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Avaliação multicêntrica de aspectos da capacidade vetorial de populações de Aedes aegypti do Peru quanto ao vírus dengue do sorotipo 2

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Previous issue date: 2014-05-07 / Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. / A incidência de dengue e a distribuição geográfica do seu vetor no Peru têm aumentado consideravelmente na última década, necessitando-se de avaliações locais acerca da dinâmica da sua transmissão visando ao aprimoramento do seu controle. O presente estudo consiste na primeira investigação multicêntrica de aspectos da capacidade vetorial de populações peruanas de Ae. aegypti quanto ao vírus dengue, incluindo avaliações simultâneas da densidade, da competência vetorial e do perfil de resistência a inseticidas em populações naturais desse vetor das três regiões fitogeográficas e climáticas no Peru: costa, selva alta e amazônia. Para tal, fizemos amostragens de Ae. aegypti em 12 localidades, na primavera de 2011 e outono de 2012, empregando ovitrampas com dois tipos de suporte: madeira e papel. Os mosquitos da geração F2 de seis localidades foram oralmente expostos a uma amostra de vírus dengue do sorotipo 2 isolada na Amazônia peruana, em 2011 (DENV-2 Pe), para se avaliar competência vetorial. Homogenatos da cabeça dos mosquitos foram examinados por RT-PCR 14 dias após o repasto infectante (d.p.i) para a determinação da taxa de disseminação viral. Quando positivos, efetuou-se a titulação viral na cabeça por qRT-PCR
Mosquitos de uma população Amazônica peruana, Punchana (PUN), foram comparativamente infectados com DENV2-Pe e com uma amostra do mesmo sorotipo e genótipo isolado no Brasil (DENV-2 Br), tendo sido examinados aos 14º e 21º d.p.i. com as mesmas técnicas. Tambem o perfil de resistência a três inseticidas foi determinado em mosquitos adultos de quatro localidades, através do teste de garrafas impregnadas com inseticidas. Não houve diferença entre os dois suportes usados nas ovitrampas quanto à eficiência na coleta de ovos. A densidade de mosquitos foi bastante heterogênea no tempo e espaço no país. A positividade de ovitrampas foi elevada, variando de 22,2% a 65,4%, sendo a maior registrada em PUN e a menor em La Curva (LCU), na costa, onde, por outro lado, encontrou-se a maior densidade de ovos por ovitrampa positiva (68,8), seguida por PUN (66,5%); a menor densidade foi verificada em Bagua Chica (30,1), na selva alta. Houve disseminação viral em mosquitos de todas as seis populações, com taxas heterogêneas, variando entre 6,7%, em LCU, na costa, e 53,3%, em Rio Negro (RNE) na selva alta. A mediana da carga viral foi de ~10 log10 cópias de RNA/cabeça (PUN e Puerto Maldonado setor 7, na Amazônia, e Bagua Grande, na selva alta) e de ~5 log10 RNA/cabeça (RNE, da selva alta, e LCU e Sanchez Cerro, da costa)
A taxa de disseminação da infecção na população PUN foi menor para o DENV-2 Pe que para DENV-2 Br, tanto ao , no 14º d.p.i (16,7% versus 35,5%) quanto no 21º d.p.i. (20% versus 36,7%), embora a mediana da carga viral tenha sido maior na cabeça dos mosquitos infectados com o DENV-2 Pe. Três de quatro populações mostraram diferentes níveis de resistência para Alfacipermetrina, com mortalidade variando de 41,3% a 95,2%, todas apresentaram níveis de resistência incipiente para Deltametrina, mas foram sensíveis para Malation. Em conjunto, os resultados revelam que as populações de Ae. aegypti são consideravelmente competentes para a transmissão de dengue e apresentam-se em elevada densidade na maioria das localidades peruanas, sugerindo alto risco de ocorrência de epidemias de dengue, especialmente na amazônia. Ainda que possuam populações de Ae. aegypti competentes para transmitir o vírus dengue e com perda da susceptibilidade a piretroides, o risco de epidemias nas regiões da costa e selva alta é possivelmente ainda limitado por fatores climáticos e ecológicos / Dengue incidence and vector geographical distribution have considerably increased