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Gramaticalização do verbo esperar: uma abordagem funcionalista

Oliveira, Nathália Felix de 09 March 2012 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2016-05-30T11:48:56Z No. of bitstreams: 1 nathaliafelixdeoliveira.pdf: 956876 bytes, checksum: fec89c5b7f1e1fa0b426c113c6a50f8a (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2016-07-02T11:57:08Z (GMT) No. of bitstreams: 1 nathaliafelixdeoliveira.pdf: 956876 bytes, checksum: fec89c5b7f1e1fa0b426c113c6a50f8a (MD5) / Made available in DSpace on 2016-07-02T11:57:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 nathaliafelixdeoliveira.pdf: 956876 bytes, checksum: fec89c5b7f1e1fa0b426c113c6a50f8a (MD5) Previous issue date: 2012-03-09 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente trabalho descreve os usos sincrônicos do verbo “esperar” na língua portuguesa, partindo da hipótese de que os novos usos gramaticalizados revelariam um caminho de crescente (inter)subjetivização (FINEGAN, 1995; TRAUGOTT, 1995; TRAUGOTT & DASHER 2005; DAVIDSE, VANDELANOTTE & CUYCKENS, 2010). E que esse processo estaria vinculado à emergência de possíveis padrões construcionais (TRAUGOTT, 2003, 2008, 2009). A fim de comprovar tais hipóteses, realizamos também um levantamento diacrônico, o qual buscou comprovar, com maior propriedade, quais usos seriam anteriores e [- (inter)subjetivos]. Os dados sincrônicos recobrem tanto a modalidade oral quanto a modalidade escrita da língua. Os dados orais foram coletados em três corpora distintos, a saber: o corpus do “Projeto Mineirês: a construção de um dialeto”, o corpus do projeto “PEUL - Programa de Estudos sobre o Uso da Língua” e o corpus do projeto “NURC/RJ - Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro”. Já os corpora sincrônicos escritos foram compostos por textos disponíveis na Internet, retirados de blogs e de revistas de grande circulação nacional (“Revista Veja”, “Revista Isto é”, “Revista Época”, “Revista Caras”, “Revista Cláudia” e “Revista Ana Maria”). Os dados diacrônicos, por sua vez, foram selecionados do corpus do projeto “CIPM – Corpus Informatizado do Português Medieval” – e do corpus do projeto “Tycho Brahe”. Na análise dos dados, descrevemos pontualmente os diferentes usos do verbo “esperar”, bem como seus possíveis padrões construcionais. Além disso, consideramos a distribuição e a frequência de uso do verbo “esperar”, uma vez que assumimos que o levantamento da frequência pode atuar como um subsídio relevante na definição de processos de gramaticalização (BYBEE, 2003). Os resultados apontam que o verbo “esperar”, na língua portuguesa, partiu da acepção inicial e [- subjetiva] de “aguardar do tempo” e desenvolveu os usos [+subjetivos] de “volição” e “ter expectativa/contraexpectativa”. Nesse processo, o verbo “esperar” deixa de atualizar a noção aspectual de duratividade, que caracteriza sua acepção inicial. Atuando como volitivo, “esperar” se configura como um verbo modal, passando a projetar o futuro e, por sua vez, ao manifestar as expectativas (ou não) do falante, passa a indicar suas crenças no campo da hipótese. O verbo “esperar”, conforme verificamos, também figura em outras construções, como a construção “espera aí/peraí”, a qual, dentre as diferentes funções que pode exercer, se apresenta como marcador discursivo, revelando um uso [+ intersubjetivo] do verbo. / The present work describes the synchronic and diachronic uses of the verb “esperar” in the Portuguese language, by assuming the hypothesis that the new grammaticalized uses would reveal an increasing way of (inter)subjectification (FINEGAN, 1995; TRAUGOTT, 1995; TRAUGOTT & DASHER 2005; DAVIDSE, VANDELANOTTE & CUYCKENS, 2010). And it also assumes that this process would be related to the emergence of possible constructional patterns (TRAUGOTT, 2003, 2008, 2009). In order to prove these hypotheses, we also accomplished a diachronic survey that tried to demonstrate, more appropriately, which uses would be earlier and [- (inter)subjective]. The synchronic data cover both the oral and written modalities. The oral data have been collected in three different corpora: the corpus of the “Projeto Mineirês: a construção de um dialeto”, the corpus of “PEUL - Programa de Estudos sobre o Uso da Língua” and the corpus of “NURC/RJ - Projeto da Norma Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro”. The diachronic corpora were composed of written texts available on Internet, taken from blogs and magazines of wide national circulation (“Veja”, “Isto É”, “Época”, “Caras”, “Cláudia” e “Ana Maria”). The diachronic data, in its turn, were selected from the corpus of “CIPM – Corpus Informatizado do Português Medieval” and the corpus of “Tycho Brahe” project. In data analysis, we described the different uses of the verb “esperar”, as well as its possible constructional patterns. Moreover, we considered the distribution and use frequency of the verb “esperar”, since we assume that frequency can be an important tool to define processes of grammaticalization (BYBEE, 2003).The results indicate that the verb “esperar”, in the Portuguese language, came from the earlier and [- subjective] meaning of "waiting time" and developed the [+ subjective] uses of "volition" and "have expectations/counterexpectations”. In this process, the verb “esperar” restricts the durative aspect, which characterizes its original meaning. As a volitive verb, “esperar” acts as a modal verb, expressing an idea of future and, in its turn, when it presents the notion of expectation/counterexpectation, it indicates speaker’s hypothetical beliefs. As we could verify, the verb “esperar” can also appear in other constructions, such as the construction “espera aí/peraí”, which, among different functions, is presented as a discourse marker, revealing an [+ intersubjective] use of the verb.
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Evidências sobre a polissemia e a gramaticalização do verbo "ver"

