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[pt] A VIDA DE SARA E O CUMPRIMENTO DA PROMESSA- ALIANÇA: EXEGESE NARRATIVA DE GN23,1-20 / [en] THE LIFE OF SARAH AND FULFILLMENT OF PROMISE-COVENANT: NARRATIVE EXEGESIS OF GEN 23,1-20ELIZANGELA CHAVES DIAS 20 October 2016 (has links)
[pt] O tema proposto para exegese narrativa de Gn 23,1-20 é A vida de Sara e o cumprimento da Promessa-Aliança. O interesse por esse tema deriva da participação da matriarca Sara no cumprimento da promessa-aliança de filho, bênção e terrra feita por Deus a Abrão (cf. Gn 11,26-25,11). No ato da escrita há uma intenção que conduz cada escolha. Desse modo, a eleição do gênero literário de relato de morte e sepultamento para unir conteúdos distintos como morte e aquisição de propriedade parece não ser fruto do acaso. Quanto a Gn 23,1-20, particularmente chama a atenção o fato de o referido morto ser identidficado com Sara e a terra negociada ser identificada como Macpela, em Cariat Arbe ou Mambré, que é Hebron, na terra de Canaã. A leitura sistemática do último episódio narrador sobre a vida de Sara permite constatar que a aquisição do campo com a gruta de Macpela, a árvore e tudo o que está ao seu redor foi possível para Abrãao graças a Sara, o que corrobora a hipótese desta tese: ao lado de Abrãao, Sara é elemento essencial para o cumprimento da promessa-aliança, pois, no conjunto das promessas em Abrãao é o receptor e o destinatário, Sara está essencialmente implicada em seu cumprimento. De lado, a compra do campo de Macpela pode ser interpretada como cumprimento da promessa-aliança do dom da terra no ciclo de Abrãao e Sara e como prefiguação do cumprimento da promessa-aliança do dom de toda a terra. Do outro lado, o sepultamento de Sara, na terra de Canãa, também sugere uma prolepse da posse da terra, uma vez que sua gruta sepulcral tornou-se marca física de demarcação territorial no Hebron. Esse desfecho revela que Abrão é o primeiro ancestral imigrante do antigo Israel a possuir propeiedade de terra em Canaã; Sara é a primeira memória ancestral a ser sepultada na terra da promessa; e a aquisição de Macpela concede o status de propriedade ancestral e nalienavél (cf. 1Rs 21,3). Nessa prespectiva, Sara a geradora da semente/sêmen da promessa-aliança (cf. Gn 17,16.19), dá sentido teológico à gruta de Macpela, a qual mais tarde receberá Abrãao e sua descendência (cf. Gn 17,8). Sara (cf. Gn 23,1-20), Abrãao (cf. Gn 25,9), Isaac (cf. Gn 35,29), Rebeca e Lia (cf. Gn 49,31) e Jacó (cf. Gn 50,13), todos os patriarcas e matriarcas desenraizados, são plantados em Macpela, tornando-se os seus guardiões para sempre. Se o útero estéril de Sara é a porta de entrada de Israel na história, seu túmulo é, igualmente, a porta de entrada de Israel na posse da terra de Canãa. Ela é a primeira ancestral de Israel a ser introduzida no ventre da terra prometida, abrindo, assim, espaço para que os demais patriarcas e matriarcas da promessa com ela se reúnam. / [en] The theme proposed for narrative exegesis of Gen 23,1-20 is The Life of Sarah and Fulfillment of Promise-Covenant. The interest on this topic stems from the issue of participation of matriarch Sara in fulfilling the promise-covenant of son, blessing and land made by God to Abraham (cf. Gen 11,26–25,11). In the act of writing there is an intention that leads to each choice. Thus, the election of the literary genre of account of death and burial to unite different content: death and acquisition of property; it seems to be the result of chance. As for Gen 23,1-20, in particular, draws attention the fact that the dead is identified with Sara and earth negotiated is identified as Machpelah, in Kiriath Arba or Mamre, which is Hebron, in the land of Canaan. The systematic reading of the last episode narrated about Sara s life reveals that the acquisition of the field with the cave of Machpelah, the tree and all that is around it was possible for Abraham because of Sarah, thus supporting the hypothesis of this thesis: beside Abraham, Sarah, is essential to the fulfillment of the promise-alliance, because in all the promises that Abraham is the recipient and the assigned, Sara is essentially involved fulfillment. On the one hand, the purchase of the field of Machpelah can be interpreted as fulfillment of the promise-covenant of the land gift in the cycle of Abraham and Sarah and prefiguring the fulfillment of the promise-covenant of the gift of the whole earth. On the other hand, Sarah s burial in the land of Canaan also suggests a prolepsis of land ownership, since its sepulchral cave becomes physical signal of territorial demarcation in Hebron. This outcome shows that Abraham is the first immigrant ancestor of ancient Israel to possess land ownership in Canaan; Sara is the first ancestral memory to be buried in the land of promise; and the acquisition of Machpelah grants ancestral and inalienable ownership status (cf. 1 Kings 21,3). From this perspective, Sara, the generative seed of promise-covenant (cf. Gen 17,16.19), gives theological sense the cave of Machpelah, which later receive
Abraham and his offspring (cf. Gen 17,8). Sarah (Gen 23,1-20), Abraham (Gen 25,9), Isaac (Gen 35,29), Rebecca and Leah (Gen 49,31) and Jacob (Gen 50,13), all the patriarchs and matriarchs rootless, are planted in Machpelah, become-their guardians forever. If the barren womb of Sarah is Israel s gateway to history, her tomb is also Israel s gateway to the possession of the land of Canaan. She is the first ancestor of Israel to be introduced in the womb of the promised land, thus opening space for the other patriarchs and matriarchs of the promise to her to meet.
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