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Regulação de áreas de forrageamento e estruturação de comunidades de cupins

A utilização do hábitat pelos animais depende do balanço entre
os custos e benefícios envolvidos durante o forrageamento, como disponibilidade
de recursos e interações negativas. Os cupins (Insecta: Isoptera)
são organismos detritívoros que apresentam grande importância econômica
e ecológica. No entanto, ainda não são totalmente conhecidos os mecanismos
que estruturam as comunidades destes insetos. Com o intuito de preencher
parte desta lacuna, o objetivo desta tese foi verificar os fatores responsáveis
pela variação na área de forrageamento dos cupins e como estes podem
interferir na estruturação de suas comunidades. A questão central deste trabalho
foi entender: Por que há variação na abundância e riqueza de cupins
em diferentes locais? Para tentar responder esta pergunta foram testadas as
seguintes hipóteses: i) a abundância e riqueza de espécies é maior em locais
com maior disponibilidade de recursos; ii) cupins reduzem suas áreas de forrageamento
à medida em que há aumento da oferta de recursos; iii) as áreas
de forrageamento dos cupins apresentam picos de sobreposição nos pontos
extremos de qualidade do hábitat (baixa e alta) e baixa sobreposição em
locais de qualidade intermediária; e v) fatores bottom-up e top-down atrasam
a decomposição de recursos porque cupins utilizam preferencialmente
recursos em alta quantidade/qualidade e evitam recursos que conferem risco
de predação. Nossos resultados mostraram que, ao contrário do previsto,
houve uma redução na abundância e riqueza de cupins em locais com maior disponibilidade de recursos. No entanto, conforme esperado, cupins reduziram o tamanho de suas áreas de forrageamento em locais com alta qualidade
de recursos. Foram observados picos de sobreposição de áreas de forrageamento
nos pontos extremos (inferior e superior) de qualidade de hábitat.
Verificamos também que cupins selecionaram mais rapidamente recursos em
maior quantidade e que não conferiam riscos de predação. Desta forma, pode-se concluir que cupins são seletivos quanto à utilização de locais de forrageamento e que apresentam flexibilidade comportamental em regular o
tamanho de suas áreas de uso dependendo das variações ambientais. Esta flexibilidade pode explicar padrões de riqueza aparentemente contraditórios.
Assim, o presente trabalho contribui com novos conhecimentos a respeito do
forrageamento dos cupins e pode auxiliar no entendimento da estruturação
das comunidades destes insetos. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT:The use of habitats by animals depends on the balance of
costs and benefits associated to foraging, like availability of resources and
negative interactions. Termites (Insecta: Isoptera) are detritivorous organisms
with great economic and ecological importance. However, the mechanisms
that structure their communities are not completely known. So, the
objective of this thesis was to study the factors that lead to the variation
of termite foraging areas and how they can interfere in their community
structure. The central question of this work was: Why is there variation
in termite abundance and richness? To answer this question, the following
hypotheses were tested: i) the abundance and richness of species are greater
in sites with higher resource availability; ii) termites reduce their foraging
areas as resource availability increases; iii) the overlapping peaks of the termite
foraging areas occur in the extreme points of the habitat quality (low
and high); and iv) bottom-up and top-down factors delay resource decomposition
by termites because they prefer resources in high quality and quantity
and avoid resources that offer predation risks. Results show a reduction
of termite abundance and richness in places with abundance of resources.
However, as it was expected, termites reduced the size of their foraging areas
in high quality patches. Our results corroborate the hypothesis that there
is more overlap of foraging areas in the extremes of the habitat quality. We
also see that both bottom-up and top-down factors delay the use of resources
by termites. They selected resources in high quantity and without predation risk. Concluding, termites select their foraging areas and present a behavioral
flexibility that allows them to regulate the size of their foraging areas
according to the environmental conditions. This flexibility can explain the
seemingly contradictory termite patterns of richness. This work can contribute
for the understanding of termite foraging and community structure.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:123456789/1405
Date02 1900
CreatorsAraújo, Ana Paula Albano
ContributorsSouza, Og Francisco Fonseca de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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