Matos, Priscila Teixeira 20 August 2012 (has links)
Submitted by Renata Lopes (renatasil82@gmail.com) on 2017-06-02T19:23:53Z No. of bitstreams: 1 priscilateixeiramatos.pdf: 9761014 bytes, checksum: 8fe33f83c4a9ec2cb868ad087060614a (MD5) / Approved for entry into archive by Adriana Oliveira (adriana.oliveira@ufjf.edu.br) on 2017-06-06T12:05:36Z (GMT) No. of bitstreams: 1 priscilateixeiramatos.pdf: 9761014 bytes, checksum: 8fe33f83c4a9ec2cb868ad087060614a (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-06T12:05:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1 priscilateixeiramatos.pdf: 9761014 bytes, checksum: 8fe33f83c4a9ec2cb868ad087060614a (MD5) Previous issue date: 2012-08-20 / FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais / Este trabalho investiga a polissemia e a gramaticalização do verbo "ver", buscando identificar seus diferentes usos. Além disso, procuramos estabelecer o padrão construcional que caracteriza cada um dos usos identificados. Durante a pesquisa, operamos com as hipóteses de que (i) "ver" desenvolveria, no decorrer do tempo, funções discursivas que percorreriam um caminho de crescente (inter)subjetivização (FINEGAN, 1995; TRAUGO l I , 1995, 2010; TRAUGOTT & DASHER, 2005); e que (ii) os diferentes usos do verbo estariam relacionados semanticamente, revelando polissemia. A fim de comprovar essas hipóteses, foi realizada uma pesquisa sincrônica, que considerou a distribuição e a frequência de uso (BYBEE, 2003; VITRAL, 2006; MARTELOTTA, 2009) do verbo "ver" no português contemporâneo, mais especificamente no dialeto mineiro. Para isso, utilizamos o corpus do projeto Mineirês: a construção de um dialeto, que recobre as cidades de Belo Horizonte, Arceburgo, Mariana, Ouro Preto, Piranga e São João da Ponte. A partir da análise dos dados, foi comprovado que "ver" desenvolveu-se de um uso [- subjetivo], baseado na percepção sensorial, para usos [+ subjetivos], relacionados à percepção cognitiva. Foram, ainda, identificados outros usos [+ (inter)subjetivos], dentre os quais se destacam marcadores discursivos. / This work investigates the polysemy and the grammaticalization of the verb "ver", trying to identify the different uses of the verb. Moreover, we tried to determine the constructional pattern that characterizes each of the identified uses. During the research, we assumed these hypotheses: (i) "ver" would develop, over time, discursive functions that would run a path of increasing (inter)subjetivization (FINEGAN, 1995; TRAUGOTT, 1995, 2010; TRAUGOTT & DASHER, 2005); and (ii) the different uses of the verb would be semantically related, revealing polysemy. In order to prove these hypotheses, we accomplished a synchronic survey,, which considered the distribution and use frequency (BYBEE, 2003; VITRAL, 2006; MARTELOTTA, 2009) of the verb "ver" in contemporary Portuguese, more specifically, in dialect of Minas Gerais. To do this, we used the corpus of the "Projeto Mineires. a construcao de urn dialeto", which includes the cities -of- Belo Horizonte, Arceburgo, Mariana, Ouro Preto, Piranga and Sao Joao da Ponte. From the data analysis, we could demonstrate that "ver" came from a [- subjective] meaning, based on sensorial perception, and developed [+ subjective] uses, related to cognitive perception. We also identified other [+ (inter)subjective] uses of the verb, among which stand out the discourse markers.

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