Return to search

Saberes ancestrais indígenas dos Tapebas de Caucaia-CE: contribuições e diálogos com a educação ambiental dialógica / Ancient Indigenous Knowledge of the Tapebas located in Caucaia-Ce: contributions and dialogue with Dialogic Environmental Education

XIMENES, Ana Karolina Pessoa Bastos. Saberes ancestrais indígenas dos Tapebas de Caucaia-CE: contribuições e diálogos com a educação ambiental dialógica. 2012. 162f. – Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2012. / Submitted by Márcia Araújo (marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-02-26T16:37:17Z
No. of bitstreams: 1
2012-DIS-AKPBXIMENES.pdf: 2290232 bytes, checksum: 44c4e15fbc1c428f124059fb24046632 (MD5) / Approved for entry into archive by Márcia Araújo(marcia_m_bezerra@yahoo.com.br) on 2014-02-26T17:30:15Z (GMT) No. of bitstreams: 1
2012-DIS-AKPBXIMENES.pdf: 2290232 bytes, checksum: 44c4e15fbc1c428f124059fb24046632 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-02-26T17:30:15Z (GMT). No. of bitstreams: 1
2012-DIS-AKPBXIMENES.pdf: 2290232 bytes, checksum: 44c4e15fbc1c428f124059fb24046632 (MD5)
Previous issue date: 2012 / Dialogic Environmental Education seeks to include indigenous values and knowledge in the construction of a critical praxis that reveals a new way of conceiving knowledge. In this manner, indigenous peoples, given their ancient cultural tradition, can contribute greatly to the fabric of environmental educational practices. In this thesis I discuss how the ancient knowledge of the Tapebas located in Caucaia (CE) can contribute and dialogue with Dialogic Environmental Education. In this manner, this research project was born out of the intent to apply egalitarian logical relations to diverse cultural practices and ways of thinking, acting, and living as a means of approaching these relations in a unified and supportive fashion. The research is both qualitative (MINAYO, 2007) and ethnographic (GEERTZ, 2008). For the most part, data collection occurred through the development of a relationship with the Tapebas, within their daily living conditions. At the same time, I also utilize interviews, narratives, and the “Dialogic Circle” (FIGUEIREDO, 2012), a juxtaposition of the Cultural Circle proposed by Paulo Freire and the Ecobiographical Affective-Dialogic Circle (a term frequently shortened to “Ecobiographical Circle”) (FERREIRA, 2011). This research project is indebted to Freire’s practical and theoretical contributions. Environmental Dialogic Education (FIGUEIREDO, 2007) not only utilizes his theoretical background, but it also dialogues with Critical Environmental Education in order to be accurately applied to a given socio-political and educational setting. The Eco-Relational Perspective developed by Figueiredo (2007) combines the affective relationship perspective with the environment. Ciampa (2004; 2005) has also made an important contribution by establishing the basis for reflecting and understanding the concept of identity. Additionally, Aníbal Quijano (1993; 2005; 2010), Walsh (2008), and Figueiredo (2009; 2010) were of paramount importance to the discussion of coloniality/decoloniality. Finally, in order to approach Critical Interculturality, this study benefits from the theoretical background offered by Walsh (2008), Fleuri (1998), and Figueiredo (2009b). Ancestral Tapeba contributions regarding acting and thinking in Dialogic Environmental Education are essential for harmonious living in three ways. First, ancient knowledges go beyond mere historical registers and are stores of knowledge for an entire people; these different forms of knowledge also act as guidelines for community cooperation. Second, the Tapeba create an affective relationship with the environment stemming from respect, care, and valorization. Finally, Tapeba ancestry believes in a horizontal relationship between all elements of nature in which love is cultivated. In this context, the Toré ritual is an example of cohesion, participant organization, and spiritual connection, all essential values to such an educational practice. In addition to demonstrating patience and knowledge in daily activities such as fishing, hunting, and harvesting, the Tapebas teach us how to coexist with the environment by expressing concern with future generations. / A Educação Ambiental Dialógica busca a inserção dos saberes populares na construção de uma práxis crítica, reveladora de uma nova forma de conceber o conhecimento. Dessa forma, os indígenas, diante de sua tradição cultural ancestral, mostram que têm muito a colaborar com a tessitura de práticas educativas ambientais. Nesta pesquisa tenho como objetivo discutir como os saberes ancestrais dos Tapeba de Caucaia (CE) podem contribuir e dialogar com a Educação Ambiental Dialógica. Nesse sentido, esta pesquisa nasceu com o propósito de colocar em cena e em relações igualitárias as lógicas, práticas e modos culturais diversos de pensar, atuar e viver desse povo, de modo que possamos atentá-las de forma solidária. A pesquisa é qualitativa (MINAYO, 2007), de caráter etnográfico (GEERTZ, 2008). A maior coleta de dados se deu a partir da relação, do estar com eles, dentro de suas realidades. Ainda assim, contei com a realização de entrevistas, narrativas orais e do Círculo Dialógico (FIGUEIREDO, 2012), resultado da aliança entre o Círculo de Cultura proposto por Paulo Freire e o Círculo Dialógico-Afetivo Ecobiográfico, sinteticamente chamado de Círculo Ecobiográfico, abordagem construída por Ferreira (2011). Paulo Freire está enraizado em todas as partes deste trabalho, por meio de suas contribuições teóricas e práticas. A Educação Ambiental Dialógica (FIGUEIREDO, 2007) toma para si os aportes deixados por esse autor e dialoga com a Educação Ambiental Crítica para, assim, nascer de maneira sólida e sensível ao cenário educacional, social e político. A Perspectiva Eco-Relacional, desenvolvida por Figueiredo (2007), aponta para o horizonte da relação afetiva com o ambiente. Ciampa (2004; 2005) deu preciosa contribuição ao servir de suporte para a reflexão e entendimento sobre a questão da identidade. Por sua vez, Aníbal Quijano (1993; 2005; 2010), Walsh (2008) e Figueiredo (2009; 2010) foram essenciais para a discussão acerca da colonialidade/descolonialidade. Já para tratarmos a respeito da Interculturalidade Crítica, servimo-nos dos aportes deixados por Walsh (2008), Fleuri (1998), Figueiredo (2009b). Como contribuição da Ancestralidade Tapeba para o fazer e o pensar em Educação Ambiental Dialógica, podemos dizer que os saberes ancestrais ultrapassam o entendimento de meros registros históricos e são sentidos como guardiões da sabedoria de todo um povo, conotando, também, ensinamentos para a convivência em grupo. Esses saberes revelam que o trato com o ambiente deve se dar de forma afetiva a partir do respeito, do cuidado e da valorização. Além disso, a Ancestralidade Tapeba acredita numa relação horizontal entre todos os elementos da natureza, na qual o amor é cultivado, sendo todos essenciais a uma vida em harmonia. O Toré, por sua vez, é um exemplo de coesão, organização dos participantes e sua conexão com a espiritualidade, fundamental para uma prática educativa nesse âmbito. Os indígenas têm a sabedoria e a paciência de acatar o tempo natural do ciclo da vida, esperando o melhor momento para realizar suas atividades de pesca, caça e plantio. Além disso, ensinam a ter o ambiente como parceiro, demonstrando preocupação com as gerações futuras.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/7514
Date January 2012
CreatorsXIMENES, Ana Karolina Pessoa Bastos
ContributorsFIGUEIREDO, João Batista de Albuquerque
Publisherwww.teses.ufc.br
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0026 seconds