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[pt] EM BUSCA DA COR LOCAL: OS MODOS DE VER E FAZER VER NAS OBRAS DE JOSÉ DE ALENCAR E EUCLIDES DA CUNHA / [en] IN THE SEARCH OF THE LOCAL COLOR: THE WAYS OF SEEING AND MAKE SEE IN THE WORKS OF JOSÉ DE ALENCAR AND EUCLIDES DA CUNHAEDUARDO WRIGHT CARDOSO 04 November 2016 (has links)
[pt] Recurso pictórico elaborado no século XVIII, a cor local amplia seu
escopo original relativo ao campo pictórico e passa a compor e regular a produção
textual de escritores, historiadores, literatos e viajantes. Seu emprego em suportes
textuais desenvolve e acentua a dimensão visual da narrativa e, portanto, pode ser
concebido como uma expressão moderna das antigas associações entre cor e
palavra, narrativa e pintura. O objetivo desta tese é, pois, investigar o emprego
da cor local em tipos discursivos diversos, notadamente nas obras de José de
Alencar e Euclides da Cunha, salientando a dimensão visual implícita ao recurso
narrativo. A fim de compreender o investimento narrativo na visualidade, é válido
recuperar, a partir da Antiguidade, os modos de ver e fazer ver que comportam
topoi como o ut pictura poesis e o ut pictura historia, construções como a
sunopsis e a enargeia, além de expedientes como, entre outros, a autópsia e a
écfrase. A cor local, eis a hipótese inicial desta tese, incorpora e expressa parte
destes modos e recursos e, portanto, é capaz de reproduzir e reelaborar, na época
moderna, o anseio visual por meio da narrativa. A pesquisa pelos modos de ver e
fazer ver requer, como temáticas relacionadas que perpassam este estudo, a
consideração do estatuto e da importância atribuída à visão e ao olhar como
elementos cognitivos e comprobatórios, além das relações entre sujeito e objeto na
constituição do conhecimento. As produções ficcional de Alencar e factual de
Euclides permitem, então, demonstrar tanto a amplitude do recurso narrativo,
empregado em tipos discursivos diversos, quanto as variações relacionadas ao seu
uso, ou seja, como a delimitação de uma determinada paisagem altera o conteúdo
da forma da cor local. / [en] Pictorial device designed in the eighteenth century, the local color has
expanded its original scope for the pictorial field and begins to compose the
production of historians, writers and travelers. Its use in textual media develops
and enhances the visual dimension of the narrative and can be considered as a
modern expression of the ancient associations between color and word, narrative
and painting. The purpose of this thesis is to investigate the use of local color in
different discursive types, especially in the works of José de Alencar and Euclides
da Cunha, stressing the implicit visual dimension to the narrative device. In order
to understand the narrative investment in visuality it is worthed to recover from
antiquity the ways of seeing and make see that includes topoi as the ut pictura
poesis and ut pictura historia, resources like sunopsis and enargeia, and
expedients as, among others, the autopsia and ekphrasis. The initial hypothesis of
this thesis is that the local color expresses these modes and features and therefore
is able to reproduce and redevelop, in modern times, the visual desire through
narrative. The search for ways of seeing and make see requires, as related themes
that pervade this study, the consideration of the status and the importance
attributed to the vision as a cognitive element and proving, beyond the relations
between subject and object in the constitution of knowledge. The fictional
writings of Alencar and factual writings of Euclides allow then to demonstrate
both the extent of the narrative device, employed in various discursive types, as
the variations related to its use, that is how the delimitation of a particular
landscape changes the contents of the form of the local color.
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