Return to search

Análise forense de autoria textual: estilos sociais e individuais / Forensic authorship analysis: social and individual styles

O interesse pela autoria de textos escritos é tão antigo quanto a própria escrita. Desde que o homem passou a registrar a sua língua dessa forma, podem ser muitas as circunstâncias em que emerge a pergunta Quem escreveu este texto?. Ela pode surgir porque os textos são anônimos, assinados por pseudônimos ou porque há uma disputa com relação a sua autoria. Mais recentemente, saber quem escreveu um determinado texto ou conjunto de textos tem ajudado a solucionar crimes ou dirimir contendas judiciais. Nesses contextos, entra em cena o linguista forense, cujo trabalho pode elucidar tais casos uma vez que sua análise é capaz de depreender estilos linguísticos que se relacionam tanto a um grupo social (elaboração de perfis sociolinguísticos) quanto a um indivíduo (atribuição de autoria). Este trabalho preocupa-se particularmente com noções de estilo da Sociolinguística e da Semiótica Discursiva nas análises forenses de autoria e almeja demonstrar de que modo a incorporação da análise do plano do conteúdo pode render frutos a essas análises. Assim, no que diz respeito à depreensão de perfis sociolinguísticos, sugere-se que o pertencimento a um grupo social, aqui proposto como um universo discursivo, pode ser revelado por meio da análise da recorrência semântica e não apenas de variáveis linguísticas (que seriam uma ou mais maneiras de se dizer a mesma coisa). Para isso, analisa-se um conjunto de escritos provenientes da investigação do que ficou conhecido como Massacre de Realengo e sugere-se que seus autores compartilham o mesmo grupo, neste caso o dos Fiéis (em oposição aos Infiéis). Quanto à atribuição de autoria, faz-se necessário saber se as categorias examinadas em análises semióticas podem realmente distinguir autores. Para isso, realizou-se um estudo quantitativo com 4 autores, em que cada autor contribuiu com 20 textos, divididos em dois grupos de 10 (Autor 1A, Autor 1B, e assim por diante). A hipótese era a de que os textos dos grupos A e B de um mesmo autor seriam mais semelhantes entre si do que comparativamente aos subconjuntos de textos dos outros autores, no que diz respeito a elementos do plano do conteúdo. Os resultados corroboram essa hipótese e indicam, portanto, que as categorias semióticas podem ser utilizadas com sucesso em casos de autoria questionada. / Interest in the authorship of written texts is as old as writing itself. Ever since men started recording language in this way, there can be various circumstances in which the question \"Who wrote this text?\" emerges. Such a question can arise because the texts are anonymous, signed by pseudonyms or because its authorship is being disputed. More recently, knowing who wrote a particular text or set of texts has been helping to solve crimes or settle legal disputes. In these contexts, the forensic linguist stands out, working to elucidate such cases, since linguistic analysis is able to infer writing styles that relate either to a social group (sociolinguistic profiling) or to an individual (authorship attribution). This work is particularly concerned with the ideas on style proposed by Sociolinguistics and Discourse Semiotics and their relation to forensic authorship analysis. It seeks to demonstrate how the incorporation of the analysis of the content plane can assist authorship examination. Regarding sociolinguistic profiling, this work suggested that the membership in a social group proposed here as a \"discourse universe\" can be revealed through the analysis of semantic recurrence (and not only by observing linguistic variables, that is, one or more ways to say the same \"thing\"). In order to accomplish that, we analyze a set of writings from the investigation of what became known as \"Realengo Massacre\". Such an analysis indicates that the texts under scrutiny seem to have been written, if not by the same author, at least by authors within the same social group. As for authorship attribution, it is necessary to know if the features examined in semiotic analysis can really distinguish authors. Hence, we performed a quantitative study with 4 authors, wherein each author contributed with 20 texts divided into 2 groups of 10 (Author 1A, Author 1B, and so on). The hypothesis was that texts from a single author would be more similar to each other than texts from different authors, when it comes to an analysis of the content plane. The results seem to confirm the hypothesis; thus semiotic features may successfully be used in questioned authorship scenarios.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-06102015-133459
Date04 May 2015
CreatorsAlmeida, Dayane Celestino de
ContributorsMendes, Ronald Beline
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

Page generated in 0.0031 seconds