Análise de instabilidade de microssatélites em pacientes com câncer colo-retal (CCR): correlação do fenótipo RER (+) com os aspectos clínicos e histopatológicos / Microsatellite instability analysis in patients with Colorectal Cancer (CRC) of the RER phenotype correlation (+) with clinical and histopathological

A síndrome do câncer de colo-retal hereditário não relacionado a polipose (HNPCC) foi caracterizada na década de 60 e por volta dos anos 90 os critérios de Amsterdam para o diagnóstico clínico de HNPCC foram estabelecidos, envolvendo história familiar em duas gerações sucessivas, com três indivíduos apresentando acometimento do cólon e/ou reto e um dos indivíduos diagnosticados abaixo dos 45 anos. A instabilidade de microssatélites (MSI) começou a ser descrita em 1993 em pacientes portadores do HNPCC, mas é comum em outras neoplasias esporádicas. Em 1996 os critérios de Bethesda, que envolvem o acometimento preferencial do cólon proximal, histologia indiferenciada ou mucosecretora, presença de tumores sincrônicos e metacrônicos ou associação a tumores extracólicos, além da história familiar, foram propostos pelo Grupo Internacional Colaborativo para o estudo do HNPCC (ICG-HNPCC), com o intuito de rastrear maior número de pacientes suspeitos de serem portadores da síndrome. A MSI é caracterizada pela perda ou ganho de unidades repetitivas em regiões do DNA contendo mono, di, tri ou tetranucleotídeos dispostos seguidamente no genoma. No presente estudo, nosso objetivo foi analisar a freqüência de instabilidade de microssatélites (MSI) pela análise de 7 regiões microssatélites (BAT25, BAT26, D5S346, D2S123, D17S250, BAT40, TP53), correlacionando os dados obtidos com algumas características clinicopatológicas dos pacientes. O DNA de 106 pares de amostras de tecido normal e tumor provenientes de portadores de carcinoma colo-retal (CCR), foi estudado mediante a realização da reação em cadeia pela polimerase (PCR), seguida pela análise em gel de poliacrilamida desnaturante. Os pacientes foram divididos em dois grupos, um com 75 pacientes com pelo menos um dos critérios de Bethesda (tumor no cólon proximal, histologia pouco diferenciada, padrão indiferenciado ou mucinoso, idade igual ou inferior a 45 anos, sincronicidade ou metacronicidade dos tumores) e 31 pacientes sem nenhum desses critérios. Dos 106 casos, 14,1% (15/106) apresentaram MSI em 30% ou mais dos marcadores analisados, sendo classificados com instabilidade de microssatélite de alto grau (MSI-H), 17,9% (19/106) dos casos foram classificados com instabilidade de microssatélite de baixo grau (MSI-L) e 67,9% (72/106) com estabilidade de microssatélites (MSS). Se considerarmos apenas a análise do grupo com pelo menos um dos critérios de Bethesda considerados, observamos que 18,6% (14/75) dos casos apresentaram MSI-H, 18,6% (14/75) foram MSI-L e 62,6% (47/75) MSS. No grupo sem nenhum dos critérios de Bethesda analisados, 3,2% (1/31) apresentaram MSI-H, enquanto 16,1% (5/31) e 80,6% (25/31) foram MSI-L e MSS respectivamente. Quando consideramos os marcadores propostos pelo Grupo Colaborativo Internacional para o estudo do HNPCC - ICG-HNPCC (BAT25, BAT26, D5S346, D2S123, D17S250) observamos que no grupo sem critérios de Bethesda passamos a ter apenas casos classificados como MSI-L e MSS. No grupo com pelo menos um dos critérios passamos a ter 21 ,3% (16/75) dos casos classificados com MSI-H e 14,7% (11/75) de casos MSI-L. Os marcadores mais sensíveis para a análise de MSI-H foram BAT25 e BAT26, enquanto os marcadores D17S250 e TP53 foram os mais freqüentes no casos MSI-L. Ao considerarmos os casos com pelo menos um dos critérios de Bethesda e apenas o painel proposto pelo ICG-HNPCC, o marcador BAT25 identificou os casos MSI-H com 100% de sensibilidade e 96,6% de especificidade, enquanto o BAT26 apresentou 93,7% e 98,9% de sensibilidade e