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[pt] A VIDA MATERIAL DO LIVRO: UM ESTUDO SOBRE MATERIALIDADE, EXPERIÊNCIA E O NÃOAUTOMATISMO DAS COISAS / [en] THE BOOK S MATERIAL LIFE: A STUDY ON MATERIALITY, EXPERIENCE AND NON-AUTOMATISM OF THINGSJOANA DOMINGUEZ GONZALEZ BOUÈRES BELEZA 17 May 2021 (has links)
[pt] A presente pesquisa objetiva iluminar a participação do livro dentro de um recorte específico da arte contemporânea, na expectativa de talvez ali encontrá-lo como organismo vivo, inacabado, não restrito às habituais representações – neste campo que busca não raro descontruir o lugar das representações e provocá-las com impermanências. Observamos o livro sob a proposição de apresentar-se ali como coisa, elemento material descansado do signo social e literário, produzindo obstáculos conceituais. Partindo da distinção objeto e coisa, a tese sugere haver ainda na contemporaneidade uma relação possível entre materiais, experiência e não-automatismo, ainda que estejamos constantemente envolvidos por um univer-so bastante amplo e onipresente dos signos. Investe, por isso, em atuações não naturalizadas do livro, nas quais os significados se apresentam transitórios e flutuantes - nunca permanentes, nunca antes -, estando em movimento constante a cada interação -, uma relação singular e dialética entre pessoas e coisas, que, segundo autores aqui trabalhados, construiria simultaneamente a ambos. Buscando experimentar as estranhezas no contato com objetos que não se deixam definir - diante da perspectiva de coisa -, a pesquisa reúne proposições de artistas que fizeram uso do livro como material e instrumento da arte. Movimentos artísticos, buscando a libertação dos padrões clássicos funcionam de base para a construção da categoria Livro-Coisa, quando se sugere experimentar o livro antes das palavras e das representações. A categoria torna-se depois materializada em uma instalação artística. A tese encontra fundamentação teórica nos estudos da Cultura Material, a partir de expoentes como Daniel Miller e Tim Ingold, em diálogo com os pressupostos de Heidegger, Didi-Huberman, e outros autores, para, a partir desse todo teórico, refletir acerca da relação contemporânea entre pessoas e coisas, e abordar o objeto com alguma novidade. / [en] This research focuses on the position occupied by the book in a specific segment of contemporary art, with the expectation of perhaps encountering it as a living, unfinished organism, not restricted to its usual representations - in a field that often seeks to deconstruct social representations by challenging them with impermanence. In our proposition, we see the book presenting itself as a thing, a material element resting somewhere beyond social and literary signs, building conceptual barriers. Starting from the distinction between object and thing, this dissertation suggests that even in contemporaneity there is a possible relationship among materials, experience and non-automatism, despite the fact that we are permanently surrounded by a very broad, omnipresent universe of signs. Therefore, this dissertation focuses on non-naturalized performances of the book, where meanings are transient and fluctuating - never permanent, never before - being in constant motion at every interaction - a singular, dialectic relationship between people and things, which, according to the authors analyzed, would construct both simultaneously. Seeking to experience the strangeness of the contact with objects that do not accept definitions - from the perspective of things -, this dissertation brings together propositions of artists who made use of the book as a material and instrument of art. Art movements seeking liberation from classical patterns serve as the basis for the construction of the Book-Thing category, when it is suggested that the book be experienced before words and representations. This category then becomes materialized in an artistic installation. The theoretical foundation of the dissertation lies in Material Culture Studies, based on exponents such as Daniel Miller and Tim Ingold dialoguing with the assumptions of Heidegger, Didi-Huberman and other authors; starting from this theoretical framework, it seeks to reflect on the contemporary relationship between people and things, in an innovative approach to the object.
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