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Biologia reprodutiva e hibridação em especies sintopicas de Ludwigia (Onagraceae) no sudeste do Brasil

Orientador : George John Shepherd / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia / Made available in DSpace on 2018-07-31T21:33:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2002 / Resumo: A família Onagraceae Juss. é considerada como uma família natural e particularmente interessante para estudos sobre biologia da reprodução, pelo seu tamanho moderado e relativa abundância de infonnações morfológicas, sistemáticas, moleculares e químicas. O gênero Ludwigia L. ocupa uma posição isolada na família, o único na tribo Jussiaeeae, apresentando mais de 80 espécies de distribuição predominantemente sul-americana. Este estudo foi projetado para investigar os sistemas reprodutivos de doze populações de dez espécies simpátricas compartilhando áreas brejosas (Centro Experimental de Campinas - Instituto Agronômico, Campinas, SP), examinando relações com a fenologia, densidade floral, germinação, massa das sementes, habitats e hábitos. Espécies diferentes, ocupando o mesmo local, permitiram estudar o papel de algumas das barreiras à hibridação, externas e internas. A fenologia das populações foi estudada, em áreas amostrais delimitadas. Os picos de florescimento e frutificação e a densidade floral (DF) foram calculados mensalmente para cada população. Todas as espécies apresentam flores com duração de um dia e floresceram durante o outono e frutificaram do meio do outono até o fim do inverno (período seco). As menores DF máximas foram calculadas para as espécies anuais (0.4 para L. octovalvis população-OCTO até 1.9 para L. leptocarpa). Entre as espécies arbustivas eretas e auto-incompatíveis foram encontradas as maiores DFs, (L. sericea = 3,5 e L. nervosa = 7). Poucas flores abertas em cada dia aumentariam as taxas de polinização cruzada e evitariam a herbivoria floral por coleópteros, como observada na seção Myrtocarpus. O período de florescimento foi concentrado durante o início do período seco, quando os polinizadores, abelhas oligoléticas, estão ativas. A frutificação predomina durante o outono e as cápsulas abrem com as sementes ainda donnentes ou a germinação fica adiada até o início da próxima primavera, quando aumentam as chuvas e o número de horas de luz. As sementes podem ser dispersas pela água pois flutuam, como também é o caso das plântulas, pelo vento ou, secundariamente, na superficie de animais. As sementes foram estocadas, pesadas e colocadas para germinar, em estufa incubadora (25°C com 12 horas de luz). As espécies com as menores sementes foram as herbáceas anuais L. decurrens, L. erecta e L. hyssopifolia (cerca de 0,01 mg) e as maiores massas foram encontradas na população perene de L. octovalvis (SESSI) e em uma de L. tomentosa (TOM). Comparando diferentes tempos de armazenamento, L. octovalvis e L. erecta germinaram mais abundantemente no tempo menor de armazenamento, enquanto as outras espécies, principalmente L. decurrens, L. hyssopifolia e L. elegans, germinaram mais após maior período de armazenamento, indicando que entre as espécies de Ludwigia algumas devem perder a viabilidade ao longo do tempo ou que o período de dormência é variável. As espécies anuais com sementes menores tenderam a menores taxas de germinação (1% a 60%) enquanto as perenes, de sementes malOres, variaram de 14 a 86%. O menor período para germinação foi de 7 dias e os lotes de sementes continuaram germinando por até, no máximo, 133 dias (L. sericea). As plântulas desenvolvidas durante 5 meses que acumularam mais massa foram dos arbustos L. sericea e L. nervosa. Este conjunto de espécies de Ludwigia mostra uma variedade de hábitos e sistemas reprodutivos, de herbáceas autógamas até arbustos auto-incompatíveis. Nas espécies auto incompatíveis, os tubos polínicos, em cruzamentos de autopolinização, crescem até o tecido do estilete, confirmando um padrão para o gênero, diferente das outras Onagraceae, com interrupção no área do estigma. As espécies autocompatíveis incrementam o fluxo de pólen entre os indivíduos pelo pequeno número de flores abertas ao dia e distância entre as anteras e o est_ma. Não ocorre agamospermia. De cada um dos tratamentos sobre sistema reprodutivo, realizados em campo (polinização espontânea, autopolinização e polinização cruzada), foram recolhidos e sorteados frutos. Amostras foram pesadas e colocadas para germinar e as plântulas resultantes desenvolvidas e pesadas após 5 meses. As sementes originárias de pólen de outros indivíduos parecem ter o período de dormência diminuído e um aumento na proporção de germinação, entre as espécies herbáceas anuais de Ludwigia, enquanto que entre as espécies arbustivas a etapa mais marcante é o desenvolvimento inicial maior das plântulas. A obtenção de hibridos artificiais entre as espécies estudadas indica que também nas Ludwigia sul-americanas, como em outras seções do gênero, existem possibilidades de romper as barreiras à hibridação. Não existe reciprocidade na formação de frutos e sementes entre cruzamentos interespecíficos e o sistema de auto-incompatibilidade parece não interferir na formação de tubos polínicos de outras espécies. As barreiras detectadas seriam uma somatória de barreiras externas e internas: diferentes picos de floração associados a um comportamento dos polinizadores de visitas intraespecíficas, velocidade