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[en] FIRE SOLDIERS: A HISTORY SOCIAL OF THE RIO DE JANEIRO FIRE DEPARTMENT FROM 1880 TO 1910 / [pt] SOLDADOS DO FOGO: UMA HISTÓRIA SOCIAL DO CORPO DE BOMBEIROS DO RIO DE JANEIRO, NAS DÉCADAS DE 1880 – 1910VITOR LEANDRO DE SOUZA 01 October 2021 (has links)
[pt] Em 1917, músicos da Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro apresentaram o hino Soldado do Fogo. Os versos celebravam a sagrada missão destes voluntários que não temem da morte na sua batalha contra incêndios horrorosos e dantescos. A letra do hino condensava uma narrativa que, desde meados do século XIX, havia sido forjada institucionalmente, na intenção de consolidar o caráter heroico de integrantes comprometidos com a tarefa de proteger a vida e a propriedade, ainda que para isso tenham que perder a própria vida, com o cumprimento do seu dever. Essa versão idealizada do lugar social do bombeiro, elaborada e reelaborada pela Corporação, será questionada nesta tese em três argumentos principais. Primeiramente, através da análise das formas de recrutamento e do perfil dos agentes nos níveis mais baixos da hierarquia institucional, revelando dinâmicas relacionadas aos mundos de trabalho e aos conflitos laborais na virada do século XIX para o XX, que contrastam com a imagem de um voluntário empenhado no ofício de se sacrificar pela missão. Em segundo lugar, aponta para o Corpo de Bombeiros como uma instituição menos coesa do que aquela imaginada por seus comandantes, em grande medida fraturada por hierarquias e distinções que separavam, por exemplo, uma maioria de trabalhadores pobres dos militares de alta patente do Exército brasileiro. Por fim, a tese revela os limites de atuação dos bombeiros na execução das suas atribuições: seja pelas precárias condições de trabalho, seja pela carência de equipamentos à sua disposição. Enfim, esta pesquisa traz à tona um universo de trabalhadores lutando contra muito mais do que incêndios: por salários, condições de trabalho e possibilidades de ascensão social. / [en] In 1917, the Rio de Janeiro Fire Department official band performed the new hymn praising the Corporation: Fire Soldiers. The lyrics celebrated the sacred mission of those volunteer workers who did not fear death when in battles against the most awful and horrid fires. The verses condensed a narrative that had been institutionally forged since the mid-nineteenth century, aiming at consolidating the heroic character of its corps engaged with the task of protecting life and property as a duty to be fulfilled even if losing their lives while doing it. That ideal version of the firefighter s social place, elaborated and re-elaborated by the Corporation, will be questioned in this thesis in three main arguments. First of all, based on the analysis of the forms of recruitment and on the profile of the agents within the lower hierarchical levels, the study will reveal the dynamics related to different work spheres as well as occupational tensions by the turn of the 19th to the 20th century, which do not fit the image of a volunteer brigade ready to sacrifice life for the cause. Also, the research presents a Fire Department as less cogent than that ideal imagined by its commanders, greatly caused by distinctions and hierarchies that separated a great majority of poor workers from the high ranking officials in the Brazilian Army. Finally, the thesis reveals the limitations on firefighting attributions, due to very precarious working conditions or to lack of adequate equipment. The research also brings to the main stage a whole new universe of workers fighting not only a great number of fires but also for salaries, work conditions, and the possibility of social climbing.
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