1 |
[pt] ARQUITETURA PÉTREA: O OUTEIRO DA GLÓRIA NO RIO DE JANEIRO EM FRAGMENTOS SÓLIDOS E LACUNARES / [en] STONE ARCHITECTURE: GLÓRIA HILL IN RIO DE JANEIRO IN SOLID AND FRAGMENTARY PIECESCAIO RECHUEM LOPES MARTINEZ 04 February 2025 (has links)
[pt] A pesquisa investiga as relações entre arquitetura e extrativismo pétreo no Rio de
Janeiro, histórias de uma ascensão gradual que, após seu apogeu no século XIX,
relatam o declínio desse longo protagonismo em relação a outras técnicas
construtivas. Nesse sentido, o outeiro da Glória, sua igreja (c. 1730) e seu acesso
(c. 1960), feito por rampas, escadas e platôs, são partes fundamentais do arco
narrativo de uma cidade-pedreira. Manipular a composição humana-mineralógica
desses fragmentos é imaginar uma reativação metamórfica capaz de pensar o
chamado Mineraloceno para além dos minerais explorados como combustível ou
metais preciosos. Em outras palavras, é colocar inúmeras arquiteturas pétreas no
centro do espaço moderno-colonial nas Américas. A partir do tensionamento de
seus fragmentos sólidos e lacunares, provocamos uma tradição arquitetônica que
valoriza aquilo que é aparentemente eterno, que aposta exclusivamente no
gigantismo da escalabilidade industrial e que se comunica por meio de uma
materialidade alienada. Trata-se, portanto, de uma cartografia em tempo profundo,
um entrelaçamento crítico e especulativo de ciclos geológicos e mineralógicos que,
dentre outras coisas, tensionam o instrumento servil de um processo de dominação,
extração e destruição em escala global, submisso à lógica capitalista e representado
pela indústria da construção civil. Ao nos debruçarmos sobre esta matéria que
participou ativamente da edificação de uma narrativa hegemônica sobre a cidade do
Rio de Janeiro, podemos nos perguntar: quais outras histórias poderiam ser
contadas a partir da pedra? / [en] The research investigates the relationships between architecture and stone
extraction in Rio de Janeiro, stories of a gradual rise that, after its peak in the 19th
century, report the decline of this long protagonism in relation to other construction
techniques. In this sense, the Glória hill, its church (1730) and its access (1960),
made by ramps, stairs and plateaus, are fundamental parts of the narrative arc of a
city-quarry. Manipulate the human-mineralogical composition of these fragments
also means to imagining a metamorphic reactivation capable of thinking about the
so-called Mineralocene beyond the minerals exploited as fuel or precious metals.
In other words, it is to place countless stone architectures at the center of the
modern-colonial space in the Americas. By tensioning its solid and missing
fragments, we provoke an architectural tradition that values what is apparently
eternal, that bets exclusively on the gigantic scale of industrial scalability and that
communicates through an alienated materiality. It is, therefore, a cartography in
deep time, a critical and speculative intertwining of geological and mineralogical
cycles that, among other things, tension the servile instrument of a process of
domination, extraction and destruction on a global scale, submissive to capitalist
logic and represented by the construction industry. When we look at this material
that actively participated in the construction of a hegemonic narrative about the city
of Rio de Janeiro, we can ask ourselves: what other stories could be told from stone?
|
Page generated in 0.0303 seconds