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[pt] PALESTRA DE IMPRENSA: MEDIAÇÃO DA ESTRUTURA SOCIOPOLÍTICA DOMINANTE NO CONGO-KINSHASA / [en] PRESS SPEECH: MEDIATION OF THE SOCIOPOLITICAL FRAMEWORK DOMINANT TO CONGO-KINSHASAPLACIDE OKALEMA PASHI 06 April 2021 (has links)
[pt] No contexto social congolês, à época de nossa análise, marcado, particularmente, de um lado, pelos constrangimentos sociopolíticos e financeiros e, por outro lado, pelo compromisso de todos os atores políticos de trabalhar pela democracia, uma imprensa que não possui uma deontologia coerente e meios adequados para seu funcionamento pode, facilmente, se tornar papagaiótica da ditadura, da ação da elite que detém um duplo capital político e financeiro e pode gerar uma classe política medíocre. As modalidades discursivas mobilizadas em tal imprensa sofrem, direta ou indiretamente, a interferência do regime dominante na orientação de sua linha editorial. O quadro político dominante do Congo interferiu, diretamente, na orientação da política editorial da imprensa, ao conceder-lhe subsídios e financiamento. E, indiretamente, ao comprar espaço nos jornais. Essa interferência registra a evolução da imprensa congolesa em uma perspectiva de dependência política, econômica e financeira, ou seja, uma postura tática de alinhamento editorial à ideologia política dominante, e isso em detrimento do ideal de democracia sob o qual a própria legitimidade da função da imprensa seria fundada. Essa imprensa congolesa era vista como a midiatização quase exclusiva das opiniões dos atores políticos dominantes, excluindo do circuito midiático as opiniões de outros atores sócio-políticos e questionando sua própria função como garantidora e guardiã da liberdade, diversidade de olhares e último recurso dos cidadãos. A situação do jornalista, nesse contexto, é a do homem incapaz de fazer uso de sua própria razão. O jornalista torna-se o que os outros dizem, sem senso crítico, sem reflexão profunda. É a pura alienação e aniquilação da razão, de seu ser e de sua essência jornalística. / [en] In the Congolese social context of our analysis, particularly marked, on the one hand, by socio-political and financial constraints and, on the other hand, by the commitment of all political actors to work for democracy, a press that does not have a coherent deontology and adequate means for its functioning can easily become parrotic of the dictatorship and / or the action of the dominant politician or the elite holding a double political and financial capital and can generate a political class poor. The discursive modalities mobilized in such a press suffer, directly or indirectly, the interference of the dominant regime in the orientation of its editorial line. Congo s dominant political environment directly interfered with the editorial policy of the press, providing subsidies and funding, and indirectly, buying newspaper space. This interference records the evolution of the Congolese press in a perspective of political, economic and financial dependence, that is to say, a tactical posture of editorial alignment with the dominant political ideology, and this to the detriment of the ideal of democracy under which the very legitimacy of the function of the press would be founded. This Congolese press was perceived as the almost exclusive mediatization of the opinions of the dominant political actors, excluding from the media circuit the opinions of the other socio-political actors and calling into question its own role of guarantor and guardian of the freedom, the diversity of opinions and last resort of citizens. The situation of the journalist, in this context, is that of a man unable to use his own reason. The journalist becomes what others say, without critical sense, without deep reflection. It is the pure alienation and annihilation of reason, of its being and its journalistic essence.
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