting of the represented with their representation, and makes use of some shrewd and efficient resources in the caipira' s
~sentation. Mazzaropi's film character, Jeca Tatu, belongs to the trickery dialectics proposed by Antonio Candido. With the assumption of trickery, Mazzaropi's Jeca appears image ofthe caipira, in accordance to the occupiers' interests. To trickery, Mazzaropi adds another device: in discourse, Jeca ends up deconstructing the occupier's place of speech, recurring to laughter, and reserving for himself the last word. Mazaroppi' s Jeca is, thus, given voice and able to create a resistance place within the game of social forces / Mestrado / Teoria e Critica Literaria / Mestre em Teoria e História Literária

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/270187
Date26 June 2002
CreatorsGouvea, Luzimar Goulart
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Sperber, Suzi Frankl, 1939-, Cardoso, Silvia Helena Barbi, Almeida, Milton José de
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format145 p., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0019 seconds