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Fatores associados a transtornos mentais comuns e desejo de engravidar em gestantes adolescentes / Factors associated with common mental disorders and desire to become pregnant in pregnant adolescents

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o período da adolescência é aquele compreendido entre os 10 e os 19 anos de idade, a população de adolescentes é crescente e um em cada cinco indivíduos encontra-se nessa faixa etária. Anualmente, 60 em cada mil jovens se tornam mães, o que faz da gravidez na adolescência tema de interesse por parte de pesquisadores de todo o mundo. No município do Rio de Janeiro, observou-se o acompanhamento da tendência nacional de aumento de gravidez precoce, com maior variação positiva encontrada na faixa etária de 10 a 14 anos. O objetivo no Artigo I: Determinar a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) em uma população de adolescentes grávidas e
avaliar sua associação com características da gravidez e fatores socioeconômicos, demográficos e de rede social de apoio. Artigo II: Determinar a prevalência de desejo de engravidar em uma população de gestantes adolescente, verificar possíveis associações com fatores socioeconômicos, demográficos e de rede social de apoio e avaliar o papel da idade como modificador de efeito dessas associações. Foram utilizados nos Artigos I e II o método de estudo seccional de base ambulatorial realizado com 232 adolescentes grávidas, em qualquer trimestre gestacional, regularmente atendidas nos serviços de pré-natal de dois hospitais públicos especializados do município do Rio de Janeiro, de maio a outubro de 2007.
Foi utilizado questionário autopreenchível para a avaliação das características da gravidez, rede social de apoio, idade, renda, escolaridade, abandono escolar, situação conjugal, raça/cor e trabalho. As análises dos TMC foram conduzidas através do GHQ-12. Os resultados no Artigo I foram, a prevalência de TMC foi de 45,3%. O modelo final ajustado mostrou associação com TMC para as seguintes variáveis: renda familiar menor que três salários mínimos (RP = 2,32; IC 95% 1,15 - 4,67), não ter apoio familiar (RP = 2,18; IC 95% 1,69-2,81), não ter amigas para
conversar (RP = 1,48; IC 95% 1,13-1,92) e não ter religião (RP = 1,72; IC 95% 1,25 - 2,36). No Artigo II, foram a prevalência de desejo de engravidar entre as gestantes adolescentes foi de 46,2%. No modelo final ajustado, as variáveis que apresentaram
razões de prevalência (RP) estatisticamente significantes para associação com desejo de engravidar foram: ser casada ou viver em união estável (RP = 1,80; IC 95% 1,27-2,56), não ter amigas ou amigos com quem conversar (RP = 1,48; IC 95%
1,15-1,90). Adolescentes entre 12 e 16 anos e cursando o primeiro grau desejavam menos a gravidez (RP = 0,57; IC 95% 0,38- 0,88). Artigo I: Os resultados encontrados mostram que, frente à forte associação entre TMC e gravidez em adolescentes, temos a necessidade de implementação de políticas públicas que busquem minimizar os danos decorrentes das gestações em adolescentes, através da promoção de programas que incentivem a participação familiar no processo de
aceitação da gravidez, bem como propiciando espaços para discussão, onde essas jovens possam ser ouvidas e orientadas. Artigo II: Os resultados deste estudo comprovam que a gravidez na adolescência não é necessariamente indesejada. Assim, fatores como viver em união estável e não ter amigas(os) para conversar aumentam o desejo de engravidar. Por outro lado, ter entre 12 e 16 anos e ainda estar no primeiro grau diminui este desejo. Tais achados podem ajudar os profissionais de saúde que lidam com essa faixa etária a identificar possíveis situações de risco para a gravidez e assim direcionar sua orientação de forma precisa e adequada. / According to the World Health Organization (WHO) adolescence is the period between 10 and 19 years of age. Each year sixty in thousand girls become pregnant. Researches show that the city of Rio de Janeiro follows the country tendency of increasing the number of adolescent pregnancies; a worrying scenario in which the age of 10 to 14 years old presents the highest variation 7.1% per year. Paper I: To determine the prevalence of common mental disorders (CMD) and associations with
socioeconomic and demographic factors and social support network in a population of pregnant adolescents. Paper II: Assess the prevalence of pregnancy willingness and possible associations with socioeconomic and demographic factors and social support network in a population of pregnant adolescents and verify if age should be an effect modifier in these associations. Papers I & II: Cross-sectional studies with
232 pregnant adolescents regularly attending two public maternity hospitals in Rio de Janeiro from May to October, 2007. Self-reported questionnaires were used to assess socioeconomic and demographic data as well as information about social support network. GHQ-12 was used to assess common mental disorders. Paper I: The prevalence of CMD was 45.3%. Final adjusted model showed that CMD was associated with low income (PR= 2.32; CI 95% 1.15-4.67), lack of familiar support (PR = 2.18; CI 95%1.69 -2.81), do not have friends (PR=1.48; CI 95% 1.13 -1.92) and having no religion (PR = 1.72; CI 95% 1.25-2.36). Paper II: The prevalence of pregnancy willingness was 46.2%. Final adjusted model showed that being married (PR = 1.80; CI 95% 1.27-2.56) and do not have friends (PR = 1.48; CI 95% 1.15 - 1.90) was associated with desire of being pregnant. Girls studying in the elementary
grade and with 12 to 16 years of age showed less desire of being pregnant (PR = 0.57; IC 95% 0.38 0.88). Paper I: Results show due to the strong association found between CMD and adolescent pregnancy this condition could be very harmful to the mental health of these young mothers; government policies should manage this important issue; families and friends should have important rolls to help in these cases. Paper II: Pregnancy may not always be unwanted. Some factors, as being
married and do not have friends may have influence in these cases. Professionals dealing with adolescents should be aware of these issues to identify risk situations that could be successfully managed.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:3315
Date28 May 2008
CreatorsCelise Regina Alves da Motta Meneses
ContributorsClaudia de Souza Lopes, Joaquim Gonçalves Valente, Evelyn Eisenstein, Olga Maria Bastos, Ana Bernarda Ludermir
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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