A abordagem estratégica de uma indústria é fundamentada no conhecimento dos mecanismos que regulam a competição dentro da mesma. As empresas participantes de qualquer indústria, de forma racional ou não, procuram um posicionamento favorável em relação aos seus concorrentes, de forma usufruir vantagens competitivas que se traduzam em rentabilidades superiores. Portanto, torna-se necessária a formulação de uma estratégia que é um caminho viável que conduzirá uma empresa a este posicionamento. As empresas da indústria naval competem entre si pelas encomendas dos armadores. Estes por sua vez tentam impor o seu poder de barganha exigindo menores preços e padrões de qualidade superiores. Na outra extremidade encontram-se os fornecedores que procuram capitalizar para si uma parcela do valor gerado pela indústria nos preços dos insumos fornecidos. Em meio a essas pressões, o ambiente competitivo do setor sofre a permanente ameaça da chegada de novos concorrentes, dispostos a lutar por uma fatia do mercado; sem dizer a possibilidade de embate com produtos ou serviços substitutos com desempenho equivalente. A arena desta competição é internacional, pois a construção naval é uma indústria global, ou seja, a posição estratégia de um estaleiro em um país é fortemente influenciada pela sua posição competitiva em outros países. Além disso, cabe ressaltar que além deste escopo global de competição, o seu ambiente econômico é estruturalmente cíclico, altamente influenciado pelos ciclos de desenvolvimento da economia mundial. No momento presente a indústria vive um momento de euforia, com preços aquecidos e carteiras de encomendas que garantem produção para mais de três anos para os principais construtores mundiais. É nesse momento de otimismo que a TRANSPETRO, a companhia de navegação da Petrobrás, lança um ousado programa para renovação e ampliação de sua frota de petroleiros, colocando uma licitação para a construção de 42 navios em estaleiros nacionais, com o objetivo subsidiário de estimular a revitalização da indústria naval brasileira. O fato é que o fracasso dos planos de construção naval (PCN) ao final da década de 70 ainda está na memória nacional. A indústria brasileira após alcançar a vice-liderança mundial assistiu o seu próprio colapso em meio à recessão mundial provocada pelas crises do petróleo em 1973 e 1979. Martin Stopford, diretor-presidente da Clarkson Research, afirma que o atual momento da indústria é uma espécie de ?super ciclo?, porém não há indícios que esteja surgindo um novo paradigma. Embora a indústria esteja em um patamar sem precedentes ela deverá experimentar a seguir períodos de desaquecimento. Pensar em estratégia para concorrer na indústria naval é pensar no longo prazo, ou seja, como diz o Professor Stopford: é necessário olhar além dos ciclos. / The strategic approach of any industry is grounded on the knowledge of the mechanisms which regulate the competition within this industry. The players, based on reason or not, try to achieve an advantageous position relative to the others, so as to take competitive advantages, which implies in superior profits. Therefore, it is necessary to formulate a strategy, a viable way which will lead a company to this position. The companies within the shipbuilding industry compete for the orders from the shipowners. These shipowners try to bargain so as to get lower prices and higher quality. On the other corner, we have the suppliers trying to capitalize upon the shipbuilders so as to improve their profits for the sale of the equipments and industrialized materials. Within this competitive environment there is another threaten, the arrival of new comers, ready to try to get a piece of the market. There is also the possibility to confront to new products or services with an equivalent performance. This competition takes place in an international arena, in other words the strategic position of a shipbuilder in a particular country is strongly affected for its competitive position in other countries. Furthermore, it is relevant the fact that besides the global scope of the competition, the economical environment of the industry is structurally cyclic, highly influenced by the waves of global economy. At the moment, the shipbuilding industry is in a good situation with prices and orders backlogs which guarantee production for more than three years to the greatest world shipbuilders. It is in this moment of great optimism that TRANPETRO, the PETROBRÁS shipping company, launches an audacious program to renew and expand its tanker fleet, presenting a bid to order 42 tankers in national shipyards, with the side effect of stimulating the revitalization of the Brazilian shipbuilding industry. The point is: the failure of two Naval Construction Plans (PCN), at the end of seventies, is still in mind. The Brazilian Shipbuilding Industry reached the second place in world just before to assist its own collapse in the middle of a world recession, caused by the crude oil crisis in 1973 and 1979. Martin Stopford, chairman of Clarkson Research, affirms that the current moment is a kind of ?super cycle?, but there is no evidence of a new paradigm. Although the industry is in a level without precedents, this period will be followed by a through. Thinking in strategy to compete in shipping industry means thinking in long terms, or, as Professor Stopford says: it is necessary to look beyond the cycles.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-11122006-141056 |
Date | 29 September 2006 |
Creators | Cunha, Marcus Sá da |
Contributors | Andrade, Bernardo Luis Rodrigues de |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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