Return to search

Estudo sobre a tolerancia oral em camundongos : a produção de anticorpos e atividades de celulas dendriticas

Orientador: Wirla Maria da Silva Cunha Tamshiro / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Biologia / Made available in DSpace on 2018-08-04T01:30:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Simioni_PatriciaUcelli_D.pdf: 1570514 bytes, checksum: b9c12ba8a419d865206d49b4f3360c94 (MD5)
Previous issue date: 2004 / Resumo: A administração de uma proteína solúvel por via oral é um dos meios mais efetivos de induzir a supressão da resposta imune sistêmica a antígenos protéicos, conhecida como tolerância oral ou de mucosas. No presente estudo, a tolerância oral à ovalbumina (OVA) foi analisada em camundongos BALB/c, selvagens e transgênicos (DO11.10), jovens, adultos, de meia-idade e velhos, utilizando-se protocolos de ingestão forçada (gavagem) ou voluntária (adicionada à água de beber) da proteína, aplicados por tempos variados. Tanto a gavagem como a ingestão voluntária de OVA induziram a tolerância sistêmica em camundongos BALB/c selvagens, de todas as faixas etárias avaliadas, de modo dose-dependente, conforme constatado pela produção reduzida de anticorpos séricos específicos, após o desafio antigênico por via parenteral. Entretanto, o tratamento oral com OVA não produziu o mesmo efeito nos camundongos transgênicos DO11.10, de qualquer das idades examinadas, muito embora esses animais tenham apresentado uma redução significativa no número de células do clonotipo KJ1-26, observada tanto no baço quanto no sangue periférico, após a ingestão da proteína. Nos camundongos BALB/c, o esquema de imunização parenteral com OVA, utilizando o hidróxido de alumínio como adjuvante, gerou preferencialmente a produção de anticorpos da classe IgG1, dependentes de linfócitos Th2, cujos níveis foram significativamente reduzidos pelo pré-tratamento oral com OVA. Nos camundongos transgênicos DO11.10, o mesmo esquema de imunização induziu uma resposta humoral mista, com a produção de anticorpos IgG2a e IgG1, dependentes das citocinas produzidas por linfócitos Th1 e Th2, respectivamente, cujos níveis não foram afetados pela prévia ingestão de OVA. Uma vez que camundongos BALB/c jovens tornaram-se tolerantes pela ingestão voluntária de OVA (4mg/mL, por 7 dias consecutivos), esse estado foi mantido por mais
de 44 semanas e pôde ser revertido pela transferência adotiva de 6x10 células esplênicas naive, isoladas de camundongos jovens da linhagem selvagem. Entretanto, nos camundongos transgênicos DO11.10, a transferência adotiva do mesmo número de células esplênicas da linhagem selvagem, seguida por novo tratamento oral com OVA por ingestão voluntária, resultou em níveis ainda mais elevados de anticorpos séricos específicos. As células dendríticas (DCs) de camundongos BALB/c jovens tolerantes à OVA foram menos eficientes em sustentar a proliferação in vitro de células T naive, isoladas tanto de camundongos selvagens como transgênicos, do que as DCs de camundongos BALB/c imunizados apenas por via intraperitoneal (i.p.). As co-culturas de células T naive e DCs de camundongos tolerantes apresentaram níveis significativamente menores de citocinas liberadas por células com perfil Th1 (IL-2 e IFN-g) e Th2 (IL-4 e IL-10) do que as culturas realizadas na presença de DCs obtidas de camundongos BALB/c imunizados com OVA por via i.p. Por outro lado, as DCs de camundongos transgênicos DO11.10, alimentados ou não com OVA e desafiados com o antígeno por via i.p., foram igualmente eficientes em induzir a proliferação de células T específicas, assim como a secreção das citocinas IL-2, IFN-g, IL-4 e IL-10. Entretanto, a secreção de TGF- 'beta' foi significativamente mais elevada nos sobrenadantes de cultura de células T naive co-cultivadas com as DCs de camundongos BALB/c tolerantes do que com as DCs de camundongos DO11.10 ou dos BALB/c imunizados por via parenteral. Os resultados obtidos no presente trabalho indicam que, em um sistema imune integro, a tolerância às proteínas da dieta se estabelece às custas das interações entre células apresentadoras de antígeno e células T, nas quais as proporções celulares e as moléculas estimuladoras resultantes estão em delicado equilíbrio. Alterações nesse balanço podem
