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Inclusão ou emancipação? um estudo do Cursinho Popular Chico Mendes/Rede Emancipa na Grande São Paulo

O trabalho busca discutir a relação entre os cursinhos pré-vestibulares populares e a educação popular, a partir das categorias “inclusão” e “emancipação”. Procura-se analisar o histórico do acesso à universidade brasileira, e os mecanismos de segregação utilizados para tal. Como resposta às provas de vestibulares realizadas pelas universidades, surgem cursos preparatórios, primeiramente ligados ao movimento estudantil e depois constituídos como um mercado próprio. A partir da década de 1980 ressurgem experiências que visam trabalhar com a tomada de consciência e engajamento nas lutas das classes populares, através da apropriação de um conhecimento muitas vezes disponível apenas aos que por ele poderiam pagar: os cursinhos populares. Procuramos discutir as seguintes questões: os cursinhos populares representam projetos de “inclusão social” no sentido de manter as estruturas que geram excluídos? Ou há elementos que confirmem tais experiências como negação desta ordem, que construam novas relações, como, por exemplo, de emancipação? Para o alcance dos objetivos propostos efetuou-se um estudo de caso focalizando o Cursinho Popular Chico Mendes/Rede Emancipa na Grande São Paulo. Nesta análise evidenciamos algumas das principais contradições, como a relação dos professores com a prática docente (voluntariado ou militância?), a relação de institucionalização através de Fundações ou Organizações Sociais Civis de Interesse Público (OSCIPs), e como encaram seu papel frente ao Estado. A pesquisa efetuada permite concluir que muitos dos cursinhos populares não apenas capacitam estudantes que buscam conquistar uma vaga na universidade, mas também podem colocar em xeque a lógica meritocrática e o caráter de classe da universidade. / This work aims to discuss the relation between preparatory courses for university admission and popular education, using the categories “inclusion” and “emancipation”. Here we analyze the history of university admission in Brazil, and the segregating means used for that admission. Preparatory courses then emerge as a response to the admission tests organized by universities. Those first courses were connected to university student movement, and then configurated as enterprises. In the 1980’s new experiences emerge, which aim to work with consciousness-raising and struggle engagement of popular classes, through apropriation of a private knowledge: the popular preparatory courses. We discuss the following questions: do popular preparatory courses represent “social inclusion” projects, mantaining structures that generate exclusion? Or are there elements that make those educational experiences confront social order, building new relations, as emancipation? To reach the objectives proposed, we designed a case study of Cursinho Popular Chico Mendes/Rede Emancipa in São Paulo metropolitan area. Among those social groups we can highlight some contradictions, as teachers´ practice (voluntary work or militancy?), the relation between institucionalization through Foundations or Non-Governmental Organizations, and how they face their role towards State. Our results made us conclude that many of the popular courses not only train students that look forward a seat in university, but can as well undermine university´s meritocracy and class character.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/33673
Date January 2011
CreatorsMendes, Maíra Tavares
ContributorsRibeiro, Marlene
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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