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[en] A REVOLUTION AT AN INOPPORTUNE TIME: FIGURATIONS OF NATIONAL HISTORICAL TIME ON THE HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO DE PERNAMBUCO EM 1817 / [pt] UMA REVOLUÇÃO EM TEMPO INOPORTUNO: FIGURAÇÕES DO TEMPO HISTÓRICO NACIONAL NA HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO DE PERNAMBUCO EM 1817, DE FRANCISCO MUNIZ TAVARESLUCAS DOS SANTOS SILVA 31 March 2022 (has links)
[pt] Esta dissertação pretende investigar as formas de figuração do tempo
histórico nacional presentes na História da Revolução de Pernambuco em 1817
(1840), de Francisco Muniz Tavares. Ao interpretar a revolução pernambucana de
1817, Muniz Tavares a concebeu como uma tentativa de antecipação do futuro da
independência que expressava uma assincronia entre Pernambuco e os demais
espaços do Brasil. Isso porque a independência de 1822 foi compreendida como o
crescimento de um germe da emancipação cujo plantio já teria se dado de modo
precursor na revolução promovida em solo pernambucano, então interpretada como
um prenúncio do futuro no passado. Para além disso, em sua narrativa do
movimento de 1817, este letrado propôs uma leitura da história brasileira bastante
crítica à colonização portuguesa, por vezes entendida como um passado ainda
presente mesmo após a independência. A identificação do que, em sua perspectiva,
seriam marcas do período colonial, como a escravidão e o atraso de parte dos
brasileiros, produziu um modo de conceber o tempo histórico nacional que
enfatizava as assincronias entre os diversos espaços e grupos que compunham a
nação e no qual a suposição de um movimento temporal autônomo e animado pelo
progresso coexistia com a permanência de passados indesejados. Isso originou uma
visão menos harmônica da temporalidade nacional cuja apreensão nos permite
complexificar e tensionar as análises relativas ao cânone historiográfico
oitocentista, visibilizando narrativas dissonantes acerca da história brasileira. / [en] This research aims to investigate the forms of figuration of a national
historical time on Francisco Muniz Tavares História da Revolução de Pernambuco
em 1817 (1840). Interpreting the Pernambuco revolution of 1817, Muniz Tavares
conceived it as an attempt to anticipate the future of independence that expressed a
non-synchronicity between Pernambuco and Brazil. This is because the Brazilian
independence was understood as the growth of a germ of emancipation whose
planting would have already taken place in a precursory way in the revolution
promoted in Pernambuco, then conceived as presage of the future in the past.
Furthermore, in his narrative of the Pernambuco movement, this author proposed
an interpretation of Brazilian history that was quite critical of Portuguese
colonization, understood as a past still present even after independence. The
acknowledgment of what, in his view, would be marks of the colonial period, such
as slavery and the absence of progress on the part of Brazilians, produced a way of
conceiving the national historical time that emphasized the non-synchronicity
between the different spaces and groups that were part of the nation and in which
the assumption of an autonomous temporal movement pervaded by progress
coexisted with the permanence of unwanted pasts. This produced a less harmonious
view of national temporality whose understanding allows us to enrich and tense the
studies related to the 19th century historiographical canon, revealing dissonant
narratives about Brazilian history.
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