[pt] As inúmeras transformações que acompanham a contemporaneidade, podem requerer determinados ajuste no ambiente familiar, principalmente quando há crianças pequenas. Diante deste contexto, a babá hoje se estabelece como sendo uma figura que compartilha os cuidados com a família, não somente no que diz respeito à sobrevivência, mas como participante do processo de desenvolvimento infantil. Embora seu trabalho seja de fundamental importância, pouco se pesquisa e se reflete acerca de seu contexto de vida, da sua escolha profissional e de como realiza as práticas de cuidado com a criança. A tese, portanto, visa identificar, à luz da perspectiva sociocultural, as práticas e crenças de cuidado infantil, bem como a percepção das babás acerca das práticas maternas, em dois contextos culturais distintos, Brasil e Portugal. A pesquisa contou com 34 participantes, sendo 16 respondentes brasileiras e 18 portuguesas. Para a realização deste trabalho, utilizouse uma pesquisa semiestruturada, composta por 9 questões, sendo que a última pergunta, apresentou as figuras que representam os cinco sistemas de cuidado parental. Os resultados foram analisados de forma qualitativa, através do software IraMuteQ e da análise de conteúdo de Bardin. No Brasil as práticas de cuidados se associaram a conteúdos afetivos, enquanto em Portugal, o foco estava voltado para o desenvolvimento cognitivo. Quanto às crenças de cuidado infantil, tanto as babás brasileiras quanto as portuguesas remeteram a alguns aprendizados que lhes foram transmitidos na infância e, que hoje, procuram passar às crianças que estão sob sua responsabilidade. No que diz respeito à percepção de práticas maternas, as babás brasileiras entendiam que estas buscavam estabelecer interações afetivas, atividades de lazer e cuidados relativos às necessidades básicas. As babás portuguesas acreditaram que as práticas maternas tratavam de cuidados voltados para a alimentação, a exploração do ambiente e a necessidade de criar vínculo entre mãe/filho. A pesquisa contribuiu para compreender o papel da babá em relação às práticas de cuidado infantil, bem como a influência do contexto sociocultural, no exercício dessas práticas e sua relação com a criança. / [en] The countless transformations that accompany contemporary times may require certain adjustments in the family environment, especially when there are young children. Given this context, the nanny can establish herself as a character who shares care with the family, not only with regard to survival, but as a participant in the child development process. Although her work is of fundamental importance, little is researched and reflected on her life context, her professional choice and how she carries out child care practices. The thesis, therefore, aims to identify, in light of a sociocultural perspective, child care practices and beliefs, as well as nannies perception of maternal practices, in two distinct cultural contexts, Brazil and Portugal. The research had 34 participants, 16 Brazilian respondents and 18 Portuguese respondents. To carry out this work, a semi-structured survey was used, consisting of 9 questions, with the last question presenting figures representing the five parental care systems. The results were analyzed qualitatively, using the IraMuteQ software and Bardin s content analysis. In Brazil, care practices were associated with affective content, while in Portugal, the focus was on cognitive development. Regarding child care beliefs, both Brazilian and Portuguese nannies referred to some lessons that were passed on to them in childhood and which, today, they try to pass on to the children under their responsibility. With regard to the perception of maternal practices, Brazilian nannies understood that they sought to establish affective interactions, leisure activities and care related to basic needs. Portuguese nannies believed that maternal practices dealt with care focused on nutrition, exploration of the environment and the need to create a bond between mother/child. The research contributed to understanding the role of the nanny in relation to child care practices, as well as the influence of the sociocultural context, in the exercise of these practices and their relationship with the child.