Dor aguda no pós-operatório de craniotomia eletiva : características e manejo do fenômeno doloroso

Introduction: pain is a symptom that commonly occurs in post-operative craniotomy, which compromises the neurological evaluation and surgical recovery. Objectives: identify the
acute pain in the craniotomy postoperative period in relation to variables: location, intensity, duration and aggravating factors; examine the pain register carried out by the health team; check the prevalence of pain during the first week after craniotomy and its consequences and characterize the factors involved in the occurrence of postoperative pain. Material and Method: this is an observational, longitudinal study with a quantitative approach. Developed in the Intensive Care Unit and department of Neurosurgery at the Foundation of Beneficência Hospital of Surgery, Aracaju/IF. The sample was probabilistic, consecutive convenience,
consisted of 100 patients undergoing elective craniotomy. Data collection occurred from September 2010 until October 2011. The variables analyzed were gender, age, medical
history, indication of craniotomy, type of surgery, headache occurrence, register of pain in medical records, hospital stay, aggravating factors, intensity, consequences of pain and
analgesic use. Systematic data collection occurred through the selection of records followed by analysis and interviews with patients undergoing craniotomy. These patients were
evaluated from the first to the eighth postoperative day and/or until hospital discharge. A multiple logistic regression model was developed to determine the factors that could explain the presence of postoperative pain. The Chi-square test, Fisher's Exact Test and paired t-test were used. In the whole study a statistical significance level of 5 % was adopted. Results the data demonstrated that 59% were female, with an average age of 44.6 ± 14.5 years and 57%
were single. In 55% of cases, the diagnosis was a brain tumor, and 36% cerebral aneurysm. Headache was the main pain complaint, characterized as moderate, and its prevalence was 24.2 % in the 1st postoperative day (POD). The pain was mostly continuous type in 76.3% of patients and the bed position was the aggravating factor of the painful phenomenon in 10.9% of the cases. It was found that in 71%of the cases there was no record of pain by the health
team. The pain consequences reported by patients were: insomnia, the ability to cough and decreased appetite, and impaired ambulation. It was found that the analgesics used were the non-steroidal anti-inflammatory in 75% of the cases and that they were not sufficient for the pain relief, with a view that in 22% of patients, the pain remained after analgesia. The final logistic regression model indicated that the age < 45 years (OR=3.0, p=0,041 ) and the time of
surgery > 4 hours (OR=3.7, p=0.019) were predictive factors for the occurrence of headache immediately after the craniotomy. Conclusion: the data show that prevalent pain was the headache, characterized as moderate, continuous type, the painkillers were not effective for the pain relief and that there was a underreporting of the pain phenomenon. The main pain consequence was insomnia. The age < 45 years and surgery time > 4 hours are associated with the occurrence of post-surgery headache. / Introdução: a dor é um sintoma comum no pós-operatório de craniotomia, o qual compromete a avaliação neurológica e a recuperação cirúrgica. Objetivos: identificar a dor aguda no período pós-operatório de craniotomia em relação às variáveis: localização, intensidade, duração e fatores agravantes; analisar o registro da dor realizado pela equipe de
saúde; verificar a prevalência de dor durante a primeira semana pós-craniotomia e suas consequências e caracterizar os fatores envolvidos na ocorrência da dor pós-operatória.
Material e Método: trata-se de um estudo observacional, longitudinal com abordagem quantitativa. Desenvolvido na Unidade de Terapia Intensiva e no setor de Neurocirurgia da
Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia de Aracaju/SE. A amostra foi probabilística, consecutiva por conveniência, constituída por 100 pacientes submetidos à craniotomia
eletiva. A coleta de dados ocorreu entre setembro de 2010 a outubro de 2011. As variáveis analisadas foram sexo, idade, história médica pregressa, indicação da craniotomia, tipo de
cirurgia, ocorrência de cefaleia, registro da dor em prontuários, tempo de internamento, fatores agravantes, intensidade da dor, consequências da dor e uso de analgésicos. A sistemática da coleta de dados ocorreu por meio da seleção dos prontuários seguida de análise e entrevistas com pacientes submetidos à craniotomia. Esses pacientes foram avaliados do primeiro ao oitavo dia pós-operatório, e/ou até a alta hospitalar. Desenvolveu-se um modelo de regressão logística múltipla para determinar os fatores que poderiam explicar a presença de dor pós-operatória. Utilizaram-se os Teste Qui-Quadrado, Teste de Fisher e teste-t pareado. Em todo estudo adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: os dados demonstram que 59% dos pacientes eram do sexo feminino, com média de idade 44,6 ± 14,5 anos, 57% eram solteiros. Em 55% dos casos o diagnóstico foi de tumor cerebral e 36% de aneurisma cerebral. A cefaleia foi a principal queixa de dor, caracterizada como moderada e sua prevalência foi de 24,2% no 1º dia pós-operatório (DPO). A dor, na maioria, era do tipo contínua em 76,3% dos pacientes e a posição no leito foi o fator agravante do fenômeno doloroso em 10,9% dos casos. Verificou-se que em 71% dos casos não havia registro da dor
pela equipe de saúde. As consequências da dor relatadas pelos pacientes foram: insônia, a capacidade para tossir, apetite diminuído e a deambulação prejudicada. Constatou-se que os analgésicos utilizados foram os anti-inflamatórios não-esteroidais em 75% dos casos e que os mesmos não foram suficientes para o alívio da queixa de dor, tendo em vista que em 22% dos pacientes a dor continuava após analgesia. O modelo final de regressão logística indicou que a idade < 45 anos (OR=3.0, p=0.041) e o tempo de cirurgia > 4 horas (OR=3.7, p=0.019) foram fatores associados à ocorrência de cefaleia pós-craniotomia. Conclusão: os dados demonstram que a dor prevalente foi a cefaleia, caracterizada como moderada, tipo contínua, os analgésicos não foram eficazes para o alívio da dor e que havia uma subnotificação do
registro do fenômeno doloroso. A principal consequência da dor foi à insônia. A idade < 45 anos e tempo de cirurgia > 4 horas são fatores associados à ocorrência da cefaleia póscirurgia.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ri.ufs.br:riufs/3600
Date06 December 2012
CreatorsRibeiro, Maria do Carmo de Oliveira
ContributorsPereira, Carlos Umberto
PublisherUniversidade Federal de Sergipe, Pós-Graduação em Ciências da Saúde, UFS, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFS, instname:Universidade Federal de Sergipe, instacron:UFS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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