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[en] AT THE WORLD S END: THE MAKING OF THE MODERN POLITICAL IMAGINARY FROM THE NAVIGATION ACCOUNTS OF THE XVI AND XVII CENTURIES / [pt] NAS MARGENS DO MUNDO: A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO POLÍTICO MODERNO A PARTIR DOS RELATOS DE NAVEGAÇÃO NOS SÉCULOS XVI E XVIIBRUNO MACCHIUTE NEVES DE OLIVEIRA 10 December 2018 (has links)
[pt] Desde o momento em que Cristóvão Colombo colocou seus pés pela primeira vez nas Américas, o espectro da violência privada no mar esteve por perto, fosse ela empreendida pelas mãos dos próprios espanhóis, fosse por aqueles que disputavam com eles o direito de explorar as riquezas recém-descobertas. Nesta tese argumentamos que os relatos de navegação deixados por corsários, piratas e bucaneiros nos séculos XVII e XVII foram parte fundamental para a criação do imaginário europeu acerca do Novo Mundo e de seus habitantes. Procuramos explorar uma diversidade de relatos que, cada qual à seu modo, representaram os dilemas políticos que vieram a desembocar na criação do Estado e do sujeito político modernos. Este processo, contudo, não foi linear, como em uma escala de progresso em direção à civilidade. Pelo contrário, a leitura dos relatos de navegação nos revela uma experiência diversa e frequentemente contraditória. O escopo desta tese abarca os séculos XVI e XVII. Neste período as instituições sociais herdadas da idade média tardia que ordenaram a relação entre indivíduos e sociedade estavam em franco declínio, processo este que somente se aprofundou com a reimaginação da geografia planetária após os descobrimentos. Argumentamos nesta tese que a figura do pirata foi um ator central nesta reimaginação do mundo a partir de suas margens, de suas áreas limítrofes. Ao longo do trabalho, abordamos os relatos de André Thevet e Jean de Léry, Francis Drake, Anthony Knivet, Alexander Exquemeling e, por fim, o romance Rosbinson Crusoé, de Daniel Defoe. Cada um destes trabalhos trouxe algo de novo para a complexa equação que teve lugar nos dois séculos em questão. / [en] Since when Christopher Columbus first came into the Americas, the specter of private violence stood nearby. This thesis argues that the accounts of navigations left by the privateers, pirates and buccaneers of the XVI and XVII centuries were crucial parts for the making of the European imaginary about the New World, its inhabitants, and the European place in it. We explore the diversity of accounts that, each in its own way, represents the political dilemmas that came to a close at the Modern Estate and the Modern political subjects. This process, thought, should not be represented as an unambiguous tale of progressive civilization. On the contrary, the reading of the accounts of navigation reveals a much more ambiguous and frequently contradictory experience. The scope of this thesis encompass the XVI and XVII centuries. During this time, the late medieval social and political institutions that mediated the relations between society and individuals were at a steady decline. The discoveries made by the Spanish and the Portuguese and the following re-imagination of global geography only aggravated the problem, and from the ashes of the late medieval system modernity arose. We argue that the pirate figure was a central actor in this process acting from the margins. During this thesis we explore the accounts of Andre Thevet and Jean de Léry, Francis drake, Anthony Knivet, Alexander Exquemeling and the novel Robinson Crusoé, from Daniel Defoe. Each one of these accounts brought something new to the complex operations that were taking place in those transitional centuries.
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