in the last decade in Peru. The assessment of factors concerned with local dengue transmission dynamics is required in order to improve control measures. The present study is the first multicenter investigation of some aspects of the vector capacity of Peruvian populations of Ae. aegypti to dengue virus, including simultaneous assessments of mosquito density, vector competence and profile of insecticide resistance in natural populations of this vector the three phytogeographic and climatic regions in Peru: the coast, mountain jungle Amazon. Ae. aegypti was sampled in 12 localities, during the spring 2011 and fall 2012, employing ovitraps with two types of support for mosquito egg laying: wooden paddle and towel paper. Mosquitoes of the F2 generation from six populations were orally exposed to a sample of dengue virus serotype 2 isolated in the Peruvian Amazon in 2011 (DENV-2 Pe), to assess vector competence. Head homogenates of mosquitoes were examined by RT-PCR 14 days after the infecting meal (dpi) for determining the rate of viral. When positive, the viral titer in the head was determined by qRT-PCR. Mosquitoes from one population from the Peruvian Amazon, Punchana (PUN), were comparatively exposed to DENV2 -Pe and to a strain of the same dengue virus serotype and genotype isolated in Brazil (DENV-2 Br), were examined at 14 and 21 dpi with the same techniques. The profile of resistance to three insecticides was determined in adult mosquitoes from four localities by the CDC bottle bioassay. The two kinds of support used in the ovitraps have similar efficiency in collecting Ae. aegypti eggs. Mosquito density was very heterogeneous in time and space in the country. The positivity of ovitraps was essentially high, ranging from 22.2 % to 65.4 %, with the highest and lowest recorded in PUN, in the Amazon, and La Curva, on the coast (LCU). On the other hand, the highest egg density per positive ovitrap ( 68.8 ), was detected in LCU, followed by PUN ( 66.5 % ); the lowest density was found in Bagua Chica ( 30.1 ), in mountain jungle. Dissemination of viral infection occurred in mosquitoes of all six tested populations, although with heterogeneous rates, ranging from 6.7% in LCU, on the coast, and 53.3 % in Rio Negro (RNE), in mountain jungle. The median viral load was ~10 log10 RNA copies/head in PUN and Puerto Maldonado sector 7, the Amazon, and Bagua Grande, in mountain jungle, and ~5 log10 RNA/head (RNE, the in mountain jungle, and LCU and Sanchez Cerro, the coast). Unexpectedly, the dissemination infection rates in the PUN population was lower for the DENV-2 Pe than the DENV-2 Br, both at the 14th d.p.i (16.7% versus 35.5%) and 21º d.p.i. (20% versus 36.7%), although median of viral loads were higher for the DENV-2 Pe strain. Three out of four populations displayed different levels of resistance to Alfacipermetrina, with mortality rates ranging from 41.3 % to 95.2 %. All populations showed developing levels of resistance to deltamethrin, but were all sensitive to Malathion. Together, results showed that Ae. aegypti populations are considerably competent to dengue transmission and occur in high densities in most assessed localities in Peru, suggesting high risk of dengue epidemics, especially in the Amazon. Even having Ae aegypti populations competent to transmit dengue virus and with loss of susceptibility to pyrethroids, the risk of epidemics in the coast and mountain jungle regions is possibly still limited by climatic and ecological factors.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.arca.fiocruz.br:icict/7702
Date January 2013
CreatorsSalcedo, Miriam Graciela Palomino
ContributorsNogueira, Rita Maria Ribeiro, Lima-Camara, Tamara Nunes de, Lima, José Bento Pereira, Martins Junior, Ademir de Jesus, Santos, Fatima dos, Oliveira, Ricardo Lourenço de
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ, instname:Fundação Oswaldo Cruz, instacron:FIOCRUZ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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