Return to search

Análise da desigualdade racial entre negros e brancos no cuidado da hipertensão arterial sistêmica no município de Campinas em 2008 e 2009 / Analysis of racial inequality between black and white population for arterial hypertension care in Campinas in 2008 and 2009

Orientador: Sílvia Maria Santiago / Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-27T10:15:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Garcia_AnaPaulaVasconcellos_M.pdf: 1063946 bytes, checksum: 9a286a0597704150c2e3049b523aeb82 (MD5)
Previous issue date: 2015 / Resumo: O princípio fundamental que articula o conjunto de leis e normas que constituem a base jurídica da política de saúde e do processo de organização do Sistema Único de Saúde no Brasil, explicitado no artigo 196 da Constituição Federal (1988) afirma: "A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação." (Lei n° 8080, de 19 de setembro de 1990). Além da universalidade e integralidade, o princípio da equidade é sempre muito debatido no aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde, visto nem sempre ser observado nas ações de saúde país afora. Esse princípio diz respeito à necessidade de se "tratar desigualmente os desiguais" de modo a se alcançar a igualdade de oportunidades de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma dada sociedade. As características sociodemográficas, tais como renda per capita, escolaridade, condições de moradia, atividade remunerada, estão diretamente relacionadas com as situações de iniquidade existentes na população brasileira, particularmente, quando comparamos os negros e brancos. Além disso, as condições de adoecimento entre esses grupos são diferentes, pois algumas doenças acometem mais uns do que outros. Um exemplo é a Hipertensão Arterial Sistêmica, cuja prevalência é maior nos negros. Esse trabalho objetivou estudar as situações de desigualdade social entre brancos e negros hipertensos do município de Campinas-SP, analisando suas condições sociodemográficas, acesso aos serviços de saúde, bem como cuidados no controle da doença e uso de medicamentos. O estudo foi realizado a partir de dados coletados do ISACAMP 2008-2009. Foram estudados comparativamente hipertensos brancos e negros entre 18 a 64 anos. A pesquisa apontou a difícil realidade enfrentada pela população negra brasileira para obter cuidados em saúde, que se associa a outras dificuldades apresentadas sobre as características socioeconômicas. As iniquidades socioeconômicas expressam-se nas condições de vida mais precárias dos negros, percebidas através dos domicílios menores, com mais moradores e em locais com menos condições sanitárias. Além disso, a renda per capita é menor do que dos brancos, o que leva a um consumo de bens também menor, deixando esta população em piores condições de acesso às informações e outros bens, incluindo possivelmente a mobilidade urbana. O estudo apontou, também, que a grande maioria dos negros é usuária do SUS. Quanto ao controle da HAS, os negros em geral fazem maior consumo de alimentos ricos em sódio e tomam medicamento de forma mais irregular que os brancos, utilizando-os mais frequentemente quando apresentam problemas, o que aponta para uma possibilidade maior de intercorrências de saúde e risco de morte. Nos cuidados da hipertensão mais uma iniquidade se apresentou, que foi a da escolha de medicamentos de classes farmacológicas não adequadas para hipertensos negros, conforme consensos internacionais e brasileiros. O estudo buscou trazer à luz iniquidades sociais e raciais que interferem no cuidado em saúde e é importante lembrar que a busca pela equidade é uma das principais diretrizes do SUS, portanto, as políticas públicas em saúde devem ser direcionadas à redução da discriminação racial e social / Abstract: The fundamental principle that articulates the set of laws and regulations that constitute the legal basis for health policy and organization process of the Unified Health System in Brazil, specified in Article 196 of the Federal Constitution (1988), states: "Health is everyone's right and duty of the State, guaranteed through social and economic policies aimed at reducing the risk of disease and other health problems and to equal access to programs and services for its promotion, protection and recovery. "(law No. 8080, September 19, 1990). In addition to the universality and comprehensiveness, the principle of equity is much debated on the Unified Health System reforms. This principle concerns the need to "treating the unequal unequally" in order to achieve equal chances of survival, personal and social development among the members of a society. The sociodemographic characteristics, such as, per capita income, education, habitation, employment status, and they are directly related to the existing inequity of situations in the Brazilian population, particularly among black and white people. Furthermore, disease conditions are different between these groups, as some disorders affect more than others. One example is systemic hypertension, whose prevalence is higher in black people. This study shows the situations of social inequality among hypertensive white people and hypertensive black people in the city of Campinas-SP, analyzing their sociodemographic conditions, access to health services and care in controlling the disease and medication use. The study was conducted from data collected from ISACamp 2008-2009. Hypertensive white people and hypertensive black people between 18 and64 years old were studied. The survey showed the hard reality faced by black people for health care, which is associated with other difficulties presented on socioeconomic characteristics. Socioeconomic inequalities are expressed in the most precarious living conditions of black people, perceived through the smaller habitations, with more residents and local under sanitary conditions. Furthermore, the black¿s per capita income is less than white¿s per capita income, which leads to a consumption of goods also lower, leaving this population in worse conditions of access to information and urban mobility. The study found also that the vast majority of the black people uses the National Health System. Regarding the control of hypertension, the black people in general consume foods with high quantity of sodium and take medication more irregularly than white people, using them more often when they have problems, pointing to a greater chance of health complications and risk of death. In the care of hypertension another iniquity presented, was the choice of inappropriate pharmacological classes of drugs for black hypertensive people, according to international and Brazilian consensus. Observing all social and racial inequities in health referred in the study, it is important to remember that the pursuit of equality is one of the main guidelines of the Unified Health System, so the health public policies should focus on reducing racial and social discrimination / Mestrado / Epidemiologia / Mestra em Saúde Coletiva

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/313084
Date27 August 2018
CreatorsGarcia, Ana Paula Vasconcellos, 1987-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Santiago, Silvia Maria, 1958-, Andrade, Maria da Graça Garcia, Lima, Margareth Guimarães
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format65 f. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0034 seconds