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Pressão Arterial:Implicação do número de medições na estimativa da prevalência da hipertensão

Mestrado em Epidemiologia / Master Degree Course in Epidemiology / PRESSÃO ARTERIAL:
IMPLICAÇÃO DO NÚMERO DE MEDIÇÕES NA
ESTIMATIVA DA PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO
Daniela Figueiredo
Porto 2007

Dissertação da candidatura ao grau de Mestre em Epidemiologia apresentada à
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

O diagnóstico de hipertensão arterial deve basear-se em múltiplas medições de
pressão arterial (PA), recolhidas em, pelo menos, duas visitas diferentes. Pretendemos
avaliar e quantificar o impacto causado pela utilização de diferentes critérios para a
definição de hipertensão arterial, tendo em conta o número de observações em que se
baseiam, na estimativa de prevalência de hipertensão arterial e comparar a associação
entre hipertensão arterial, definida pelos diferentes critérios, e duas variáveis
reconhecidamente associadas à hipertensão arterial: o índice de massa corporal e a
hipertrofia ventricular esquerda.
Os dados da amostra foram recolhidos num estudo transversal com 739
participantes, com idade 45 anos, seleccionados de forma aleatória de uma população
Portuguesa, não institucionalizada, de Janeiro de 2001 a Dezembro de 2003. As
principais medidas a estudar eram a prevalência de hipertensão arterial (PA sistólica
140 mmHg e/ou PA diastólica 90 mmHg ou medicação com fármacos
antihipertensores) baseada nas medições de PA numa primeira avaliação, baseada nas
medições de PA numa segunda avaliação e cumprindo os mesmos critérios nas duas
avaliações, separadas por um período mediano de 14 dias. Estudámos a associação
desses três critérios diferentes com o índice de massa corporal e com a hipertrofia
ventricular esquerda.
A estimativa de prevalência de hipertensão arterial era 63.4% (95%CI:59.8-66.9)
usando as medições de PA da primeira avaliação (HTA1) e era 60.2% (95%CI:56.6-63.8)
usando as medições de PA da segunda avaliação (HTA2). Usando o mesmo critério nas
duas avaliações a estimativa de prevalência de hipertensão arterial (HTAFinal) era 56.3%
(95%CI: 52.7-60.0), p(McNemar)<0.001, entre HTA1 e HTAFinal e entre HTA2 e HTAFinal.
Ambas as estimativas tinham uma associação forte e independente com o índice de
massa corporal (Odds Ratio=2,71 para o índice de massa corporal 30 kg/m2 com
HTAFinal) e com a hipertrofia ventricular esquerda (Odds ratio=3,21 para a HTAFinal com a
hipertrofia ventricular esquerda).
Em muitos indivíduos considerados hipertensos numa avaliação única, a
hipertensão não se confirmou na segunda avaliação sobrestimando a prevalência de
hipertensão arterial, significativamente, em 14,6%. No entanto, uma medição de
pressão arterial anormalmente alta, num indivíduo com mais de 45 anos, está associada
com a hipertrofia ventricular esquerda. / The diagnosis of arterial hypertension should be based on multiple blood pressure
(BP) measurements, taken on at least two separate occasions. We aimed to assess the
impact of considering different criteria for arterial hypertension definition, based on the
numbers of visits for BP measurements, on the estimate of arterial hypertension
prevalence and to compare these estimates with two variables definitely related with
arterial hypertension, body mass index and left ventricular hypertrophy.
We used data from a cross-sectional study of 739 participants, aged 45 years,
randomly selected from a non-institutionalised Portuguese population, from January
2001 to December 2003. Main outcome measures were prevalence of arterial
hypertension (systolic BP 140 mmHg and/or diastolic BP 90 mmHg or current
antihypertensive drug therapy) based in BP measurements in one evaluation, based in
BP measurements in a second evaluation or based on fulfilling the same criteria in the
two different evaluations, separated by a median of 14 days. We assessed the
association between hypertension according to these three criteria with the body mass
index and left ventricular hypertrophy.
Estimated arterial hypertension prevalence was 63.4% (95%CI:59.8-66.9) using
BP measurements from the first evaluation (HTN1) and it was 60.2% (95%CI:56.6-63.8)
using BP measurements from the second evaluation (HTN2). If we use both evaluations
criteria the estimate arterial hypertension prevalence (HTNFinal) was 56.3% (95%CI:
52.7-60.0), p(McNemar)<0.001, between HTN1 and HTNFinal and between HTN2 and
HTNFinal. All the tree different estimates of arterial hypertension prevalence have a similar
strong and independent association with body mass index (Odds Ratio=2,71 for body
mass index 30 Kg/m2 with HTNFinal) and with left ventricular hypertrophy (Odds
ratio=3,21 for HTNFinal with left ventricular hypertrophy).
In many individuals labelled as hypertensive on a single evaluation, hypertension
was not confirmed on reassessment, leading to a significant overestimation of 14.6% of
the true value of prevalence. That is why the measurement of BP should be made at
least in two office evaluations both for clinical purposes and in epidemiologic studies. On
the other hand, an abnormal high BP measurement, in an individual older than 45 years
old, is associated with HVE.

Identiferoai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/22102
Date30 January 2007
CreatorsFigueiredo, Daniela Fernandes de Carvalho
PublisherFaculdade de Medicina da Universidade do Porto, FMUP
Source SetsUniversidade do Porto
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação
Formatapplication/pdf, application/pdf, application/pdf
RightsopenAccess

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