especificidade respectivamente. A avaliação dos critérios de Bethesda considerados neste estudo mostrou que a localização proximal do tumor se correlacionou com os casos MSI-H. / The Hereditary Non-Polyposis Colorectal Cancer Syndrome (HNPCC) was characterized in the 60\'s, and the Amsterdam criteria for the clinical HNPCC diagnosis were established in the 90\'s involving the family history of two successive generations with three individuals having their colon and/or rectum affected, one of them having been diagnosed when under 45 years of age. The microsatellite instability (MSI) was first described in 1993 in bearers of HNPCC, but it is common in other sporadic tumors. In 1996, the Bethesda criteria, which include the preferential involvement of the proximal colon, undifferentiated or mucosecretory histology, presence of synchronic and metachronic tumors or association to extracolonic tumors, besides family history, were proposed by the International Colaborative Group for the study of HNPCC (ICG-HNPCC) with the purpose of tracking a higher number of bearers of that syndrome. The MSI is characterized by the loss or gain of repetitive units in DNA regions containing mono-, di-, tri- or tetranucleotides sequentially arranged in the genome. The aim of this paper was to evaluate the frequency MSI by analyzing 7 microsatellite regions (BAT25, BAT26 , D5S346, D2S123, D17S250, BAT40, TP53), and correlating the data so obtained with clinicopathologic characteristics of the patients. The DNA of 106 pairs of samples taken from normal tissues and colorectal carcinomas (CRC) was studied through the polimerase chain reaction (PCR) followed by analysis in denaturing poliacrylamide gel. The patients were separated into two groups, one consisting of 75 patients with at least one of the Bethesda criteria (tumor in the proximal colon, poorly differentiated histology, undifferentiated or mucinous pattern, age equal to or below 45 years, tumor synchronicity or metachronicity) and 31 patients without any of such criteria. From the 106 cases, 14.1% (15/106) exhibited MSI in 30% or more of the markers, then classified as having high microsatellite instability (MSI-H); 17.9% (19/106) were classified as low microsatellite instability (MSI-L) and 67.9% (72/106) as having microsatellite stability (MSS). If we consider only the analysis of the group with at least one of the Bethesda criteria, we observe that 18.6% (14/75) of the cases showed MSI-H, 18.6% were MSI-L and 62.6% (47/75) were MSS. In the group without any of the Bethesda criteria, 3.2% (1/31) showed MSI-H, while 16.1% (5/31) and 80.6% (25/31) were respectively MSI-L and MSS. When we consider the markers proposed by the Intenational Colaborative Group for the study of HNPCC - ICG-HNPCC (BAT25, BAT26, D5S346, D2S123, D17S250), we observe, in the group without Bethesda criteria, only cases which were classified as MSI-L and MSS. In the group with at least one of the Bethesda criteria we find 21.3% (16/75) of the cases classified as MSI-H and 14.7% (11/75) as MSI-L. The most sensitive markers for MSI-H were BAT25 and BAT26, whereas the markers D17S250 and TP53 were the most frequent in MSI-L cases. When the cases with at least one of the Bethesda criteria, were evalueted only with the panel propose by ICG-HNPCC, the BAT25 marker identified MSI-H cases with 100% sensitivity and 96.6% specificity, while the BAT26 exhibited respectively 93,7% and 98,9%. The evaluation of the Bethesda criteria considered in this paper showed that the proximal location of the tumor correlated significantly with the cases of MSI-H.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-18052015-114338
Date08 August 2002
CreatorsCarvalho, Claudia Muraro de
ContributorsGaricochea, Bernardo
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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