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[pt] ISTO NÃO É UMA PERFORMANCE, É UM CAMINHO: OS CURSOS DE ROLAND BARTHES NO COLLÈGE DE FRANCE / [en] THIS IS NOT A PERFORMANCE, IT IS A WAY: ROLAND BARTHES AT THE COLLÈGE DE FRANCE

ANA CRISTINA BARTOLO 09 November 2021 (has links)
[pt] A tese tem como objeto os cursos ministrados por Roland Barthes no Collège de France (1977-1980) tomando como guia a enunciação barthesiana, explicitada no título desta pesquisa, de que estes cursos são por ele experimentados como um caminho associado à palavra chinesa Tao (cf. Barthes: protocolo da colheita). Esta concepção de caminho se oferece a Barthes como uma metodologia para a realização de uma nova prática de escritura que ele intitula como Romance. Na tese, a observação projetiva deste suposto método em operação é designada em termos de um mal-estar do método. Essa terminologia se justifica a partir de outra enunciação pessoal, esta proferida em Cerisy-la-Salle (1977), em que Barthes defende que a paixão do medo tenha o valor de método pois dela parte um caminho iniciático. Em outro eixo de desenvolvimento da pesquisa, há a simulação de uma poética do tempo que faz para corresponder a uma virada na naturalidade que Barthes designa como uma terceira volta do parafuso e que no curso A preparação do romance I está vinculada à prática do haicai. E, por fim, em um último eixo de abordagem, os cursos são trabalhados na perspectiva de um manual de escritura para destacar uma pedagogia suscitada pelo próprio texto barthesiano, ou ainda, pela singularidade de uma escrita que explicita seus procedimentos em um duplo registro: um dizer crítico-reflexivo associado a um mostrar poético-performativo. Nesse registro há uma reunião de considerações barthesianas relacionadas aos atos de abordar, anotar, apontar, burlar, captar, classificar, comentar, definir, descrever, escutar, fichar, flutuar, interpretar, observar etc. Barthes diz que um ponto de fuga do Curso seria a realização de um romance: passar da preparação para uma práxis de escritura. Mon Roland. Mon Roman. E, aqui, o retorno em espiral à problemática inicial do curso A preparação do romance I: como passar da anotação ao romance, do descontínuo ao fluxo, do fragmento ao não-fragmento. Ou ainda: como escrever um romance? / [en] This thesis analyzes the courses given by Roland Barthes at Collège de France (1977-1980), drawing on his utterance cited in the title of this work in which he claims to experience the courses as a way, alluding to the Chinese word Tao. Barthes draws on this conception of way as a methodology for undertaking a new practice of writing, which he calls the novel. In the thesis, the projective observation of this supposed method in operation is designated in terms of methodological malaise. This terminology is justified by another personal utterance, this one proffered in Cerisy-la-Salle (1977), in which Barthes argues that the passion of fear has methodological value, because it is from it that an initiating way begins. Elsewhere in this research there is the simulation of a poetic of time in the making to correspond to the natural turn that Barthes calls a third turn of the screw and which, in the course The preparation of the novel I, is associated with the haiku. And finally, in the last branch of the approach, the courses are observed from the perspective of a writing handbook to highlight a pedagogy brought about by Barthes text itself, or indeed by the singularity of a writing that explicates its procedures on two levels: reflexive and critical discourse alongside poetic and performative demonstration. In this register, Barthes considerations about the acts of approaching, noting, indicating, misleading, capturing, classifying, commenting, defining, describing, listening, listing, floating, interpreting, observing, etc. are combined. Barthes said that a vanishing point for the course was the writing of a novel: moving from the preparation to the praxis of writing. Mon Roland. Mon Roman. And here we spiral back to the initial inquiry of the course The Preparation of the Novel I: how to progress from notation to novel, from discontinuity to flow, from fragment to non-fragment. Or else: how to write a novel?

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