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[pt] TEU CORPO NÃO É ROSTO: EXPRESSIVIDADE FACIAL E SUA RELAÇÃO COM O CULTO À JUVENTUDE NA CULTURA MIDIÁTICA / [en] YOUR BODY IS NOT A FACE: FACIAL EXPRESSIVENESS AND ITS CONNECTION TO THE YOUTH CULT IN THE MEDIA CULTUREELAINE VIDAL OLIVEIRA 30 May 2019 (has links)
[pt] A proposta fundamental deste estudo versa sobre a expressividade facial e o culto da eternização da juventude, exemplificado nas imagens dos indivíduos na cultura midiática. Aqui, as lentes são voltadas para corpo feminino ao longo da história e na sociedade contemporânea, digital e narcísica. Ressalta-se que, embora nos séculos XX e XXI este corpo seja socialmente aceito e com a revolução sexual tenha se tornado um pouco mais independente e um dos principais suportes publicitários, por vezes os corpos femininos continuam estereotipados e subjugados. Em uma atualidade cuja corporeidade é midiatizada e milimetricamente controlada, corpos femininos com rugas e marcas da vida são excluídos do espaço publicitário e do espaço público, encaminhados para desempenhar papéis sociais bastante específicos e muitas vezes estereotipados. É apresentado o corpo como um objeto de desejo que se desgasta com o tempo. Assim busca-se identificar os recursos imagéticos e significacionais usados nos anúncios, assim como entender de que forma tais recursos são organizados com o propósito de produzir identificação no público (GOMES, 2004). Serão utilizados a semiologia de Barthes (1990) e conceitos de Aumont (2000), Jolie (1996), Dondis (1997) e a compreensão das formas sociais, em diálogo com o Formismo – o jogo das aparências –, proposto por Maffesoli (1988, p.29), entendendo que a forma permite a apreensão da imagem e de sua pregnância no corpo social. Observa-se o corpo liberado física e sexualmente na publicidade, moda e filmes, tornando-se cada vez mais carregado de conotações e objeto de investimento, consumo e obsessão. Verificase que em algumas culturas o corpo todo é rosto e este corpo-rosto é lugar mais humano do sujeito, onde se cristalizam os sentidos de identidade e se estabelece o
reconhecimento do outro. Em uma cultura midiática a publicidade se apresenta como a arte oficial do capitalismo (HARVEY, 2005, p. 65). Ela é fruto do contexto histórico em que está inserida, não um fenômeno isolado. Com sua retórica e formações imagéticas a publicidade se apresenta como mediadora essencial entre a sociedade, sua cultura e economia. Este trabalho debruça sobre a conexão entre a saída dos rostos sem rugas e marcas de expressão dos anúncios publicitários para os consultórios estéticos, consequentemente para as ruas e para os locais sociais para os quais estes rostos são encaminhados. Como resultado, observa-se que Os modelos de mulheres apresentados pela publicidade no século XXI em sua maioria ainda propagam o idadismo e a exclusão das marcas do tempo nos rostos midiáticos, tanto na mídia impressa como na mídia eletrônica. As experiências proporcionadas pela passagem do tempo, sucessos, alegrias, fracassos e realizações; amores vividos, filhos nascidos, perdas afetivas, produzem transformações que não deveriam estar em seus rostos. / [en] This study is about the facial expressiveness and the cult of the eternal youth, exemplified by the images of the individuals in the media culture. Here, we turn the lenses to the females bodies throughout history and in the contemporary society, digital and narcissist. It is noteworthy that even though in the 20th and 21st centuries these bodies were socially accepted and with the sexual revolution became more independent including the main advertising and media, sometimes the women bodies are still stereotyped and subdued. In an actuality whose corporeity is mediatized and millimetrically controlled, women s bodies with wrinkles are many times excluded from the advertising spaces, perhaps from the public space, and directed to play very specific and often stereotyped social roles. In this case the body is presented as an object of desire that wears out over time. So we seek to identify the pictorial resources and significacionais used in ads, as well as understand how these resources are organized in order to produce identification in public (GOMES, 2004). The semiology of Barthes (1990) and concepts of Aumont (2000), Jolie (1996), Dondis (1997) and the understanding of social forms, in dialogue with Formismo - the game of appearances - proposed by Maffesoli (1988) , p.29), understanding that form allows the seizure of the image and its prägnanz the social body We observe also the physically and sexually liberated bodies of women in advertising, fashion and films, becoming more and more charged with connotations and object of investment, consumption and obsession. In some cultures the whole body is face and this body-face is the subject s most human place, where the senses of identity crystallize and the recognition of the other is established. In our contemporary society, advertising presents itself as the capitalism s official art (Harvey, 2005, p.65). It is a result of the historical context to which it belongs, not an isolated phenomenon. Today the advertising is a hybrid element and assumes an important economic and social role in a reality focused on mass consumption. This work observes the connection between the absence of the faces without wrinkles and marks of expression in the advertisements and their migration to the cosmetic clinics, consequently to the streets and the social places to where these faces are routed. As a result, it can be observed that the models of women presented by advertising in the 21st century mostly still propagate the idadismo and the exclusion of the marks of the time in the faces media, in the printed media as in the electronic media. The experiences provided by the passage of time, successes, joys, failures and achievements; living loves, born children, affective losses, produce transformations that should not be on their faces.
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