Return to search

Processos de racialização nas escolas primárias pernambucanas (1911-1945) / Process of racialization in primary schools in Pernambuco (1911- 1945)

Made available in DSpace on 2015-05-07T15:09:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1
arquivototal.pdf: 18536005 bytes, checksum: 15e2e4b927923b1ab8b6ef1f0f1136ce (MD5)
Previous issue date: 2014-08-18 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / We seek in this thesis to analyze the practices of racialization to which primary
school children were submitted in Pernambuco in the period 1911-1945. We adopted
this period for its reference to the initial moment of institutionalization of primary
schools in Pernambuco, while the milestone relates to the end of Estado Novo,
which was marked by a more pronounced concern of the Brazilian state in relation to
the definition of "figure of the Brazilian man." Therefore, many anthropometric studies
were drafted aiming at establishing the biotype of Pernambuco school. These studies
were intended to create homogeneous school classes both physically and
intellectually. Thus, discussions around the hygienism and eugenic thinking ended up
entering the school environment from the requirements and regulations that quite
possibly came to influence the school routine, thus marking singularities of school
culture specially in the context of elementary schools. Based on discussions, often
racialized, intellectual and political elite sought to biologically explain the
underdevelopment that Brazil was going through. Therefore, the proposal pointed
out that the situation was the harmonization of a national type, through the
"whitening" of Brazilian society, sometimes more veiled, sometimes more explicit. We
revisited racial theories to define this model of man as we believe that the education
policies reflected these ideas. The myth of racial democracy also contributed to
strengthening the need for bleaching Brazilian society, this time by this cultural bias
and not the biological one. We used as sources: laws, decrees, reports, rules,
regulations, and public education reform, education programs in primary schools,
reports and papers for elementary school , statistical yearbooks of teaching,
governors pronouncements on education, journals of education, medical and general
topics, lesson plans, newspapers, thesis of medical area, as well as the iconography
and didactic and non-didactic textbooks. All this documentary range was analyzed
theoretically and methodologically from the perspective of New Cultural History,
approaching more specifically the concept of representation produced by Roger
Chartier, besides ethnoratial studies and the history of education in Brazil. The
results revealed that the reforms envisioned by Ulysses Pernambucano, Carneiro
Leao and Aníbal Bruno in Pernambuco aimed to solve the "Brazilian race problem."
To racializing schoolchildren, it was used the rankings compiled by Roquette-Pinto,
who took into account skin color, the hue of the eyes and hair characteristics.
Associated to this, Psychology and Sociology were applied by professionals involved
with education, as it was the case of school physicians, visiting nurses and teachers
themselves. We have also seen that the school culture contributed to establish racial
distinctions that ensured the progress of the country by educating healthy,
regenerated and civilized citizens. We end our study arguing about the role Physical
Education had in the national and local scene considering that the policies of
racialization based on anthropometric tests and measurements gave us the mission
of reinvigorating the breed and ensuring the establishment of a healthy society both
physically, intellectually and morally. / Buscamos nesta tese analisar as práticas de racialização às quais os alunos dos
grupos escolares foram submetidos em Pernambuco no período de 1911 a 1945. A
periodização aqui adotada tomou como referência inicial o momento de
institucionalização dos grupos escolares em Pernambuco, enquanto que o marco
final refere-se ao Estado Novo, período que foi marcado por uma preocupação mais
acentuada do estado brasileiro em relação à definição da figura do homem
brasileiro. Para tanto, foram elaborados muitos estudos antropométricos objetivando
o estabelecimento do biótipo do escolar pernambucano. Tais estudos visavam criar
turmas escolares homogêneas física e intelectualmente. Assim, as discussões em
torno do higienismo e do pensamento eugênico se materializaram no universo
escolar a partir das prescrições e normatizações que iam desde a construção das
escolas até o seu funcionamento, marcando, portanto singularidades da cultura
escolar especialmente no âmbito dos grupos escolares. Baseados nas discussões,
comumente racializadas, a elite intelectual e política procurou explicar
biologicamente o atraso pelo qual se encontrava a nação brasileira. Para tanto, a
proposta apontada para sair daquela situação era a harmonização de um tipo
nacional, buscando-se para isso o branqueamento da sociedade brasileira, ora de
forma mais explicita ora mais velada. As teorias raciais foram revisitadas para definir
esse modelo de homem por entendermos que as políticas destinadas à educação
refletiram esse ideário. O Mito da democracia racial também contribuiu para o
fortalecimento da necessidade de branqueamento da sociedade brasileira, só que
desta feita pelo viés cultural e não mais pelo biológico. Utilizamos como fontes: leis,
decretos, relatórios, regimentos, regulamentos e reformas da instrução pública,
programas de ensino das escolas primárias, relatórios e jornais de grupos escolares,
anuários estatísticos de ensino, mensagens de governadores sobre a educação,
revistas do ensino, da área médica e de assuntos gerais, planos de aulas, jornais,
teses de medicina, além da iconografia e de livros didáticos e não didáticos. Toda
essa gama documental foi analisada teórica e metodologicamente sob a perspectiva
da Nova História Cultural, nos aproximando mais especificamente do conceito de
representação elaborado por Roger Chartier, além de estudos etnicorraciais e sobre
história da educação no Brasil. Os resultados, revelaram que as reformas
idealizadas por Ulysses Pernambucano, Carneiro Leão e Aníbal Bruno em
Pernambuco objetivavam resolver o problema racial brasileiro . Para racializar a
população escolar foi utilizada a classificação elaborada por Roquete-Pinto, que
levava em consideração a cor da pele, a tonalidade dos olhos e as características do
cabelo. Associado a isso a psicologia e a sociologia foram aliadas dos profissionais
envolvidos com a educação, como foi o caso dos médicos escolares, das
enfermeiras visitadoras e dos próprios professores. Vimos ainda que a cultura
escolar contribuiu para estabelecer distinções raciais no sentido de garantir o
progresso do país formando cidadãos saudáveis, regenerados e civilizados.
Finalizamos o nosso estudo discutindo acerca do papel que teve a matéria de
educação física no cenário nacional e local tendo em vista que as políticas de
racialização, baseadas testes e medições antropométricas imprimiram a missão de
revigorar a raça e garantir o estabelecimento de uma sociedade saudável fisica,
intelectual e moralmente.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.biblioteca.ufpb.br:tede/4802
Date18 August 2014
CreatorsArantes, Adlene Silva
ContributorsPinheiro, Antonio Carlos Ferreira
PublisherUniversidade Federal da Paraí­ba, Programa de Pós-Graduação em Educação, UFPB, BR, Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPB, instname:Universidade Federal da Paraíba, instacron:UFPB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation-8451285793228477937, 600, 600, 600, 600, 6022136314876952138, -240345818910352367, 2075167498588264571

Page generated in 0.0021 seconds