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[en] WHEN DEPARTURE PRECEDING THE ARRIVAL: SINGULARITIES OF FETAL DEATH / [pt] QUANDO A PARTIDA ANTECEDE A CHEGADA: SINGULARIDADES DO ÓBITO FETALHELENA CARNEIRO AGUIAR 10 March 2017 (has links)
[pt] O presente trabalho tem como finalidade refletir sobre as particularidades e vicissitudes do óbito fetal, destacando o estatuto virtual do objeto perdido (embrião ou feto). O óbito fetal ocorre justamente no momento marcado por oscilação entre dimensões de indiferenciação e de diferenciação. A gravidez suscita uma nova organização psíquica, visando à construção da parentalidade e a interrupção abrupta deste processo durante a gestação exige um trabalho de elaboração psíquica bastante singular. A dificuldade em lidar com o óbito fetal afeta a todos os envolvidos – evidentemente os familiares, mas também os profissionais de saúde. Algumas vezes, o trabalho de luto pode não ser possível pela dificuldade de inserir o evento em uma cadeia simbólica que permita sua elaboração e introjeção. Nesses casos, destaca-se a via da melancolia por constituir-se uma opção, por vezes, mais disponível aos pais diante da morte do filho. Na melancolia não está claro o que foi perdido, a perda é recusada e, através da identificação narcísica, o melancólico mantém o objeto dentro de si. Os pais que perderam tão precocemente seus filhos terão que descobrir uma forma de fazer face ao insuportável desta perda, destacando-se a importância de uma saída criativa. / [en] The aim of this paper is to reflect on the particularities and vicissitudes of fetal death, focusing on the virtuality of the lost object (embryo or fetus). Fetal death occurs in a moment of oscillation between differentiation and undifferentiation. During pregnancy the psychic structure begins to change in order to prepare the future parents for the maternal and paternal role. Fetal death abruptly interrupts this process, thus demanding a particular psychological work. Dealing with fetal death affects everyone around, although more evidently the family, but also health professionals. Sometimes, the mourning may not be possible, because it may be difficult to include the event in a symbolic chain that allows its development and internalization. In such cases, the path of melancholy stands out, because often its an easier option for parents. In melancholy, what was lost is not clear, loss is refused by a narcissistic identification; melancholic people maintain the object inside. Parents who lost their children so early have to find a way to cope with the unbearable, and the importance of creative possibilities should be highlighted.
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