do crescimento do tubo polínico e dimensão do gineceu, formação de cápsulas normalmente deiscentes, formação e germinação das sementes. Estas barreiras não estariam agindo de forma isolada, mas em conjunto, na forma de filtros sobrepostos / Abstract: The family Onagraceae Juss. is considered a natural family and particularly interesting to study breeding systems because its moderate size and relatively abundant morphological, systematic, molecular and chemical information. Ludwigia L. is a distinct genus in the family, the only member of the tribe Jussiaeeae, comprises more than 80 species distributed mainly in South America. The purposes of this research were to study the breeding systems of 12 populations ITom 10 sympatric species growing together in wet habitats (Centro Experimental de Campinas - Instituto Agronômico, Campinas, SP), examining the relationships among phenology, floral density, seeds size, germination and habits. Different species living together are interesting to also determine the significance of hybridization natural barriers, external and internal. The phenology was analysed by limited sample areas. Flowering and ftuiting peakes and the floral density (DF) were calculated monthly for each population. AlI species have one day lasting yellow flowers and flowering occurs mainly in autumn and ftuiting ITom the middle of autumn to the end of winter (drought season). The maximum small DF was found to annual species (0.4 to L. octovalvis population-OCTO until .9 to L. leptocarpa). Among self-incompatible erect shrub species were found the highest DFs: L. sericea = 3,5 and L. nervosa = 7. Little flowers that were open each day would increase cross pollination and avoid floral herbivory by coleoptera, observed in section Myrtocarpus. The flowering season was concentrated during the beginning of drought season when pollinators, oligoletic bees were active. The capsules usually open with dormant seeds or the germination is delayed until the next spring, when there is more rainfall and increased daylight hours. The seeds are dispersed by water, because could be afloat, such as the seedlings, wind or secondarily by animal surface. The seeds were stored, weighed and germinated ( controlled environrnental chambers at 25°C and 12: 12h light-dark photoperiod). The smallest seeds were found in the herbaceous annual L. decurrens, L. erecta and L. hyssopifolia (about 0,01 mg) and the biggest mass was found in the perennial population of L. octovalvis (0,082 mg). Comparing two different storage periods, L. octovalvis and L. erecta germinated more copiously in the small period, while the other species, mainly L. decurrens, L. hyssopifolia and L. elegans, germinated more after the longer storage time. This indicated that Ludwigia species could lost viability or the dormancy period is variable. The annual species with small seeds tend to have smaller germination rates (1 %.; to 60%) while the perennials, with bigger seeds, germinated trom 14 to 86%. The period to germination was trom 7 days until maximum 133 days (L. sericea). The highest seedlings growth rate, after 5 months, were exhibited by the shrubby L. sericea and L. nervosa. Ludwigia species series show a variety ofhabits and reproductive biology, trom autogamous annual herbs until selfincompatible perennials erect shrubs. Agamospermy was not detected. The inhibition of zincompatible pollen tubes was in the upper part of the style, following a pattem, which is different trom the other Onagraceae. The self-compatible species increase pollen grains dispersal among individuals by the small number of open flower each day and distance between the anthers and stigma. From field studies each biology reproductive treatment: spontaneous pollination, manual self-pollination and cross-pollination were collected ftuits. Samples were weighed and the germination samples were monitored and seedlings were growth and weighed 5 months after. The cross- pollination seeds appear reduce the dormancy and increase the germination rate among Ludwigia herbaceous annual species, while among shrubby species, the most visible stage is the fastest initial development of seedlings. Experimental hybridization among studied species revealed that also among South - American Ludwigia species, such as the other sections in this genera, the hybridisation barriers could be broken. There was not reciprocity in the ftuits and seeds developing between interspecific crosses and the self-incompatibility system appear no interfere in the pollen tube growth between species. The detected barriers would be a sum of external and internal barriers: different flowering peak associated with pollination behaviour that prevail intraspecific visits, slow pollen tube velocity and ginoecium dimension, abnormally dehiscent capsules, viable seeds production. These barriers do not act alone, but together, such as an overlid filters system / Doutorado / Doutor em Biologia Vegetal

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/315045
Date15 February 2002
CreatorsVieira, Ana Odete Santos
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Shepherd, George John, 1949-, Forni-Martins, Eliana Regina, Oliveira, Paulo Eugênio, Torres, Roseli Buzzanelli, Gandolfi, Sergius
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format140p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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