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[pt] PERDA PERINATAL: UM ESTUDO SOBRE LUTO E VÍNCULO / [en] PERINATAL LOSS: A STUDY ON GRIEVING AND BONDING

CECILIA REZENDE DA SILVA CUNHA 25 May 2021 (has links)
[pt] O luto vivenciado a partir de uma perda gestacional ou neonatal apresenta características e reações semelhantes a outros tipos de luto, entretanto, muitas vezes é não-reconhecido (Doka, 1989). Espera-se que a chegada de um novo bebê seja capaz de resolver o luto. O vínculo entre cuidador primário e a criança é fundamental para a sobrevivência física e emocional e, por isso, essa relação inicial é tão importante para o desenvolvimento de todos os indivíduos. O objetivo da pesquisa foi investigar as repercussões da perda gestacional ou neonatal prévia no processo de construção do vínculo da mãe com o bebê que nasce durante o processo de luto. O estudo de cunho qualitativo entrevistou 17 mulheres que tiveram ao menos uma perda gestacional ou neonatal e tiveram um novo bebê após a perda. Os resultados demonstraram a necessidade das mães explicarem detalhadamente a experiência de perda, em uma possível busca de construção de sentido. A tristeza e a culpa foram identificadas como principais reações frente ao luto que foi vivenciado de maneira silenciosa. A maioria das mães referiu medo relacionado à gravidez subsequente e à vinculação com o bebê durante o período gestacional. O contato corporal foi o principal sistema parental identificado nas interações. O trabalho concluiu que apesar de serem comuns e frequentes e, muitas vezes não- reconhecidas, perdas perinatais são vividas de maneira singular, repercutem nas interações e não são resolvidas com o nascimento de um novo bebê. Acredita-se que esse estudo possa contribuir para a legitimação e o reconhecimento do luto por perda gestacional e neonatal e para a maior atenção às interações iniciais nesse contexto. / [en] The grief experienced after a miscarriage, stillbirth, or neonatal loss presents characteristics and reactions similar to other types of bereavement although it is often unrecognized (Doka, 1989). It is expected that the arrival of a new baby should be able to resolve the grief. The bond between the primary caregiver and the child is fundamental for physical and emotional survival and that is why this initial relationship is so important for the development of all individuals. The objective of this research was to investigate the repercussions of a previous perinatal loss in the process of building the mother s bond with the baby born during the grieving process. The qualitative study interviewed 17 women who had at least one perinatal loss and had a new baby after such loss. The results demonstrated the need for mothers to explain the loss experience in detail, possibly searching for the meaning reconstruction. Sadness and guilt were identified as the main reactions to the grief, which was experienced silently. Most mothers reported fear related to the subsequent pregnancy and to bonding with the baby during the gestational period. Body contact was the main parental system identified in the interactions. The study concluded that, although common and frequent and, many times, unrecognized, perinatal losses are experienced in a unique way, impact on interactions, and are not necessarily resolved with the birth of a new baby. We believe that this study may contribute to the legitimacy and recognition of mourning from perinatal loss and to greater attention to the initial interactions in this context.

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