provocar, como observado no camundongo DO11.10, o desencadeamento de respostas imunes dirigidas contra o antígeno relacionado com a população linfocitária predominante, podendo resultar em doenças inflamatórias e alérgicas. Estudos mais aprofundados são necessários para entender a dinâmica dessas populações celulares na indução e manutenção da tolerância, para eventualmente utilizar esse conhecimento na reversão de manifestações autoimunes ou de hipersensibilidades ou ainda na prevenção da rejeição de transplantes / Abstract: The oral administration of soluble protein is one of the most effective ways of inducing the suppression of the systemic immune response to proteic antigens, otherwise known as oral tolerance. In this study, oral tolerance to ovalbumin (OVA) was analyzed in wild type BALB/c and DO11.10 transgenic mice of four ages: young, young adult, middle-aged and old, using protocols of forced ingestion (gavage) and continuous feeding (OVA added to the drinking water). Both gavage and voluntary ingestion (continuous feeding) of OVA induced dosedependent systemic tolerance in the BALB/c mice of all ages evaluated, as indicated by reduced production of specific antibodies in the sera after antigenic challenge. However, neither treatment affected the DO11.10 transgenic mice, since these present a significant reduction in the number of clonotype KJ1-26 cells after the ingestion of the protein, as observed in the spleen and peripheral blood. In BALB/c mice, a schedule of parenteral immunization with OVA using alumen as adjuvant preferentially leads to IgG1 antibody production, which is dependent on Th2 lymphocytes, with levels significantly reduced by oral pre-treatment with OVA. In DO11.10 transgenic mice, however, the same immunization schedule induced not only the production of the IgG1 antibodies related to cytokines produced by Th2 lymphocytes, but also IgG2a, related to Th1-producing cytokines, which had not been affected in the BALB/c mice. Once young BALB/c mice became tolerant by voluntary ingestion of OVA (4mg/mL, for 7 consecutive days), the state of tolerance was maintained for more than 44 weeks, although reversed by adoptive transference of 6 x 10 (x6) naive spleen cells, isolated from young wild type mice However, in the DO11.10
transgenic mice, the adoptive transfer of the same number of BALB/c spleen cells had to be followed by a new oral treatment with OVA by continuous feeding; this resulted in higher specific antibody levels in the sera. The dendritic cells (DCs) from tolerant young BALB/c mice were less efficient in supporting in vitro proliferation of isolated naive T cells (whether from BALB/c or DO11.10 mice) than were the DCs from BALB/c mice immunized intraperitoneally (i.p.). Cocultures of naive T cells and DCs from tolerant BALB/c mice revealed lower levels of cytokines from Th1 (IL-2 and IFN -) and Th2 (IL-4 and IL-10) than did those including DCs from i.p. immunized individuals. On the other hand, the DCs from DO11.10 transgenic mice, whether or not they had been fed with OVA, challenged intraperitoneally with the antigen were all equally efficient in the induction of the proliferation of specific T cells, as well as the secretion of IL-2, IFN -g, IL-4 and IL-10. However, TGF- 'beta' secretion was significantly higher in the supernatants of T cell cultures from naive BALB/c mice co-cultivated with DCs from tolerant BALB/c mice than in the presence of DCs from DO11.10 or immunized BALB/c mice. The results indicate that tolerance to dietary proteins is dependent of interactions between antigen presenting cells and T cells, with the ratio of these cells and the resultant stimulatory molecules in delicate balance. As observed in DO11.10 mice, alterations in this balance can cause immune responses against the antigen and generate inflammatory and allergic illnesses. Other studies are necessary to understand the dynamics of these cell populations in the induction and maintenance of tolerance, in the hopes that autoimmune and hypersensitivity manifestations can be reversed and transplant rejection prevented. / Doutorado / Imunologia / Doutor em Genetica e Biologia Molecular

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/317412
Date26 November 2004
CreatorsSimioni, Patricia Ucelli
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Tamashiro, Wirla Maria da Silva Cunha, 1950-, Faria, Ana Maria Caetano de, Blotta, Maria Heloisa de Souza Lima, Rizzo, Luiz Vicente, Verinaud, Liana Maria Cardoso, Stach-Machado, Dagmart Ruth, Donadi, Eduardo Antonio
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Biologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format92fls. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0038 seconds